Os três passos do guerreiro frente ao conhecimento
Então que o
espírito voltou a me falar, a me mostrar os caminhos que eu deveria seguir.
Logicamente eu deveria voltar aos velhos conhecimentos, então que eu o fiz. A
voz do ver havia me guiado a um ponto interessante, eu havia notado algo com
relação a feitiçaria, aos conhecimentos vindos do espírito. Lembrei-me das
palavras de Don Juan, narrada pelo Nagual Castaneda em seus livros, e mais uma
vez eu encontrava um segredo guardados nas entrelinhas daquelas mágicas
ferramentas de poder. O velho nagual sempre dizia que os feiticeiros ao
contrário dos homens comuns, vasculhavam o seu passado para encontrar os
padrões nas histórias de outros feiticeiros, dizia que enquanto os homens
vasculhavam as suas histórias pessoais na busca de corroborar sentimentos ou
pensamentos, na busca de fortalecer o seu ego, os feiticeiros buscavam na
impessoalidade de histórias que passavam de gerações os padrões de
manifestações do espírito. Sim caros amigos, o universo é regido por leis, por
um padrão conhecido como emanações da águia, todo o fluxo do universo segue uma
lógica energética, ciclos, padrões, como a vida e a morte, como o
amadurecimento da consciência, como a renovação eterna da energia através de sua
fonte a águia.
Então que
eu entendia o que me acontecia, e o que provavelmente acontece a todos. Existe
um padrão descrito no primeiro cerne abstrato, um padrão que indica uma repetição
condicional de toda e qualquer manifestação do espírito, do infinito a todo e
qualquer caminhante que se poste no caminho do desconhecido. O primeiro cerne
fala da manifestação do espírito, que ele manifestou-se três vezes seguidas ao
homem. Então que eu entendi, guiado pela voz do ver, o espírito, em todas as
indicações que dá ao guerreiro, nos seus presságios, ele o faz na repetição de
três. E desta forma também acontece com o conhecimento. O guerreiro que se
posta no caminho do conhecimento, que segue esta busca infinita, tem recorrentes
encontros com o conhecimento neste padrão.
A voz do
ver havia me dito que existem então três fases para o conhecimento. Na primeira
delas, o guerreiro depara-se com o conhecimento que ele deve enfrentar. É a
fase do desafio, de alguma forma o espírito coloca aquele desafio na frente do
guerreiro, de forma que ele deverá busca-lo. Essa primeira fase é denominada
encarar o conhecimento, ou deparar-se com o conhecimento. Então quando o
guerreiro se depara com o conhecimento ele tem que enfrentar o seu primeiro
inimigo naquele conhecimento que se apresenta a ele, o medo. O medo sempre é o
primeiro dos inimigos, ele tende a nos afastar do que nos é apresentado.
Então que chega
a segunda parte do encontro com o conhecimento, desafiar o que lhe é apresentado.
O guerreiro desafia o conhecimento enfrentando-o com as armas que tem. Ele
enfrenta o medo, e tenta superá-lo adentrando profundamente no conhecimento que
lhe é dado pelo espírito e desta forma, ele adquire clareza, e a clareza o faz
entender, o faz adquirir aquilo que era apenas um desafio para o guerreiro.
Vencendo o medo o guerreiro transforma o desafio em um aliado, em sua própria
arma no enfrentamento de seus desafios.
Então que
vem a terceira etapa do conhecimento, absorvê-lo. Apesar de ser uma arma, a
clareza que o guerreiro tem sobre o conhecimento que adquiriu é um perigo para
ele. Ele ainda não tem profundidade em seu conhecimento, mas sabe manuseá-lo
para algumas coisas, quando o medo se vai o guerreiro torna-se indolente, com a
força do conhecimento que adquiriu ele consegue ver a sua evolução na
caminhada, sente-se forte, imbatível, e esse é o teste maior dado pelo
infinito. O guerreiro tem que entender, possuidor do conhecimento, que ele
ainda é apenas um caminhante, que sua jornada não terminou, que o conhecimento
é algo infinito, que não se chega a um fim, é uma jornada eterna, rumo a um
destino desconhecido. Apenas quando o guerreiro entende isso, apenas quando ele
depara-se com essa verdade termina o primeiro ciclo do conhecimento, o
guerreiro acorda da segunda ilusão, a ilusão dada pela clareza. Ele vê-se em
igual estado a todos que o cercam, ele vê ainda uma longa caminhada a sua
frente, vê que o conhecimento é algo que deve evoluir, então ele transforma
aquele conhecimento em poder e ele torna-se parte do próprio guerreiro, que
segue, mais humilde do que no começo, sabendo que ainda tem toda uma vida de
desafios a seguir.
O medo não
se vai, ele voltará com outro conhecimento que chegará, com outro desafio, e esses
três inimigos irão estar sempre com o guerreiro, até que ele irá deparar-se com
o derradeiro de todos, a velhice. Neste ponto, o guerreiro apesar de
fortalecido com todo conhecimento de uma vida, com todo o poder deles advindo,
irá querer descansar. Verá que a luta de um guerreiro não tem fim, seu estado
de luta não acaba, o medo sempre retorna, a clareza que cega, o poder que
embriaga, sempre em ciclos e irá querer descansar. Então que ele receberá a
visita da morte para a última batalha, este é o grande presente do espírito.
Ciente de
que vencedor desta batalha ele poderá seguir, o guerreiro junta as suas
vitórias de uma vida. Ele então dança para a morte a sua dança, ele canta os
seus feitos, e borda o seu manto de vitórias, de seus eventos memoráveis. É uma
visão gloriosa caros guerreiros, é uma visão magnífica a dança de um guerreiro,
a sua cantoria para a morte. Ela fica ali, estática, e o guerreiro, enquanto
perde a sua forma humana, enquanto liberta-se do ovo de luz, impulsionado pela
consorte a morte ascende o seu brilho. Relembrando as suas vitórias ele começa
a seguir a sua jornada, então ele vê que a sua velhice, o seu cansaço era
apenas o sinal de sua hora de seguir a jornada para novos desafios. Um sorriso
invade o seu rosto, ele olha para morte e entende que ela é necessária para a
sua jornada, ele a entrega o manto bordado com suas batalhas, e com um sorriso
a morte o deixa seguir, rumo ao infinito.
Nesta hora,
uma fresta por entre o negrume da água se abre, diante do guerreiro, agora sem
forma, agora sem corpo abre-se um caminho, o caminho de luz, o caminho natural
da evolução do homem, a sua frente está a cidade branca. Ele olha a sua frente
e vê os guerreiros de todas as gerações que o precederam, ele vê a cidade, ele
vê o seu destino, acostumado com uma vida de desafios ele segue em frente,
ciente da magnifica jornada do seu por vir.
Intento
guerreiros.
buenos dias Hermanos
ResponderExcluirsobrevivemos a mais uma festa da carne.
Para enrentrarmos desafios D.Juan também dizia:
-Coragem é confiar em seu poder pessoal mesmo sem saber se ele é grande ou pequeno.
Assim porsseguimos numa eterna batalha, cheia até a borda de desafios, quer os encaremos ou não.
Porém o Guerrero em seu estado de impecalbidade, tem sangue no olho como um galo de rinha(briga). Se olho não transmite mais a autopiedade e sim a implacabilidade, uma das maiores armas que o Guerrero dispõe. Implacabilidade nõa quer dizer ser grosseiro ou rude.
Ótimo texto Hermano Vento.
Dárion 08:00 23/02/2012
* * *
Hernanos vou postar alguns passos de poder que selecionei do livro |A Travessia das feiticeiras
ResponderExcluirDárion
"Esta é uma respiração poderosa—disse Clara.—Ela pode colocá-la a
nocaute ou fazê-la dormir Neste caso, retorne à casa quando acordar. Aliás, esta
caverna fica bem atrás da casa. Siga o caminho e você chegará em dois minutos.
Clara orientou-me a realizar respirações curtas e superficiais. Expliqueilhe
que o pedido era redundante, pois essa era a única maneira de respirar
naquela posição. Ela disse que bastava eu: relaxar apenas parcialmente a pressão
dos braços que eu estava criando com as mãos para minha respiração voltar ao
normal. Mas não era isto que ela queria. Queria que eu continuasse com a
respiração superficial durante pelo menos dez minutos.
Permaneci nessa posição por talvez meia hora, todo o tempo respirando
superficialmente como ela instruíra. Após as cãibras iniciais em meu estômago e
pernas, a respiração pareceu suavizar minhas entranhas e dissolvê -las. Então,
passado um período de tempo torturantemente longo, Clara me deu um empurrão
que me, jogou de costas, deitada no chão, mas ela não me permitiu relaxar a
pressão dos braços. Senti um alívio momentâneo quando minhas costas tocaram
o chão, mas foi apenas quando ela me disse para soltar as mãos e esticar minhas
pernas que senti a completa liberação em meu abdômen e peito. A única maneira
de descrever o que! senti é dizer que algo dentro de mim fora aberto por aquela
respiração, fora dissolvido ou liberado. Como Clara previra, fiquei tão sonolenta
que entrei novamente na caverna e adormeci.
Devo ter dormido por algumas horas na caverna e, a julgar pela posição
em que estava deitada quando acordei, eu não havia movido um músculo. Achei
que isto acontecera provavelmente porque não havia espaço na caverna para eu
me virar e movimentar durante o sono, mas também podia ser que eu estivesse
tão completamente relaxada que não tivesse sentido necessidade de me mexer.
Voltei para a casa seguindo a orientação de Clara. Ela estava no pátio,
sentada numa cadeira de palha. Tive a impressão de que outra mulher estivera ali
sentada com ela, e quando ela me ouviu aproximando-me, rapidamente levantouse
e foi embora.
continua
"— Ah, agora você está parecendo muito mais relaxada—disse Cl ara. —
ResponderExcluirEssa respiração e a postura fazem maravilhas.
Clara explicou que realizando essa respiração regularmente, com
tranqüilidade e propósito, pouco a pouco ela harmoniza nossa energia interna.
Antes que eu pudesse lhe contar como estava me sentindo revigorada, ela
pediu para sentar-me, porque queria mostrar-me outro movimento corporal,
fundamental para a eliminação do nosso falso dualismo. Pediu para sentar-me
com a coluna ereta_e os olhos levemente abaixados de modo a fitar a ponta do
meu nariz
— Essa respiração deve ser realizada sem a limitação das roupas —
começou ela. — Mas em vez de mandá-la ficar nua no pátio em plena luz do dia,
vamos fazer uma exceção. Primeiro, inspire profundamente, fazendo o ar entrar
como se você estivesse respirando pela vagina. Encolha o estômago e percorra
ascendentemente a coluna com sua respiração, passando pelos rins, até um ponto
entre as omoplatas. Retenha o ar aí por um instante e depois eleve -o ainda mais
até a nuca, e depois vá até o topo da cabeça, no ponto entre as sobrancelhas.
Ela explicou que, após reter a respiração ali por um momento, eu devia
expirar pelo nariz, conduzindo mentalmente o ar pela parte dianteira do corpo,
primeiro até o ponto logo abaixo do umbigo, e depois até a vagina onde o ciclo
tivera início.
Comecei a praticar o exercício respiratório.
Clara colocou sua mão na base da minha coluna e depois traçou uma linha
ascendente pelas minhas costas, até a cabeça, pressionando suavemente o ponto
entre as sobrancelhas.
— Tente trazer a respiração até aqui—disse.—Mantenha os olhos
entreabertos para que possa concentrar-se em seu nariz enquanto estiver
circulando o ar pelas costas e até este ponto na cabeça; e também para que você
possa usar seu olhar para conduzir o ar pela região dianteira de seu corpo,
retornando-o até seus órgãos sexuais.
Clara explicou que a circulação da respiração dessa maneira cria um
escudo impenetrável que impede que as influências externas nocivas rompam o
campo energético do corpo; e também impede que a energia interna vital se
disperse externamente. Ressaltou que a inspiração e a expiração devem ser
inaudíveis, e que o exercício respiratório pode ser feito de pé, sentado ou deitado,
embora no começo seja mais fácil realizá-lo sentada numa almofada ou numa
cadeira."
Darion