Presságios e visões - compartilhando sinais
Como eu gostaria de antes ter narrado estes fatos. Hoje tive uma certa quantidade de visões e agouros que sucederam-se em um sonho que considero ver. Primeiramente cinco pássaros pretos vindos do Sul sentaram-se em uma estrela de cinco pontas e partiram novamente para o sul. Não soube como interpretar o fato, mas esperei e a solução veio de um livro de Castaneda, o presente da águia, onde o autor cita que o poder emana do sul em seu fluxo incessante, que a força da vida nos vem do sul e nos deixa em direção do norte, ainda que a única abertura para o mundo do nagual vem do sul. Ainda entendi a cinco aves como uma representação do universo mágico do homem, pelo pentagrama que os pássaros pousaram, senti com toda firmeza do mundo que era um agouro, na hora os pássaros cantaram e me chamaram a atenção, então vieram todos juntos do sul, pousaram no local, cantaram mais uma vez e foram-se pela mesma direção que vieram.
Na sequência aconteceu que uma intensa ventania se fez, senti que era algo diferente, na hora comentei que aquilo que estava vivenciando nunca mais aconteceria daquela forma, em uma divagação disse a minha esposa que aquele era o prenúncio de algo especial, disse tudo sem a intenção real de falar aquilo, e nem sei porque o disse, interpretei então como um vento, como a força do nagual que sacudiria a minha vida.
Como último agouro, no fim da tarde, depois de molhar as plantas, estava eu conversando sobre poder com umas plantas, como um exercício de não-fazer, então que uma mariposa pousou em minha cabeça, me assustei e passei a mão e a vi indo embora pelo sul, mas uma vez o poder indicando o fluxo.
Hoje acordei e tive uma grata surpresa, a mariposa voltou e algo aconteceu como um estalo, não me recordo de tudo mas a maior parte tenho ainda guardada, sei que me foi revelada alguma coisa, não sei bem o que e nem para que, mas as divido, pois esse é meu compromisso, dividir o pouco que tenho, para juntos termos o que precisamos.
Fui para o meu quarto e fui recapitular, no instante senti um peso tremendo em meu corpo físico, algo pesou em mim. Senti-me preso e pesado, algo tomou o controle e me guiou a uma floresta, ali me vi caçando algum animal, não me lembro bem de qual, mas uma voz me falava, assim que eu ia matar o animal, que essa era a maior dádiva que uma pessoa podia ter, que naquela hora eu podia sentir que eu era a morte para aquele animal, ele me via como a morte e isso era honroso para mim, eu não podia ter nenhum sentimento pelo animal, apenas cumprir meu fato energético de presenciar a força incessante da morte chegando para aquele ser mágico de energia.
Então que me vi voando por um lugar que já visitei por algumas vezes, por uma cidade toda branca, de prédios incríveis que emanavam um brilho próprio, ali eu via bolas de energia, algumas mais alongadas, mas todas de um brilho impecável, sabia que elas exultavam em energia, eu sabia estar em um limiar, mas não estava de todo lá, eu sentia. Uma mulher me falava que aquele era o ponto depois da morte, quando os escolhidos fogem da opção da morte, ali é o lugar onde todos que passam pela morte, fogem do fluxo vão, ali o corpo energético desvencilhado da forma humana se alonga até o infinito, sendo preparado e forjado para a viajem definitiva da energia humana, como batedores do infinito.
Então perdi a visão, na hora lembrei da cúpula dos naguais. Mas uma voz interrompeu meu pensamento desorientado e foi me dito que nós somos uma espécie de energia especial, diferente no universo, somos os observadores do espírito, batedores do infinito, mas que nos perdemos no nosso caminho. Disse que quando extrapolamos a morte, quando nos livramos do ovo luminoso da forma humana e mantemos nossa consciência, nós realmente chegamos no objetivo de nossa espécie mágica, batedores do infinito mágico.
Vi então raios de luz, mas não conseguia manter a visão, vi então uma bolha e eu estava ali dentro. Forcei minha vista mas não tinha energia e então vi os olhos da mariposa que estava em meu jardim, a voz me falou para chamar quem quer que eu quisesse ver ali, lembro de ter visto duas pessoas mas não me lembro de quem. Então senti meu corpo pesar mais ainda.
Deitei-me em meu colchão e senti que estava exaurido, mas uma nova energia surgia em mim. Uma voz me falou algo e comecei a sentir meu corpo formigar, começou dos pés e se estendeu por todo o meu corpo, um peso saiu de meu corpo e abri os olhos de volta a velha vida, mas sinto que algo mudou em mim. Fiquei ainda algum tempo totalmente inundado de silêncio, saí lá fora e a mariposa havia partido, assim como as minhas lembranças. Agora voltei para casa e a mariposa estava ali, me esperando, quando olhei para ela um turbilhão de lembranças voltaram para mim.
Estamos no caminho colegas, só nos basta perseverar.
Intento a todos os amigos caminhantes rumo ao infinito.
Forte Intento Hermano! Gaivota 31/03/14 21h45
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