Uma jornada ao infinito

Lembrando de um livro de Castaneda pensei acerca da linhagem do nagual, que retirava a sua energia do mundo dos inorgânicos para empreender feitos mágicos. Lembrei ainda de que questionado sobre a energia diferente dos inorgânicos Don Juan falou da energia das árvores, que eram como a dos inorgânicos e se assemelhavam em muito a ela, mas que eram difíceis de se associar com os homens. Não sei, mas acredito, sinto que as árvores são distantes de nós pela guerra que ergemos contra as plantas em geral, em parte as árvores. Mas podemos nos unir a elas e ainda compartilhar de suas consciências e energia para a nossa jornada, pois se existe um mundo dos seres inorgânicos existe também um mundo onde a energia das plantas se aglomeram, compartilhamos a projeção delas no nosso mundo como um subproduto do ponto de aglutinação.

Mas quero saber o que aconteceria se ao invés de ficarmos indo ao mundo dos inorgânicos fossemos ao mundo das plantas para dali nos nutrirmos energeticamente? Pois a união simbiótica que temos com as plantas em nosso mundo (respiração de Oxigênio e Gás carbônico) pode mesmo ser um sinal de nosso destino compartilhado com elas e talvéz seja essa a associação mágica que nos dê a definitiva guinada para a liberdade. Tive uma visão relacionada ao tema em uma sessão com plantas de poder recente, foi mais ou menos como vou descrever.

Senti um chamado insistente durante a semana através de sonhos para uma sessão de ayahuasca. Sonhos, visões e até um insistente retorno nas recapitulações a sessões da planta. EU sabia que deveria responder ao chamado e ver qual mensagem eu deveria receber ali.

Na sessão inicialmente recebi a indicação em uma visão de quantas vezes e a forma que deveria me comportar ali naquele ritual.

Incrivelmente tive uma projeção durante todo o ritual, meu corpo energético tomou o controle, eu estava vendo tudo na segunda atenção, da mesma forma que vejo quando sonho em meu quarto. Contudo eu tinha uma energia extra, proveniente da planta de poder que me permitia ir além do que costumo chegar. Fui levado a um conhecimento de certos aliados do MUNDO DAS PLANTAS que estariam comigo na jornada, um era o vento e e outro um lobo branco que já havia me visitado em sonhos. Os dois eram projeções do reino das plantas e iriam me auxiliar na minha jornada.

As plantas projetadas me falaram de seu mundo e a possibilidade de nos aliarmos, não eu como indivíduo, mas nós todos como raça. Dali poderemos tirar a nossa energia necessária para o exercício do sonhar e para trancender os limites perceptivos advindos da fixação do ponto de aglutinação. Eu então viajei com a energia para um lugar que me pareceu estar nos confins do universo. Ali os planetas tinhas um tipo de planta que iam além de sua atmosfera, como cogumelos gigantescos do tamanho de planetas ligados por filamentos de luz que serviam de escada para o espaço. Não conseguirei narrar comprecisão as formas pois vão além de nossa capacidade cognitiva.

Contudo eu vi o universo dos inorgânicos. Uma massa com vida, vi ele de muito longe com uma massa negra que parecia ser infinita. Um corpo que parecia estar molhado e úmido visto de onde eu estava. Contudo, ao chegar perto dele vi que era a sua porosidade que dava a impressão de úmidade. Não conseguia entrar no mundo deles, mas as formas que estavam comigo me falaram que com o poder que recebi poderia entrar ali no reino, mesmo sendo ele lacrado, mas que a jornada iria me exaurir e eu poderia inclusive me perder ali. Na verdade as energia das plantas falavam que eu não deveria ir ali, que era um reino de posse, de energiaas que se baseavam na fixação, nos sentimentos e não na liberdade, e por isso guardava uma enorme energia, mas por um enorme preço.

Senti repulsa e curiosidade. Por conta das plantas de poder eu tinha uma força incrível, e uma clareza mental sem igual, tentei elocubrar e pensar comigo sobre as consequências da decisão mas não conseguia manter os pensamentos lineares por muito tempo. Então que me vi sugado pelo mundo inorgânico.

Tateei o chão e o vi em cada poro que havia ali. A escuridão me lembrou as descições da vida intra-uterina, senti conforto. Mas senti uma apreensão física, uma melancolia me abarcar. Já havia ido ali em sonhos, mas nada tão real. Eu achei que sufocaria ali naquele mundo, mas um sopro de ar me tirou dali.

Abri os olhos no local do ritual, não conseguia mover as pernas, não conseguia mover os braços. Estava ainda mentalmente torpo pela consciência intensificada. Então a voz que me guiava falou que eu fora exaurido energéticamente, isso era comum em viajens a segunda atenção e que logo eu recuperaria a forma.

Passado algumas horas voltei a sentir os membros e repeti a ayahuasca. Entrei então mais uma vez no universo das plantas. Uma voz disse que o mundo se alinharia a uma coesão que poderia ser entendida por mim. Então me vi sentado em uma floresta, ali sentia o vento passado e via o lobo branco a me fitar.

A voz me falava que minha configuração me permitia ser um guerreiro vidente, que existiam guerreiros de toda a sorte conscientes de sua posição, mas todos em uma busca individual. Disse ainda que era um tempo de alinhamento, pois a nossa matriz assim tinha indicado. Falou que deveríamos assumir a nossa completude antes que o tempo cessasse.

A voz falou que houve um tempo em que o homem tinha mapas completos dessas eras de tranformações energéticas e que se valia disso para tranformações globais mas que isso hoje se perdeu. Disse que todos poderiam entretanto ver o que está chegando, o tempo que está vindo, e se assim o fizessem a própria visão global nos levaria a tranformação necessária para irmos todos, homens e plantas e planeta guiados rumoa a vastidão do infinito.

Intento a todos de liberdade.