A profecia de Tupaguanci
Existia um tempo, uma terra que já não existe mais, em que existiam os Reis e Rainhas das grandes Raças. Naquele tempo, no princípio da existência, os grandes Reis falavam diretamente com os espíritos, pois os mundos eram unidos, a carne e os seus desejos impuros, as suas quimeras ainda eram desconhecidas pelos seres daquele mundo. Naquela época, nos primórdios daquela raça, a matéria e a terra ainda era sutil, eles viviam em nossa Terra em tempos remotos em que a nossa energia ainda não vagava por aqui, são as energias naturais, os filhos primeiro da nossa Terra. A natureza e aquelas energias se falavam, pois só o que importava a eles era a manutenção da verdade única e divina, emanada da fonte de todo o Universo. Não era uma raça de pessoas esquecidas como a nossa é, lembravam-se de sua essência, de sua criação, de sua fonte, não havia esquecimento por conta da fixação de seu mundo, eram conhecedores do universo.
Os grandes Reis da natureza existiam e conviviam com eles, pois os grandes mistérios ainda não haviam se perdido como o é na alma do homem, em cada um residia a sabedoria universal. Os cânticos eram entoados por todos os grandes Reis, e todos eram grandes Reis. Os cânticos eram as chaves dos tempos que viriam, dos tempos que haviam passado e do tempo presente, pois não haviam mistérios e nem tempo que se separasse da grandeza do conhecimento das grande raças do seres daqueles tempos na Terra, o tempo era conhecido como o grande mistério que ele é, uno e sem distinção entre passado, presente e futuro. Os segredos, as profecias e os conhecimentos, assim como os ensinamentos do espírito não eram escritos e traziam grandes poderes, invocavam grandes portais e grandes forças, os seres, tanto matéria quanto alma ainda eram puros e não havia parede de ignorância que separasse-os do verdadeiro conhecimento, e por não haverem paredes o conhecimento era de todos e para todos. O som, que do Espírito, da Fonte havia gerado toda a vida era conhecido pelos seres, assim eram os cânticos pura mágica, e os mesclavam com todos os mistérios que existiam ao seu redor.
Dois grandes Reis, o Rei negro conhecido como Tupaguanci e a Rainha branca conhecida como Ianã se uniram. Não era ainda permitido as grandes raças a união, pois cada ser encerrava-se em si mesmo as necessidades. As vontades eram acalentadas pela própria existência, mas existia um canto que falava do tempo do esquecimento e que esse tempo começaria com o nascimento da nova raça, com a união de dois grandes Reis. Contudo, a carne, apesar de ainda ser sutil naqueles tempos, foi se tornando o que deveria ser, matéria e com o tempo, e com o seu peso, fora o esquecimento do alinhamento energético dominando a alma humana, que a cada dia se inundava mais com as ilusões da carne, esquecendo-se dos grandes segredos guardados na alma. Era tempo de renovação, pois a carne teria o seu tempo na Terra, um tempo de provações e de elevação, mas a energia e a consciência eram eternos. Da própria essência das almas o conhecimento do amor foi mostrado e a perpetuação das raças como já era conhecido pelos reis nos cântico antigos. As raças antigas, depois de um tempo, haviam se apegado as ilusões do alinhamento, pois o espírito, sempre tratado, desde os primórdios do tempo como corpo sutil, agora estava preso pelo alinhamento do mundo e precisava acordar da própria ilusão para evoluir.
Do amor entre Tupaguanci e Ianã nasceu Caapiri. Era uma criança de amor, o prenúncio e o cumprimento das profecias cantadas pelo antigo povo. O conhecimento do povo antigo conectava todas as grandes raças ao Divino, mas ainda era preciso uma eternidade de peregrinação para a elevação das raças, para a libertação da ilusão do alinhamento e a conexão definitiva com a fonte. Alguns grandes Reis daqueles tempos viraram seres de luz, retornando ao que foram seus antepassados, Ianã e Tupaguanci eram dentre estes espíritos elevados que seriam guias das gerações que viriam no futuro, assim como seu filho Caapiri. A raça haveria de percorrer todo um caminho de peregrinações para então recordar e voltar a sua origem divina.
Foram então espalhadas pela Terra as grandes raças, cada uma com um objetivo, cada uma com o seu carma. Então Ianã se tornou a grande mãe da raça branca, a raça do meio dia, Tupaguanci o grande pai da raça negra, a raça do anoitecer e Caapiri o grande pai das nações indígenas.
Da separação, a raça dos filhos de Ianã levou as mágoas e o esquecimento como carma, como parte da cruz que a sua raça carregaria por toda a vida de provações. Dela nasceram os povos da Europa, os povos da raça branca, os homens brancos. Um povo que por sua mágoa derramaria muito sangue na terra antes que a grande profecia do retorno fosse cumprida. Mas como sendo o povo do sol, receberia grandes mestres e o presente da recordação.
Os filhos de Tupaguanci herdou o silêncio da alma, a noite fez dormir a força de suas almas e ficariam em parte adormecidos até a profecia ser cumprida. Eles ainda tinham a força, mas o Rei Tupaguanci seria levado pela graça divina a retornar como filho de seu filho e um grande segredo deixar para as gerações futuras, o tempo em que haveria apenas uma raça, a raça do Amanhecer. Tupaguanci então foi conhecido como o Pai que seria filho, e essa seria a sua única volta a Terra com o único objetivo de deixar o legado da lembrança.
O filho das duas grandes raças, os filhos do sol e da lua, a raça filha de Caapiri foi legado o conhecimento, a eles o Espírito deu a lembrança, mas retirou deles a força e as ciências. E a profecia disse que a raça mãe, a raça do povo branco derramaria o sangue de seus filhos, da raça do entardecer, de quem herdariam todo o mistério da recordação.
Nas grandes matas então, nasceu das gerações dos filhos de Caapiri, reencarnado Tupaguanci. Ele não se lembrava, e nem seu filho, mas a grande mata sabia. E nos encantos e mistérios da vida do Pai que agora era filho, as matas, que na época ainda conversavam com os da raça do entardecer, mostraram os grandes segredos das plantas. Com o conhecimento das plantas de poder se lembrou de toda a sua história e do Reino perdido de Inanguaria. Então ele se lembrou dos antigos cânticos e se lembrou de sua rainha branca e viu o tempo que viria, pois o tempo não é apenas o passado o presente e o futuro, e sim um grande mistério que transforma o homem, a natureza, o universo.
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