Entre os tempos do Silêncio e da Razão - História do homem na Terra




Então que encontrando o silêncio dentro de mim fui levado ao conhecimento supremo para nós que almejamos a liberdade perceptiva. Entrei dentro de um supermercado com meu corpo sonhador e lá vi várias pessoas, bonitas, feias, altas, magras, entendi então o sentido de amor bondade, amor desprendido, senti a verdade me invadir como um sentimento puro e sublime, como um êxtase. VI então as pessoas como luzes, inicialmente conseguia ver o interior das luzes, dos campos energéticos, via ainda as suas aparências, sentia atração por algumas, repulsa por outras e ainda indiferença por tantas. Então vi que ao guerreiro vidente não havia como selecionar o que via apenas pela interpretação da visão, vi as energias brilharem, e daí sumiram as minhas interpretações, eu sonhava com bolhas de luzes flutuantes. Algumas saltavam, outras ondulava, algumas eram grandes, outras pequenas, mas em seu interior algo era igual em todas, havia um ponto de luz que me atraía muito a atenção, independente para qual campo de luz eu olhasse. Então entendi que aquilo era o ciclo de poder que nos ligava a todos, ali estava o que nos tornava humanos, ali estava a nossa forma humana, independente de quem ali eu visse, todos tinhas essa luz, esse ponto brilhante e magnífico que transmitia seu brilho dentro dos corpos de luz, apesar que falar de luz é algo que uso para tornar visualizável e indescritível o indescritível.

Senti então meu corpo sonhador rodar e rodar sendo levado a visões de outras coisas e lugares, foquei então em minhas visões e me concentrei novamente. EU estava em uma bela praça, a frente dela havia uma igreja, uma grande igreja. Havia uma escadaria ali, pessoas passavam de um lado a outro, várias pessoas, não via mais a energia, não via mais o ponto de luz dentro das pessoas, mas não me importava, sabia que a minha nova visão me lavava para algum lugar do passado em nossa linearidade desta realidade, era o tempo passado. Sentados ali haviam duas pessoas que me atraíam a atenção, um homem aparentemente velho com um chapéu na cabeça e um mais jovem sentado ao seu lado, meui gordo e de cabelos pretos. Então o velho virou-se para mim e piscou um olho, levantou-se e veio em minha direção. Me assustei tremendamente por ele ter me visto, pois todo o resto não me percebia ali, pessoas passavam por mim e nem me viam e ele, mesmo de costas me percebeu ali.

VI seu rosto, ele tinha a pele de um índio, abaixo de seu chapéu de palha haviam cabelos pretos e alguns brancos, eu via pela franja que podia ser percebida abaixo do chapéu. Seus olhos eram negros, não olhos comuns, eram negros como a noite, tudo se turvou a minha frente e então eu via apenas seu rosto. A voz dele ecoava e dominava toda a cena, era Juan Cortez, ele me falava e então eu compreendi.

“Você nunca viu meu rosto e nem quis saber porque, você não se lembrava de mim e isso tinha um motivo, não havia energia ainda suficiente em ti para tirar o véu que separava os nossos mundos, e para isso eu não podia usar apenas a minha energia. Não há como fazer mudanças dessa forma agora que eu sou separado de teu mundo da forma que estou, existem barreiras naturais, algumas eu mesmo trespasso e outras tem que ser superadas por ti.

Não imagina mas se pergunta o porque eu voltei até você para passar parte desse conhecimento perdido, sei disso, eu mesmo, tempos atrás me perguntava o porque, ainda nesta mesma forma que a sua, mas descobri que existem perguntas que não são naturalmente correspondidas com as respostas que lhe cabem. Além disso, eu lhe darei a explicação de porque esse conhecimento está se revelando, descartando a pergunta óbvia que te encerra em teu eumismo, em teu ego.

Existiram, como eu já havia dito, o grupo dos sete que aqui vieram, e juntamente com o nosso povo no ensinou, geração após geração o caminho do guerreiro para a libertação e além dele mais seis caminhos que levam ao mesmo destino. Nesse tempo, no tempo do silêncio existiam aberto a todos os sete caminhos do conhecimento pleno, os sete caminhos da liberdade total.

Então que chegou a hora da partida daquele povo, daquele tempo, e isso começou com algumas mudanças na configuração deste planeta. Então que uma grande parte desta nação inteira partiu para liberdade, pois todos compartilhavam o intento da libertação, conectados com o mesmo propósito firme e irresoluto da liberdade a energia de teus iguais se ascendeu para a liberdade naquele evento magnífico, que um dia você mesmo poderá ver rompendo as linhas do tempo que te prendem a essa realidade, assim como rompeu hoje a linha que ainda me mantinha sempre a alguns passos de você. Sobre isso é importante dizer que eu havia lhe passado uma importante tarefa, a tarefa de encontrar o silêncio de meu tempo e libertar-se temporariamente da tua mente, que na verdade não é realmente tua.

Então, naquele tempo houveram uns tantos que ainda, mesmo tendo o conhecimento dos caminhos aqui ficaram. Não haviam mais nenhum dos sete aqui, eles havia partido para outros tempos, levados pela corrente energética magnífica daqueles tempos imemoriáveis para o homem. Eu mesmo viria a ter o presente máximo da Águia, da fonte de nascer nessa forma apenas vários anos depois deste evento.

Então que os caminhos foram preservados e sua forma de caminhar por todos inicialmente, contudo com uma diferença grandiosa. Com a energia gerada pela grande partida coletiva daqueles povos antigos o homem começou a deslocar-se para a era da razão, e começou, geração após geração a distanciar-se do silêncio. O conhecimento dos caminhos começou a se resguardar em poucos que preservavam as antigas tradições, alguns grupos em partes dispersas da bela Terra. A medida que o tempo passou a razão dominou os povos e pouco a pouco as tradições diminuiram, e diminuiu a energia coletiva gerada pelos caminhos que poucos ainda seguiam.

Desprotegidos e desprovidos do silêncio o homem desenvolveu e estendeu os seus sentidos, criou máquinas e evoluiu enquanto o conhecimento dos antigos se reduzia ainda mais. Os antigos daquela época, os que ainda preservavam os segredos resolveram não mais proclamar aquelas antigas verdades da libertação, pois ao homem dotado de razão não mais importava aqueles antigos tempos.

Então que foi pactuado pelos reis daquele tempo a barganha pela mente que hoje encerra a tua raça, ali criou-se o pasto daquela energia, desta que se regozija com a parte mágica do homem, desta que empreende maravilhas por conta do conhecimento perdido do homem. Esse foi o tempo das grandes guerras, o tempo em que os feiticeiros de todas os caminhos foram caçados e foram obrigados a se esconderem junto ao seu segredo, cientes e tristes pelo destino que tinha tomado a sua raça no caminho da escuridão.

Durante gerações que se passaram a história continuou, os guerreiros de cada caminho, de cada linhagem se esconderam e buscaram refúgio em artimanhas que os guardaram a salvo da total exclusão. As linhas se multiplicaram em segredo, algumas foram deturpadas com o tempo, outras preservaram em segredo para poucos o caminho, sabendo que um dia voltariam a emergir nesta Terra, antes do dia da derradeira transformação.
Então que várias linhas sumiram e levaram consigo os segredos guardados dos caminhos dos sete.

Agora, desde o desaparecimento das antigas linhas, é parte de nossa jornada, nós que ainda presenciamos os tempos das tradições, de voltar e guiar os que sozinhos nos chamam, os que no silêncio ascendem uma fagulha em sua energia, é o tempo de reunir e dar de volta ao infinito, assim como o grupo dos sete o fez, o conhecimento perdido da liberdade. Cada grupo deixou  o conhecimento pelo mundo de sua forma, e essa é a forma de minha linhagem, essa é a nossa tradição.”

Assim eu via as cosas acontecerem, enquanto sentia esse conhecimento me invadir, não com essas palavras que escrevi acima, mas essa é a forma que traduzo o que ouvi, o que vi. Na verdade os blocos de conhecimento me vieram em imagens, sensações, em visões de todo o tipo. Vi as coisas se passarem, ora longe, ora perto, sem prevalecer a visão ou qualquer outro sentido, sem prevalecer nada que eu possa explicar aqui a vocês, mas de alguma forma sinto que devo passar sim esse conhecimento, como todos os que deposito nesse espaço para vocês.

Sinto que algumas mudanças estão se formando, não apenas para mim, pois não sou especial, mas para muitos nestes tempos tem havido visões, pensamentos e conhecimentos sendo revelados. As alterações no mundo são sinais claros do que virá e de alguma forma o espírito, o infinito mais uma vez sopra em nossos ouvidos os rumos que devemos tomar para a libertação. É hora de ouvir, pois o tempo é pouco, o tempo é curto e a liberdade é mais do que nunca possível.

É tempo de retornar ao silêncio perdido, é tempo de liberdade.

Comentários

As mais lidas (se gostas de multidão)

A mariposa, a morte, e o espírito

O fim da linhagem de Don juan, a prisão de Castaneda e o legado das bruxas

As dúvidas na caminhada: entre ser tudo e não ser nada