Um encontro de poder - A conclusão de uma etapa
Ontem fui chamado a um encontro com a ayahuasca, com a conselheira, alguns pontos deveriam ser fechados em transformações recentes que me vem acontecendo no caminho da auto descoberta, nos trilhos que chamo caminho do guerreiro. Dispús-me a adentrar mais profundamente nos aspectos mais profundos dessa transformação, nas nuances que ainda não me haviam sido totalmente reveladas. Trabalhando na plena consciência durante todo o trabalho, consciente de meu propósito e de minha busca fui levado a encontros marcantes e transformações profundas que pude constatar em meu campo energético.
Vi que três dos antigos, os mais novos como eles disseram, os que chegaram por último a esta terra na época que aqui vieram, eles abriram o capuz e mostraram-se para mim, mais uma vez, como o grupo que mostraria a consolidação de meu campo energético, e as minhas recentes transformações. Nos doze passos do caminho da libertação, como já disse aqui neste espaço, a maturidade energética acontece quando os fatores culminam na superação dos primeiros três passos, no conjunto que se descreve como o despertar do guerreiro. Quando o guerreiro desperta, quando ele acorda para a realidade e começar a entender a ilusão que permeia a realidade, ai ele atinge a maturidade energética, que nada mais é do que o retorno para a posição que o guerreiro se encontra ao nascer, a posição de completude.
Passando pelo caminho de entender o espírito, perceber a conexão que temos com a essência mágica do universo, aprimorar essa conexão, passo a passo, conhecendo-se e conhecendo que existe uma corrente, uma força mágica que permeia a tudo e descobrindo que essa força pode ser atingida com o silêncio interior o guerreiro atinge o limiar para começar o verdadeiro desafio do guerreiro junto ao conhecimento. Todas as etapas do conhecimento são galgadas como um desafio de vida e morte, a vida é estar desperto, consciente, a morte é ser soterrado pela ilusória realidade, a escolha é a energia interna que dispõe o guerreiro.
Então que os três dos antigos, Tula, Tilawacan e Tupaianã vieram a mim, um a um e se mostraram em sua plenitude energética.
Tupaianã veio primeiro e mostrou várias nuances do alinhamento energético. Mostrou-me o meu campo de luz, a forma como a energia interior de meu ovo luminoso jorrava, a cada dia para a periferia energética, para a borda do ovo de luz, e jorrando para aquele ponto, em toda a esfera de luz se acumula, estagnando-se, pois o padrão de vida usual força a energia a ficar ali. Essa energia impregnada na borda do ovo deixa a nossa visão do mundo opaca, fortalece a ilusão que temos dessa realidade, pois ela é jorrada para a periferia graças ao padrão social estabelecido e atende a esse padrão de percepção. A mágica que ele me mostrou, foi como varrer essa borda do ovo de luz com as fibras energéticas que emanam de um ponto abaixo de nosso umbigo. Vários tentáculos de luz varrem essa energia estagnada, e varrendo-as, vi que elas voltam, guiadas pelos tentáculos para o centro do corpo e se espalham dentro de nosso ovo luminoso, fluindo principalmente pelo campo que coincide com o corpo físico. Senti o que isso fazia, senti como se estivessem jorrando pequenos choques elétricos em minha região genital, um pouco dolorido como se apertassem meus testículos, mas era também prazeroso na mesma medida. Segundo Tupaianã essa sensação confirmava que a energia estagnada estava voltando a ser funcional, estava voltando ao domínio da energia mais profunda do ovo de luz. Além disso, ele falou que a conseqüência secundária do feito mágico de limpeza era a clareza da visão. Já que o ovo não estava cheio de energia estagnada a sua crosta ficava cristalina. Assim, um vidente veria esse ser de luz como uma energia âmbar, pois essa é a cor de nossa energia interior, a que um dia estará livre da prisão do ovo de luz.
O segundo passo dado por Tupaianã foi a reestruturação dos centros energéticos que ficam no interior de meu ovo de luz. Essa lição foi dada juntamente a Tula, que detêm esse segredo. Segundo ela, eu deveria intentar a distribuição energética pelos meus centros, sentir aquela energia jorrando do centro de meu corpo por minhas fibras energéticas. Eu assim intentei, e a medida que a energia se espalhava a sensação de formigamento, choque e contração muscular se fazia preponderante em meu corpo físico. VI a energia subir e descer e se estagnar em vórtices de luz por todo meu corpo físico. Alguns eram grandiosos, outros pequenos, haviam várias composições dessa forma e a medida que a luz entrava nesses vórtices me sentia mais pleno e completo. Tula me disse para sentir minha consciência girando como os centros, eu senti-me como se fora cada um dos vórtices que eu percorria, me sentia tragado por cada centro, um a um. Via o mundo girar, sabia que a minha consciência estava conhecendo as partes de meu corpo de luz. Me sentia completo, minha visão era clara. VI então a energia límpida do centro que fica abaixo do pescoço, na parte profunda do fim dos ossos da clavícula. Lembrei que aquele era o centro para decisões, e vi a energia encher aquele ponto. Ali não havia vórtice, a energia era calma e límpida. Senti que somos guiados a todo momento pelas energia externas exatamente por não ter aquela energia consolidada, que ali eu poderia tomar a s decisões, guiar-me através dos caminhos que eu desejasse sem ser cegamente guiado pela realidade, eu estava pleno de luz.
Tilawacan então veio como uma serpente e me falou dos segredos da transformação, da metamorfose. Ele disse que todo o segredo da mudança profunda vem mesclado com os segredos da espreita. Mostrou que as transformações começam a ser feitas com a manipulação do ponto de aglutinação, e este só pode ser manipulado quando a energia dos centros está completa, antes disso, apenas movimentos erráticos são possíveis, sem a fixação e o controle necessário para a modificação plena. Me mostrou então que adaptar-se as situações, adaptar-se as modificações, aos meios sociais, as pessoas é uma forma de sutilmente mover o ponto de aglutinação a pequenos deslocamentos. Modificações de hábitos, de personalidade, de roupas, de formas de agir são o treinamento para as transformações da forma que levam ao conhecimento pleno da manipulação do ponto de aglutinação do homem. Espreitar é o caminho para intentar as mudanças profundas da forma e da energia, assim como sonhar é o caminho para forjar o corpo de luz. Um depende do outro e não podem, separados, serem efetivos em seus resultados.
Então que Tupaianã me falou que eu estava pleno, estava completo, que a transformação primeira acontecia em meu caminho, ela era a mostra que agora eu poderia caminhar sozinho, pois tinha a minha energia plena e sabia como mantê-la desta forma. Disse que a minha energia interna era como a dele mesmo, e que quando eu me libertasse do ovo de luz eu entenderia os motivos ulteriores que trouxeram essas energia a nos ajudarem em nosso caminho além de entender o que ele fala sobre as semelhanças energéticas entre nós dois.
Como final ainda vi a forma correta de transmitir conhecimento, muito além de palavras. O guerreiro deve ser um modelo impecável, se assim agir, se for completo em suas virtudes energéticas, se for pleno e conseguir sabiamente controlar a sua energia, ele conseguirá mostrar a energia de outros que com ele estão, sem palavras, através de seu brilho, a forma perfeita que a energia do guerreiro pode ter. As palavras servem a mente, a mente serve ao sistema, por isso elas, por si não conseguem guiar a energia. Contudo a energia mostra diretamente ao outro como se portar, como se transformar, e é por isso que a figura de um nagual possibilita feitos incríveis a quem dele estiver próximos. O nagual, como exemplo perfeito de impecabilidade, guia energéticamente quem está perto dele, assim também o é com guerreiros no caminho. Grupos de seres com energia impecável podem transformar as pessoas ao seu redor, criar uma massa crítica de transformação, uma revolução energética. Contudo, a energia que ainda não está consolidada, no guerreiro que ainda não é impecável, é suscetível a perda energética pela influência de grupos de pessoas com a energia desequilibrada. Cercar-se de pessoas que estão no caminho reto do guerreiro, estar em permanente vigília e consciência quando no meio de pessoas na torrente ilusória do mundo são necessidades básicas para o caminhante que almeja a evolução de sua energia pessoal no caminho da liberdade total.
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