O fim da linhagem de Don juan, a prisão de Castaneda e o legado das bruxas

  

INTRODUÇÃO

Não consegui dormir de forma tranquila esta noite, ontem fui assaltado por uma informação do espírito que fora impressionante, esta que pode abalar muitos conceitos em mim estratificados pela obra do Nagual Castaneda, e pelo seu fim.

A visão que tive ontem, o assalto fora algo impressionante, além de minha cotidiana visão acerca do mundo e da obra do Novo Nagual, e além de tudo vindo ao encontro de antigas sensações que tinha acerca do legado e da obra correlata a Castaneda, a Cleargreen. Não posso precisar o que vi, nem contestar, então vou narrar apenas, não esperando a confirmação, a aceitação imediata do que escreverei, apenas como forma de cumprir uma das metas impostas pelo espírito a mim, o de deixar fluir todo conhecimento que chegue até mim.

O que acontece é que alguns dias atrás tive um sonho, que diferente de todos os outros, em que guardo para mim por acreditar estar na esfera pessoal, eu compartilhei com algumas pessoas de meu círculo próximo de relacionamento no caminho do guerreiro. Contudo eu não havia entendido por completo aquele sonhar, de forma que o colocarei aqui, a guisa de entendimento, para que todo o liame dos acontecimentos possam guiá-los, da forma que me guiou ao entendimento que hoje tenho. Para quem leu o relato inicial deste sonho, verão que fiz algumas modificações, lembranças normais no decurso dos acontecimentos e de minha recapitulação diária dos eventos, que trago consigo como rotina. Realçarei alguns eventos importantes no sonho, e discorrerei sobre eles em capítulo próprio, para entendimento de todos acerca dos eventos e das revelações que pude ter comigo. Não gostaria de ter tido estas revelações, mas o que o guerreiro pode fazer além de aquiescer ao infinito?

1 – O SONHO

Sonhei que estava em uma fábrica, na companhia de duas mulheres[1], elas me mostravam o ambiente, era um ambiente normal de uma fábrica, cheia de ferros de vigas, de aço, um ambiente escuro, uma mescla entre uma fábrica e um conjunto de cavernas, não havia luz ali, mas de alguma forma as coisas podiam ser vistas com clareza. Não me lembro o motivo que me levou a estar ali com elas, mas me lembro que elas me mostrariam o chefe do lugar, o homem que mandava ali. Contudo, eu percebia uma correria de pessoas, e me concentrava na informação que tocava nos alto-falantes (ou em alguma informação que corria pelas cavernas daquele lugar, que eu não saberia precisar de forma coerente o que seriam) que dizia que alguns prisioneiros estavam sendo soltos. No momento alguma coisa me levava a correr pela fabrica buscando essas pessoas, eu me preocupava com elas de alguma forma.

Neste momento a figura da fábrica se transformava na figura de uma grande caverna escura com diversos vãos dentro dela[2]. Eu então encontrava os dois prisioneiros que diziam tentar escapar. Um estava totalmente perdido, era de cabelo comprido, magro e bem ágil, eu o olhava mas não sentia nem atração ne repulsa por ele, de forma que eu o deixei e foquei minha atenção no segundo, que corria logo atrás dele. Várias formas escuras corriam atrás dos dois, mas de alguma forma eu não dava importância a elas, e sequer elas me incomodavam. As mulheres que me acompanhavam sumiram de minha vista, eu nem me importava de todo.

Então eu encontrei o segundo homem, era um homem mais baixo e forte de cabelos cortados bem baixos, ele me inspirava um certo asco, não dei importância a ele também, ele corria freneticamente com medo das criaturas negras, eu não me importava, me sentia forte e indiferente.

Fio ai que eu encontrei o dono do lugar, com quem as mulheres queriam que eu tivesse. Então ele que parecia um homem branco e forte[3], me dizia que havia um terceiro que queria escapar, mas que conseguiria que ele ficasse ali dando a ele uma coisa que o lembrasse de um sonho, de uma meta que ele deveria atingir. Então ele me mostrou uma pena dourada, que ele dizia ser a pena de um anjo, um pássaro mitológico que aquele terceiro prisioneiro queria muito encontrar, que era o centro de toda a sabedoria de um povo. Ele me dava também uma figura de uma mulher loira, seus cabelos se tornavam as asas do anjo que ele tinha tirado a pena, ele me disse que eu levasse estes dois itens aquele homem do terceiro tipo, e que ele se acalmaria.

Então eu chegava a caverna mais escura do lugar, ali, o homem estava, ele me causava terror, e assim me atraia enormemente a atenção. Era da forma de um homem careca, ou de cabelos grisalhos que transpareciam a sua cabeça, velho, mas parecia forte e sábio, mas alguma coisa nele me fazia lembrar uma aranha. Ele estava ali, triste, mas tinha a força para ir onde quisesse. Parecia que ele iria fugir, e mesmo as criaturas negras tinha medo dele. Então eu lhe dei a pena e a foto da mulher. Ele sorriu, no mesmo tempo eu o vi com a pena na mão e essa pena brilhar. EU olhava o lugar e via na parede um quadro, no momento que eu o olhava sabia que seria um quadro para eu pintar futuramente, mais uma tarefa do espírito, aquele quadro me dava a certeza de estar no mundo dos inorgânicos. 

O homem me olhava, eu sorria para ele e ele começava a passar por entre as paredes, e sua simples menção de atravessá-las as quebrava, contudo, ao invés de usar isso para fugir, ele esculpia uma forma, não era a forma de um anjo, ou um altar aquela pena, mas pelo contrário era a figura de um ser assustador, como um enteal das figuras de Tolkien, uma cara retorcida por entre as paredes de pedra pones daquelas cavernas, era como se ele me emitisse um silencioso alerta dos perigos que rondavam aquele lugar. As paredes da caverna onde ele estava pareciam responder a vontade dele, então ele se voltava para um canto, e sentava-se em um grotesco trono cheirando aquela pena dourada brilhante. Ele me dizia que essa pena estaria no meu quarto quando eu acordasse, que ela me seria útil um dia.

Então vi que ele era um prisioneiro e que tinha a chance de fugir mas não quis, ele tinha barganhado com o dono daquele mundo e ficado ali. Eu tinha pena dele, trocou a liberdade pelo poder. Quando pensei nestes termos, acordei.

No chão do meu quarto tinha uma pena, havia caído de meu chapéu, mas era uma pena de uma águia que eu tinha achado há uns tempos na universidade.

2 – O DESPERTAR E O ATAQUE

Então, caros amigos, as coisas tranquilizaram-se depois daquele sonho. Ele precedia os sonhos que alguns amigos combinavam ter juntos no período de lua cheia. Várias pessoas que conheço estão intentando neste período específico, por algum motivo, que não me cabe aqui falar. Nos dias que se seguiram tive alguns sonhos lúcidos, onde alguns embates com seres inorgânicos se faziam, de forma que identifiquei em meu duplo luminoso uma agressividade sem igual.

No dia de ontem então as coisas se ajuntaram e minha energia conseguiu juntar fragmentos de algo intensamente revelador, o destino de Castaneda, o real papel da Cleargreen e dos passes mágicos novos criados depois do Nagual e as feiticeiras do Nagual (o batedor azul, Blue Scot e Carol TIggs)

O tema é complexo, e não posso falar em fatos concretos, por óbvio que a concretude é algo totalmente fora do contexto da feitiçaria, então tenho que contar apenas com o meu ver, que de alguma forma e por algum motivo, que não pretendo entender agora me levaram a uma séria de visões desconexas que se conectaram da forma que se segue no relato.

Vamos então por partes e entenderemos toda a controversa questão que se apresentou a mim por algum motivo. Primeiro falemos sobre o destino de Castaneda.

O nagual veio a mim e me falou que eu juntasse as peças para entender as verdades que estavam me cercando. Não era de fato importante os detalhes pessoais dos feiticeiros, sejam eles quais forem, que nos precedem na história, contudo, a sua história no trato energético é de extrema importância. Ele me deu a ordem precisa que eu necessitava para ajustar minha energia e “sintonizar” o meu Ponto de Aglutinação no ponto preciso do conhecimento que ele queria me mostrar, então tudo aconteceu automaticamente.

O mais impressionante no processo, é que tudo aconteceu de forma tão forte, que senti as sensações físicas que sentimos ao ingerir alguma planta de poder. Me corpo abaixou a sua temperatura subitamente, senti frio, um frio intenso, me corpo começou a tremer, minha vista turvou-se, quando fui ao espelho, preocupado, minhas pupilas estava superdilatadas, de uma forma que só tinha visto na presença da ayahuasca. Eu via as coisas com clareza, parte de mim tinha medo, mas a outra seguia em frente. Neste momento me senti duplicado, um ser emergiu de mim, e entendi tudo completamente. Voltei aquele lugar de sonho, e soube imediatamente que aquele ser, quase como uma aranha era o Castaneda, preso em uma caverna escura de um mundo que todos conhecemos, o mundo dos inorgânicos. Ele tinha ficado preso por conta da obsessão que criara naqueles serem com relação a sua energia. Ele ainda olhou para mim e me viu, eu senti que as duas mulheres sabiam que eu estava ali, imediatamente minha visão voltou ao mundo normal. Meu ser comum havia despertado.

O nagual me mostrava que isso era possível por conta de minha energia duplicada. Então eu sentia aquelas mulheres me perseguirem, mas alguma coisa as impediu. No mesmo momento vi a figura daquele decrépito e velho Castaneda sorrindo para mim naquela caverna escura, e entendi o recado daquela escultura. Ele me falava que já era parte daquele mundo. Eu então entendia que ele havia sido sugado para aquele mundo por um plano bem arquitetado, de forma que alguns fatores o levaram a estar ali.

Vi tudo que havia acontecido com ele, mas ainda estava incrédulo, minha mente ainda hesitava. O frio em meu corpo aumentava, sentia a presença de duas feiticeiras querendo me atacar, mas algo as impedia.

 2.1 – O destino do novo Nagual Aranha

Então vi a história:

O batedor azul, Blue Scott, havia sido propositalmente colocado no caminho de Castaneda para tirara a sua energia. De alguma forma ele sobreviveu aquele ataque, mas ligou-se de forma neuvráugica aquela energia inorgânica. Desta forma, por algum motivo, aquele inorgânico foi colocado em um corpo físico. Então Blue Scott foi parte do grupo físico de Castaneda, como inorgânico, com o objetivo de leva-lo a desviar-se do caminho e cair na armadilha daquele mundo, que por algum motivo queria um nagual da linhagem de Don Juan. Além disso, Carol Tiggs, havia sido um ser que havia voltado do mundo dos inorgânicos, e como mulher, havia barganhado para ficar naquele mundo, sabendo das poucas chances que tinha de sobreviver de outra forma. Então as duas feiticeiras deram um jeito de separar Castaneda de tudo que o pudesse levar a liberdade, inicialmente o afastando do grupo original, La Gorda, as meninas e os Genaro, e depois do homem que salvou a vida dele, Lee.

Então elas sugaram a sua energia, e deturparam parte de seu ensinamento. Elas usaram os poucos passes mágicos originais do grupo do Nagual[4] para criar uma propensão energética em grandes grupos de pessoas com o objetivo de leva-las ao contato com o mundo daqueles inorgânicos. A corporação era uma homenagem ao musgo verde da energia dos corredores do mundo inorgânico.

Então elas desviaram o nagual do caminho, deixaram que ele perdesse a chance de equilibrar-se, fizeram dois homens do grupo que comporia o grupo de libertação do nagual se perderem no sonhar, e levaram o nagual por fim aquele mundo, onde elas acreditam, com toda certeza, que a evolução do homem vai ser melhor acomodada.

Para elas nada disso foi maldade, elas realmente acreditavam que aquele mundo dos inorgânicos é um destino em si, que deve ser alcançado, a despeito de tudo que Castaneda recebeu de ensinamento do seu mestre da liberdade, Don Juan.

Sei que estão assustados a este tempo, com o que narrei, mas imaginem como fiquei, aqui, sozinho, recebendo todo esse bloco de informação e ainda sentindo-me atacado por aquelas feiticeiras apenas por ter adentrado aquele mundo e visto aquela realidade deprimente do Nagual, fruto da mesma prisão dos antigos.

Neste momento, em minha casa, senti minhas pernas bambearem, resolvi dormir, mas antes resolvi pesquisar o tema na internet. O que me aparece foi um grito de confirmação do espírito sobre o que havia visto, uma entrevista com um homem, Luiz Carlos Maciel em 8 de julho de 2005, onde ele cita grande parte destes incidentes nos fragmentos que transcrevo aqui. Esta entrevista foi retirada do livro “A fresta entre os mundos”, que disponibilizarei aqui para download. Então, imaginem a minha estupefação ao ler isto tudo, mas concluam por vocês a voracidade destas palavras.

2 – FRAGMENTOS DA ENTREVISTA[5]

[...] LCM: É. Eu traduzi A Roda do Tempo, que já é um livro da última fase do Castaneda, da tensegridade, que cá entre nós, eu não simpatizo muito com esse negócio de tensegridade. Eu inclusive coloquei muito em questão isso, e o pessoal da tensegridade ficou chateado comigo. Porque é uma reviravolta muito grande no que eu estava acostumado a conhecer do pensamento do Castaneda. Quando eu soube que começou aquela papagaiada de fazer seminário em Los Angeles cobrando quatro mil dólares por pessoa.

LCMJ: E às vezes com a presença dele.

LCM: E ele só aparecia. Ele não fazia nada, só aparecia. As bruxas tomaram conta dele, tomaram conta de tudo. Principalmente a chefa, que é a misteriosa Carol Tiggs.[...]

LCMJ: Você conheceu o Castaneda ou alguma das guerreiras pessoalmente?

D: Cara, que loucura isso!

LCM: O Castaneda, só na segunda atenção. (Risos)

LCMJ: Mas então você vê uma importância maior na obra inicial, na primeira metade daobra.

LCM: Sim, sem dúvida nenhuma. Os últimos livros eu acho que além de tudo não são tão bem escritos quantos os primeiros livros de Castaneda.

LCMJ: O estilo mudou muito, né? Aqueles seriam relatos do que ele lembrou na segunda atenção.

LCM: Mas isso a partir de O Presente da Águia, que volta o Don Juan, volta tudo. Mas a influência das feiticeiras é só nos finais, eu acho que A Arte do Sonhar em diante, O Lado Ativo do Infinito, aqueles fatos, eu acho aquilo uma verdadeira, como diria a minha amiga Maria Carmen Barbosa, cenoura na canja, eu acho que aquilo não tem nada a ver...

LCMJ: Você sabe que o Castaneda se torna mestre de kung fu, ele teve um baque de energia no meio do caminho, e ele oferece O Fogo Interior ao mestre Lee, que teria sido um mestre de kung fu. Você até especula isso numa introdução.

LCM: É, eu conheci o mestre Lee.

LCMJ: Você conheceu o mestre Lee? Não seria uma tentativa de fazer uma espécie de taichi?

LCM: Não. Eu conheci o Lee. A Nina Kirchman em São Paulo organizou a vinda do Lee, ele andou viajando, foi à Argentina e esteve aqui. Ele deu uma palestra em São Paulo e depois ele fez aqui no Rio também. E o pessoal da tensegridade ficou com o pé atrás. Porque ele é crítico da tensegridade, embora... eu tive papos com ele, nas três vezes que ele esteve aqui eu saí com ele.

LCMJ: Ele é chinês?

LCM: Ele é chinês.

LCMJ: E ele foi mestre de kung fu do Castaneda?

LCM: É, ele foi terapeuta e ensinou o kung fu. O negócio dele é ervas, dieta, massagens e exercícios. E ele fez um método pessoal dele lá.

LCMJ: Agora, e se realmente o Don Juan ensinou os movimentos pro Castaneda? Ele estaria resgatando algo da cultura autóctone americana.

LCM: É, ele ensinou pro Castaneda, mas não na quantidade que há agora. Aliás, é assumido que eles aumentaram.

LCMJ: Tem uma das guerreiras que é um ser inorgânico que veio ao mundo pela energia do Castaneda, a Blue Scout, o Batedor Azul.

D: Caraca!

LCMJ: Ela é uma das mulheres que dava o curso, que falava, tem uma série dela...

LCM: A Carol Tiggs!

LCMJ: A Carol foi e voltou. E a Blue Scout é um ser inorgânico. Porque segundo ele existem seres inorgânicos.

D: Jesus, Maria, José!

LCM: Segundo o Lee, a Carol é um ser inorgânico.

LCMJ: Então ela não é a primeira Carol, aquela mocinha, porque ela teria que ter ido com o grupo de Don Juan. Isso tá n’ A Arte do Sonhar, que ele foi com ela e depois ele voltou sozinho do outro mundo. Depois ela ia reaparecer.

LCM: É outra Carol Tiggs, não é a Carol Tiggs original, que, segundo Lee, é um ser inorgânico. O Lee disse que conheceu Castaneda porque ele tinha um lugar onde ele fazia terapia e ensinava kung fu em Los Angeles. E o Castaneda apareceu lá muito mal, com um nível de energia baixíssimo. Ele tava caindo pelas tabelas. Isso aconteceu depois dofracasso do Castaneda em comandar o grupo de guerreiros que continuasse a tradição de Don Juan. Ele foi abandonado por todos, isso tá no Presente da Águia. Todo mundo achou que ele era incompetente, que ele era um nagual de merda, e abandonaram ele.

LCMJ: Eu cheguei a pensar que esse grupo continuou com ele escondido.

LCM: Nada! Romperam! Então o Castaneda entrou nessas condições, e ele tratou do Castaneda sem saber que era Castaneda. Ele nem sabia quem era Castaneda, ele não tinha lido nada do Carlos Castaneda. Aí o Castaneda ficou bom. E escreveu O Fogo Interior, e dedicou pra ele. Levou o livro de presente com a dedicatória, e aí então soube que aquele era o Carlos Castaneda, por causa daquela dedicatória. Aí o Lee passou a ler os outros livros. E estabeleceu uma relação de amizade com o Carlos Castaneda.[...]

LCMJ: E o negócio da Carol Tiggs?

LCM: Aí a Carol Tiggs, quando ela dominou o Castaneda, com a ajuda das outras duas bruxinhas, a Taisha e a Florinda, aí então ela proibiu o Castaneda de continuar sua amizade com o Lee. Você veja que, depois da morte do Castaneda...

LCMJ: O Castaneda morreu? Ou entrou em terceira atenção?

LCM: Morreu ou está na segunda atenção com seres inorgânicos.

LCMJ: Na terceira atenção você acha que ele não entrou?

LCM: Não, absolutamente.

LCMJ: Que ele fracassou?

LCM: Ele fracassou. Segundo Lee ele está preso na segunda atenção como escravo dos seres inorgânicos.

LCMJ: Desde o início Don Juan acusa ele de ter uma relação mais parecida com a dos antigos videntes com os seres inorgânicos, algo mais perverso, mais pervertido, que não permitiria a libertação.

LCM: Eu não sei se foi isso. A própria tensegridade diz que se você não pode entrar na terceira atenção, você pode ir pra segunda atenção ficar com nossos amigos seres inorgânicos.

LCMJ: Isso tá no livro da tensegridade. Os Passes Mágicos. Mudou totalmente. Isso pro Don Juan, nos livros iniciais, era a pior coisa, que ele criticava, aqueles videntes antigos, que viraram como árvores, e ficaram milhares de anos. [...]

LCM: Isso que segundo o Lee teria acontecido com o Castaneda. O Lee me disse assim: “Se as bruxas tivessem deixado ele me encontrar ele não teria morrido, tava vivo até hoje. Porque eu cuidava dele e botava ele bom. Mas elas não deixaram porque queriam que ele fosse pra apanhar a consciência dele na segunda atenção.”

LCMJ: No livro da Florinda ela se coloca como mocinha aprendiz de Don Juan, ela teria conhecido Don Juan em 68 mais ou menos.

LCM: Não, mas ela não é desse grupo. A Carol Tiggs é que é um ser inorgânico, e conseguiu... A Taisha também não é... [...]

LCMJ: A Travessia das Feiticeiras conta o aprendizado da Taisha.

LCM: Foram as duas que escreveram livros.

LCMJ: Você conheceu a Ana Catan?

LCM: Conheci.

LCMJ: Ela foi realmente discípula do Castaneda?

LCM: Duvide-o-dó!

LCMJ: Mas no seu prefácio você admite como muito possível isso.

LCM: Sim. Eu fui amigo dela, ela me pediu o prefácio. Sei lá, pode ter sido tudo uma coisa de segunda atenção.[...]

LCMJ: A gente tá botando isso como buraco da agulha e tal, mas o próprio Castaneda fala que assim como a tendência do ovo que foi galado é quebrar e nascer o pinto, nós somos um ovo luminoso cuja tendência natural é quebrar e nascer o pinto, que dizer, é expandir. Só que essa expansão não é feita até por um condicionamento social, o que a gente considera ou como as nossas lutas verdadeiras sociais e tal, seriam distrações pra essa evolução que seria natural. Natural é complicado de dizer, mas digamos, seria uma tendência energética. O que você pensa sobre a hipótese dos flyers, dos voadores? Porque segundo Castaneda o grande desafio da humanidade seria se livrar deles, porque eles se alimentam da nossa energia, vampirizam a nossa energia. Isso depende de ver.

LCM: São os aliados.

LCMJ: Mas são os aliados maus, que sugam a nossa energia.

D: Depende da relação sado-masoquista também.

LCMJ: Segundo ele, a humanidade tem uma mente instalada, que leva a humanidade a ser tão inteligente e tão estúpida ao mesmo tempo. Essa instalação forânea, alienígena que se alimenta da gente.[...]

CONCLUSÕES

Caros amigos, entenderam a confirmação que o universo me deu. Não é pura coincidência, nada é no caminho do guerreiro, tudo é um presságio, é a orientação pura do espírito.

EU já estava nocauteado ao ler tudo isso, somado ao que eu havia visto em minha visão, isso era a prova final de algo monumental, algo estratosférico que não sei se conseguirei juntar no decorrer de minha jornada. Meu estômago girava na hora, eu estava em frangalhos, a única coisa que ainda me restava era dormir e repousar meu corpo, sem sonhos, sem visões, eu esperava, pelo menos por aquela noite.

Foi então que cheguei no quarto, e ao entrar me deparei com minha pena, aquela do sonho, ela estava toda amassada, como se alguém a tivesse amassado com as mãos, mas não conseguido destruí-la. Era o gole final. Eu arrumei-a, deitei em minha cama, e dormi um sono sem sonhos, escuro, triste, e sem atenção.

Intento amigos... 

(o download do livro que cito a entrevista e que tem várias outras coisas importantes está na nota de rodapé ao final do texto)

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[1] Eu vinha tendo sonhos recorrentes em que duas mulheres, feiticeiras me mostravam certos lugares, passavam certos ensinos, mas não sabia ao certo quem eram essas mulheres, esta questão foi abrindo-se até que eu tivesse um panorama total sobre o conjunto da obra.

[2] Neste momento eu já tinha a impressão de estar no mundo dos inorgânicos, daquele mundo cheio de cavernas, daquele corpo narrado um dia por Castaneda em seus livros. Eu já estivera ali algumas outras vezes, mas a realidade daquela visita era única.

[3] Ele tinha o domínio sobre o local, de forma que eu não conseguia distingui-lo do próprio local.

[4] Estes originais estão listados no Libro Purpura.

[5] Retirada do Livro A fresta entre os mundos, Luis Carlos de Morais Júnior. P. 202-220 (download aqui: http://pt.scribd.com/doc/78376624/Carlos-Castaneda-e-a-Fresta-Entre-Os-Mundos)