O fim do sonho dos antigos

Eu estava sendo compelido a escrever sobre o passado, mas não entendia o porque, sempre defendi a contemporaneidade dos conhecimentos práticos. Uma voz me disse como em um rompante que não escolhemos o que dizemos, como dizemos, apenas protelamos e podemos escolher quando dizemos, mas como em um fluxo constante de conhecimento, quando este nos chega, devemos deixar de tentar represar a água, pois ela causará estagnação em todo o fluxo energético de nossa vida. Eis que a limpeza para uma nova etapa viria desta escrita. Me disse ainda a voz que entender o passado é deveras importante em todos os caminhos porque o universo, apesar de estar em constante movimento, funciona em ciclos, como as ondas do mar, como as estações, como os dias e noites. Me falou que existem ciclos pequenos e ciclos também de todos os tamanhos, alguns ciclos foram internalizados em nossa cultura por meio do calendário dos dias, anos, horas, segundos, os pequenos e grandes ciclos. Mas que não tínhamos conseguido entender ainda os grandes ciclos, que transcendem as gerações de seres humanos, aqueles ciclos maiores que a compreensão das próprias civilizações, os ciclos que nenhuma civilização passou inteira, o primeiro ciclo é o grande ciclo de transformações, que rege-se em termos de vidas humanas em 49 gerações de pessoas longevas. Este ciclo, um ciclo imperioso, sempre se divide em três etapas de 16 gerações, que são os ciclos médios, e encerra-se em um pequeno ciclo de uma geração. Estes são os tempos cíclicos de transformações para humanidade, ciclos de transformação grandes, médios e pequenos. Os ciclos descobertos pela civilização são apenas ciclos menores, pequenos ciclos que refletem a efemeridade da possibilidade de observação do homem em sua natureza imediatista, que se preocupa, em geral, apenas nos ciclos que viverá. Estes ciclos que me foram falados acontecem considerando-se as gerações em seres plenos viventes entre 80 e 90 anos, então fiz as contas.

Os grandes ciclos acontecem a cada 3.900 anos em média, nestes ciclos me foi dito que grandes transformações acontecem, e o tempo médio em que os antigos perceberam que move-se o ponto aglutinativo da própria Terra, que redunda em um movimento da própria humanidade. Quando o velho nagual dizia que não poderia inaugurar um novo ciclo na Terra ele estava certo, ele sabia que não poderia fazer nada que não fosse esperar, aguardar e enfrentar a batalha de seu tempo. A cada um de nós é possibilitada a compreensão e o regozijo de poder lutar a batalha de nosso próprio tempo, e não mudar os ciclos universais. Ele estava no fim de um ciclo, e sabia disso, estava em uma etapa final de um grande ciclo, era uma grande sorte viver isso para qualquer guerreiro. O último que tinha vivido isso antes dele o tinha feito nas eras pré-históricas há 4.000 mil anos atrás. Ele sabia que deveria entregar as chaves para o pequeno ciclo intermediário do que viria com o novo nagual, Castaneda, um pequeno ciclo de cerca de 80-90 anos que precederia a partida do velho nagual. Se contarmos que o velho nagual partiu na década de 1980, temos que estamos dentro deste pequeno ciclo de fechamento dos 4.000 anos, que deverá redundar em nosso calendário em uma transformação entre 2050, talvez no ocaso de nossas vidas o ciclo terá se findado e enfim teremos como civilização acordado, seja pelo amor ou seja pela dor, do sonho daqueles antigos há 4000 anos atrás.

Eu então entendi que deveria falar sobre tudo isso, falar o que me fora mostrado naquele dia, pois a partir daquele dia que guardei isso para mim tudo virou um mar de nada, de não sentir, de não falar, de não saber, de não querer nada que relacionasse a este mundo espiritual que me tanto é caro em minha jornada. Importante foi represar para sentir a força desta torrente da qual sou apenas instrumento. Olhei aquele passado e senti medo, confesso, medo por todo o quadro que fora desenhado daquele mundo passado.

Me mostraram naquela visão um mundo antigo, talvez naquelas histórias antigas do reino perdido de Atlante, um mundo onde o mistério parecia mais próximo, onde parecíamos estar mais conectados. Naquele mundo, aqui na Terra, como é no universo, a energia feminina era a primazia por todas as energias, ela era a maior parte, parte dominante, e conseguia reger uma linha mestra que ligava a nossa civilização ao universo incomensurável com uma clareza que era extremamente peculiar. Os homens como uma energia peculiar no universo, mas belicosa e instável, competitiva, era relegada a funções secundárias voltadas para o foco. A energia das mulheres como infinita, como de uma ligação plena com o universo, era a energia que regia a criação de todas as coisas, que eram pintadas com a tonalidade da luz da energia masculina, em um perfeito equilíbrio. Nas complexidades daquele mundo se entendia que a regência das coisas deveria ser dada para a energia feminina, a base da pirâmide do conhecimento era dada por energia feminina elas eram batedoras cósmicas, sem apego e sendo energia que permeia primazmente a tudo, ela viajava sem se perder no universo. O homem era a energia que dilapidava os conhecimentos.

Mas a energia belicosa do homem não sentia-se bem neste mundo, alguns entendiam e outros se viam como especiais e acreditavam, graças ao seu cerne belicoso que deveriam comandar, que deveriam reger e determinar. A energia agressiva do homem fez com que um pequeno grupo de antigos começassem a empreender jornadas pelo universo, em locais diferentes do que era convencionado pelo mundo antigo. Nestas jornadas encontraram um mundo diferente, regido por uma energia masculina, um tipo diferente de mundo mais voltado para a organização, razão, para algo que era relegado à secundário no mundo da Terra daqueles tempos. Os antigos do conselho dos sábios acreditaram que aquele seria o mundo do futuro da Terra. Então começaram a criar laços com aquele grupo de seres dos confins do universo, e assim criaram uma ponte para nosso mundo Terra. Aos poucos, minando a estrutura matriarcal que regia o mundo naquele grande ciclo antigo, antes dos 4000 anos que passaram até hoje, fizeram com que o movimento da Terra que eles sabiam muito bem naquele tempo, fosse guiado pelo movimento de toda uma civilização, convencida pelos sábios, ao ponto da razão.

Eles sonharam um mundo, sonharam uma realidade, e sonhando criaram o sonho que é a base desta civilização. Nos aproximamos cada dia mais aquele mundo que eles visitaram naqueles confins do universo. Ainda posso ver o que é aquele mundo, como uma grande metrópole, prédios gigantescos, ausência de vida biológica, como nos filmes futuristas de um mundo tecnológico, assim é a cultura daquele mundo estranho, morto e sem vida que visitamos, o melhor aspecto do representado na Matrix, aquele mundo robótico e sem vida, sem alma.

O grupo dos antigos gestacionariam um sonho, guiados pelos seres que fizeram o pacto, romperam com a sociedade regida pela energia feminina e antiga, romperam e conseguiram, utilizando-se da linguagem e a razão romper os antigos sistemas e os antigos mundos. Na grande passagem da mudança que aconteceu há um pouco menos de 4000 anos, os mundos antigos se foram, restaram apenas rudimentos que após tempos e tempos eram lembrados por construtores em seus segredos familiares, que fizeram traços de suas lembranças em civilizações já de nosso grande ciclo em diversas partes do mundo, por isso aparentam igualdade as ruínas das civilizações antigas já de nosso tempo. Mas as ruínas do mundo antigo já se foram, já se perderam, foram soterradas como parte da modificação da realidade que vivemos. Mudamos a percepção de todos, o âmbito de possibilidades, o âmbito de ação e de visão de tudo.

Hoje vivemos o sonho dos antigos, alguns deles ainda sonham este mundo, ainda estão sonhando este mundo em um plano diferente, Sonharam cada detalhe do que aconteceria e ficou acordado que eles só acordariam após este ciclo, e estariam libertos para seguir a sua jornada. Os sonhos deles ainda regem o nosso tempo, as nossas vidas, apenas nos libertamos deste sonho quando tomamos consciência de nossas possibilidades e acordamos para a verdadeira realidade.

Quando sonhamos acordamos temporariamente deste sonho dos antigos, e podemos ver o mundo como ele é. Mas como somos sugados em nossos dias para alimentar este sonho e rumar ao destino previsto por eles, não temos força para usar nossos sonhos. E assim ficamos presos no ciclo dos antigos. Apenas ao fim deste ciclo a humanidade estará liberta, mas alguns já começam a sentir o efeito do pequeno ciclo do final desta era.

As vezes ao olhar para as casas, para as pessoas, para as árvores, muitas vezes estou sentido a ruptura da rede da realidade, sinto claramente a teia frágil deste sonho e até vejo os rostos dos antigos, ora vejo até as lágrimas em seus rostos pelo fardo que trouxeram as gerações, mas compreendo que tudo foi por um objetivo muito maior, que ainda compreendo de minha forma como sendo uma barreira para buscar os que podem evoluir.

Ao longo da história algumas civilizações descobriram todo este segredo, e voltaram toda a sua força para acordar deste sonho, mudar o PA de toda a sua comunidade, ou civilização e partirem junto para além deste sonho, para além do mundo de ilusão. Civilizações inteiras partiram deste mundo, quando encararam o sonho que é esta vida, recusaram-se a permanecer neste pacto e se foram para outros mundos.

Alguns seres vieram depois deste tempo nos alertar deste sonho, mas ao invés de usarmos este conhecimento para nos abrir para as possibilidades e partirmos deste sonho dos antigos, tornamos como civilização os dogmas antigos, dos sete antigos, em crenças, em linhas de conhecimento deturpados pela característica masculina da dominação dos antigos. O antigos, em seu sonho, conseguiram fazer essas linhas, as sete linhas de libertação, parte de seu sonho e parte de seu mundo. Uma magia poderosa que cooptou este conhecimento e transformou no que são as religiões hoje, fontes de opressão e dominação. Os antigos foram transformados em símbolos da manutenção da transformação. Todos os antigos reforçaram o poder das mulheres na transformação de nosso tempo, na volta a um mundo como o de outrora.

A própria linha de Don juan, derivada de uma das sete linhas, mas com maior pureza, falava da facilidade do trânsito das mulheres para aquele mundo original, a mulher nagual e sua facilidade de ir para aquele mundo, sendo o farol e guia de grupos pequenos de guerreiros.

Um grupo de guerreiros era composto em sua maioria de mulheres, o poder puro do universo, a chave do conhecimento. Cada grupo era a criação e a gestação de um sonho da liberdade. Um sonho que suplanta o sonho deste mundo de ilusão, um sonho que permitia a libertação dos grupos de guerreiros. Assim gerações puderam ir para aquele lugar mágico, aquele lugar que entendi ser o Domo dos Naguais e agora entendo o que é!

O Domo dos Naguais é o nome de um grupo de resistência, um grupo antigo que mantém as civilizações libertas antigas como era antes do sonho dos anciões. Um lugar de liberdade onde é permitido ver e sentir o nosso mundo como era antes da mudança acontecida nos tempos atrás. Por isso ali encontrei guerreiros de tantos locais, os guerreiros e pessoas que conseguiram, isoladamente ou em grupo, fugir deste mundo de ilusão, deste sonho portentoso criado pelos antigos e pelas criaturas daquele mundo escuro e distante.

O tempo cede ao poder, o poder rege as transformações, há sempre um entreposto de silêncio e calmaria entre os mundos, nas etapas entre as transformações. Estamos naquele período intermediário que muitos não entenderam antes da era da dominação antiga, uma etapa de mudanças que começou pouco depois da partida do novo nagual Carlos. Seria demais pensar que as mudanças do mundo inteiro seriam regidas pela linhagem de Don Juan, e claro que isso não é uma verdade, o que acontece é que aquela linhagem sabia para além de nossos calendários - só capazes de saber de feriados, de anos e de estações – aquela linhagem sabia plenamente como seriam as eras de transformações e liam os sinais no tempo. O sinal de Castaneda foi um sinal de alegria por estaria para chegar o fim de um grande ciclo, e anunciava que o grupo de Don Juan era o fim do terceiro ciclo médio, e indicaria as dificuldades que passaria a civilização naqueles anos após a chegada e depois da partida de Castaneda. Para isso o grande presente daquela linha de conhecimento originada dos sete antigos e preservada em sua pureza foi este conhecimento complexo que pode nos guiar e dar sobriedade e um mapa para nos guiar para além deste sonho que não aceitamos sonhar, pra além desta ilusão que não aceitamos e não tomamos como única possibilidade nesta Terra.

Percebam a amizade entre humanidade e plantas psicotrópicas voltando, a ampliação do conhecimento místico, tantos sinais, tantos após 2012...

A tendência agora é a caminhada para os tempos finais deste sonho, e quem sabe, em um novo ciclo, a libertação....

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