E agora José que o mundo não acabou?





E agora José que o mundo não acabou? É uma pergunta que os aficionados por cataclismos estão se fazendo desde aquele dia 21-12-2012. Foram dois anos que haviam se passado com toda uma expectativa por conta do tão falado calendário maia, que findar-se-ia naquele dia que se passou. Não haviam contudo nenhum especialista que falaram sobre uma profecia que dizia que o mundo acabaria, não haviam textos maias, escrituras ou nada que relacionasse o dia a um evento cataclísmico, havia apenas o interesse do capitalismo em mais uma oportunidade para vender, para alienar, para manter presos a ilusão um rebanho que há muito esqueceu-se de sua conexão com a natureza. Foram dois anos, 2010 e 2011, afora o ano de agora, 2012 de muitos filmes, documentários, rios de livros, entrevistas, eventos, especulações, pessoas estocando comida, guardando dinheiro, escondendo-se em fazendas, bunkers, alimentados pela mídia feroz que via no evento um poço de oportunidades. De um lado estavam os céticos, argumentando que não haveria fim, sedimentando a sua crença em física, astrofísica, matemática pura, não haveria, segundo defendiam, nenhum evento que dizimaria a vida na terra. De outro lado estavam os crentes, estes acreditavam no arrebatamento, no fim dos dias, do julgamento final, da colisão com Nibirú, um planeta desconhecido até hoje, alguns dias passados da data prevista de colisão. Ambos os lados digladiavam-se em uma luta fomentada por argumentos de ambos os lados, divulgados a todo o tempo pela mídia global, um dos pilares do mundo social em que vivemos.

Enquanto as brigas aconteciam, e discutia-se o sexo dos anjos quanto ao fim do mundo, alguns poucos entendiam a magnitude do que apontava o calendário maia, o fim de um ciclo, de uma era, de uma estação vivida pelo homem, pela raça humana, assim como finda-se a primavera e vem o verão, assim como acabam as flores e vem o calor, e bem como vem as folhas amarelas, e como vem o vento gélido que nos esfria os ossos. Os povos nativos de nossa América, o povo ancestral de nossa Pacha Mama, viviam sem o conceito de tempo em que vivemos, o conceito linear, controlado por um calendário fechado, por uma numeração sem fim, números que pouco indicam além dos dias que temos que comprar presentes, o dia em que temos que ir a festas, o dia em que temos que acordar cedo, ou o dia em que podemos descansar. Este conceito de tempo não existia para aqueles povos que marcavam o tempo em calendários sim, mas precisando os ciclos que existem naturalmente na natureza. Há tempo para tudo na natureza, para as flores, para o vento, para os frutos, e para a seca, há tempo para o nascimento e para a morte, há tempo para o orgânico e para o inorgânico. Aliás, se me permitem um parêntese, quero falar sobre o tempo e a vida. Hoje tive uma visão sobre a cruz ansata, a cruz egípcia. Ela tem em sai a representação do que é a vida. A parte superior da cruz forma um círculo, este é a representação da nossa vida, um pequeno círculo onde saímos da fonte e retornamos a ela, um tempo finito, que acaba-se, esta parte da cruz é a representação da vida orgânica. Após esta passagem e antes, existe a representação da cruz. Ela representa os caminhos que cada um de nós podemos seguir. A direita ou a esquerda, caminhos pequenos, caminhos do desequilíbrio, igualmente limitados, o bem e o mal em excesso. Por outro lado, a parte central da cruz representa o grande caminho do equilíbrio, o caminho longo que nos leva a plenitude, e que deve ser atingido para o momento de nossa partida da vida orgânica, para o fim de nosso ciclo neste mundo. Assim também, voltando aos nossos antepassados deste continente, os maias viam o mundo e o tempo, como um conjunto de ciclos da natureza, eles viam o tempo como a natureza o faz, de acordo com os ciclos que se erguem e se findam.

Desta forma criou-se há tempos atrás um calendário deito por este povo, em que era previsto o fim de um ciclo de sombras, em que voltaria a brilhar a luz para todos. Este seria o fim do calendário. O nosso mundo por tempos ficou imerso em uma certa luz, e imerso nela fomos assolados, estamos assolados por bestas que vieram aqui por conta de nossa luz. Como luminárias em uma parte escura do universo em que estávamos atraímos aquele povo que nos está dominando por gerações, e seria em 21-12-2012 que a luz começaria a iluminar mais uma vez a nossa raça e assim, o que deveria ser comemorado neste dia especial é a abertura de novas possibilidades para a nossa libertação como uma raça que um dia já foi liberta. Enquanto uns poucos que sabiam que a data era o símbolo de uma nova era que está se abrindo, muitos foram iludidos mais uma vez pelo mundo social, pelos nossos dominadores, e acreditaram em mudanças físicas, em destruições, em uma hecatombe sem tamanho, queriam acreditar no fim, e assim, guiados pela mídia sedenta pela dominação, perderam de vista a verdadeira mudança que estava operando-se. Nos sonhos pessoas recebiam mensagens, encontravam-se com seres de outros mundos, viam portais se abrindo, nos sonhos era dito que havia uma revolução a ser iniciada, mas não uma revolução física, uma revolução energética, uma nova era de possibilidades em termos energéticos. Não é fácil iluminar as mentes, iluminar uma raça que esta afundada em trevas por tanto tempo. Não falo de trevas de bem ou mal, não é essa dicotomia que quero referir-me, quero dizer sobre a sombra da inconsciência, a sobra da dominação, a sombra que são os voladores. Um novo alinhamento se faz em nosso planeta, e aos poucos as coisas irão mudar, a força da dominação está diminuindo, minguando, apesar de eu sentir que o golpe dado pelos dominadores deturpando a mensagem que deveria ser divulgada pelo calendário maia vai atrasar o início de uma evolução acelerada, de uma consciência global na raça humana. De furor global, o fim do calendário maia transformou-se em uma piada nos veículos de comunicação e pouquíssimos foram os que viram as verdadeiras mudanças no mundo.

Eu vi vários portais abrindo-se em conexão com o nosso mundo, vi energias fluindo e conectando-se comigo, foi maravilhoso, mas de uma certa forma aterrador. Da mesma forma que uma gama incrível de possiblidades se abrem frente ao nosso destino, uma gama de desafios também surgem. Da mesma forma, há tempos distantes, em uma outra estação, em um fim de um outro calendário, entramos na época de trevas, esta época, também de abertura de diversos portais, foi um tempo em que muito conhecimento brotou para os que buscavam, os feiticeiros antigos ergueram um templo de conhecimento mágico muitos dos conhecimentos em que ainda hoje bebemos. Contudo, junto com este conhecimento vieram criaturas que barganharam a nossa liberdade, de forma tão doce e arquitetada que ainda hoje somos seus escravos, seres que fizeram de nosso mundo a imagem e semelhança de seu próprio. Para quem quiser esta história ver, aponte o seu ponto de aglutinação para aquele mundo, cinzento, morto, cheio de ferro, concreto, destruído e sugado até seu último recurso, assim como o mundo que estamos seguindo para construir, ou destruir.

Mas e o fim, onde está? Não está ainda, nem começou a acabar e talvez não se acabe por muitos anos, mas o fim da raça humana pode estar perto, muito perto, o fim de nossa existência, esta que sempre reside por um fio, dependerá unicamente de cada um de nós, como sempre dependeu, a escolha entre utilizar este novo tempo, as novas vias de acesso para ascender como raça, ou para definhar de vez nas mãos de nosso pior inimigo, a inconsciência, esta que nos leva aos confins da nossa ignorância, energias de um poder sem fim dominados, escravizados e agradecidos, ajoelhados em frente a seres que por eras nos tratam como gado de abate, e quando assim o falo não uso de nenhuma metáfora, pois é esta a mais pura realidade de quem quer que veja, e como disseram há muito tempos, quem tem olhos que veja, está ai, acessível para todos, disponível para qualquer consulta, a qualquer hora, basta apenas, por um breve instante que seja abandonarmos a ignorância deste mundo que nos prende, desta inconsciência que nos assola, desta falta de controle de nosso próprio destino, desta morosidade em saber, em buscar, a decisão é de cada um, cada um escolhe a sua caminhada, finita, desequilibrada, controlada, ou liberta, inexata, eterna.

A escolha está ai, escrita a sua frente nas linhas da vida, o fim do mundo está ao seu lado, esquerdo, te olhando com os olhos de seu pior pesadelo ou de seu mais belo sonho, cabe a você decidir. Se por um instante você abandonar-se e lembrar o que pensava quando era criança, e o fizer olhando para o negrume de uma noite clara sem luar, verá no meio das estrelas, no turbilhão infinito de luzes, a vida que você não tem mais dentro de você, e sentirá um velho desejo de buscar a mágica no mundo, porque por mais que o mundo diga não, você sabe que existe esta mágica, e você a quer tocar, e quer que ela te toque. O mundo em que fomos domesticados a viver deve morrer para cada um de nós, a realidade que é este mundo deve acabar, o fim do mundo é parar o mundo, é silenciar a mente, é entrar no absurdo, e só no absurdo o louco caminhante que se arrisca a almejar um dia ser um guerreiro encontra a sua tranquilidade, este fim do mundo que precisamos. Quem sabe o fim do mundo não seja um aviso que o mundo como está realmente precisa acabar. É tempo de erguer um novo mundo, todos, cada um de nós sabe no fundo que tem algo muito errado em nossa forma de viver, todos sentem que existe algo errado em ter o dinheiro como deus, em ter o sangue lavando rios, em ter cercas na terra nossa, em viver a fartura enquanto milhares morrem na penúria de sonhar com um prato de arroz. O nosso mundo acabou a tempos e tapamos os olhos e deixamos de enterrar as velhas crenças. É hora de um novo tempo, dentro e fora de cada um de nós.

O fim de meu mundo já chegou há muito tempo, a cada dia rui mais um pedaço dele, e o seu, quando vai começar a ruir?

Luz, paz, intento.

Comentários

  1. Pensamos muito parecido. Todo este ano oscilei entre ficar irritada com os apocalípticos e rir deles por sua ignorância, ou como você disse, por sua sombra da inconsciêndcia.
    Entramos finalmente nos novos tempos. Infelizmente a era dourada ainda vai demorar muito, pois é pequeníssima a parcela dos despertos.
    Cheguei ao seu blog quando procurava alguma informação sobre Ana Catan. Fiquei pasma ao constatar que Castaneda tem seguidores de seus ensinamentos.
    Preciso confessar que o método tolteca não serve pra mim, mas cada um segue o caminho de seu coração e está bem. Já fui xamã em outras vidas e na atual o meu caminho é outro. Contudo considero fascinante como há verdades nos ensinamentos dos naguais. Somente dizem com palavras diferentes o que sei por outras fontes. Há muitos caminhos para se chegar à Fonte ou espírito, como diz Juan Matus.
    Parabéns pelo seu blog, sua busca e sua disseminação do conhecimento.
    Também mantenho um blog onde procuro expandir as consciências, mas de uma maneira diferente já que é voltado ao público em geral.
    In lake'sh

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    1. Atena, fico muito feliz pela visita, e pelo ponto de vista. Apesar de estarmos em caminhos diferentes, tenho por certo que nosso objetivo é o mesmo, a consciência. Nõa me importo muito com rótulos, com denominações, sou um grande seguidor não de Castaneda, mas de todo o legado da linhagem de xamans que o precedeu, e inclusive ele de alguma forma. As coisas são assim, temos afinidades energéticas e a minha em particular é esta. Todos os caminhos são assim, cheios de verdades em roupagens diferentes, o que eu chamo de espírito, intento, outros podem chamar de deus, espírito santo, nirvana, não importa tanto os nomes, o que importa e eu tenho a mais pura certeza, é que se ambos estivermos no silêncio estaremos de acordo com o que é o mundo, um conglomerado de energia viva, conectada. Todos somos um amiga, todos e tudo, e isso me faz ter o ânimo de continuar caminhando. Ser consciente da unidade do universo é realizar deus em si, é ser uno com o espírito, este é meu caminho.

      Espero que volte a nos visitar, e visitarei o seu canto de palavras também.

      Luz, paz, intento.

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  2. Fazia muito tempo que não via a expressão acima
    in Lak ech ala kin
    Dárion

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  3. Respostas
    1. Ricardo, que bom que se juntou ao grupo, o espírito sempre faz este papel de nos guiar a outros que seguem o mesmo caminho. Seja bem vindo a esta senda de ideias, de troca de conhecimento, onde uns poucos que neste caminho acreditam seguem.

      Luz, paz, intento.

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