A expansão e as jornadas do ser de luz



Não há mais nada a ser escrito, aliás, corrijo-me dizendo que ainda há algumas poucas coisas, todo o resto já foi dito, sob várias óticas, de diversas maneiras, com palavras iguais, diferentes, nas mais variadas línguas que temos e que já tivemos. O que há mais para ser dito?
A voz me disse então que não é tempo de escrever mais, já havia esgotado um certo período, em que fui o canal para diversas mensagens, mas no caminhar de dizer eu havia esquecido que eu mesmo haveria de ler as mensagens, e delas retirar um algo importante que para mim mesmo haveria de ser utilizado. Nenhuma conquista é para sempre em nossa jornada, são peças de uma aprender constante, que em um momento entendemos na plenitude e em um minuto depois esquecemos. As conquistas são perenes nessa jornada, pois as conquistas refletem em si uma mudança do ponto de percepção, ele vai do ordinário para algo ponto de um conhecimento específico. Sou, somos um mar de possíveis percepções, existe muito, aliás, todo o conhecimento de tudo que há para ser conhecido aqui dentro, de cada um de nós, nisso somos exatamente iguais. Em um outro ponto nos nivelamos todos: esquecemos com muita facilidade, da mesma forma que conhecemos o que parece ser o desconhecido, mas que seria mais interessante citar como o não acessado acessível dentro de nós. Este é o mistério primeiro.
A cada momento em que conseguimos - seja por meio de uma meditação, seja por meio do silêncio, ou seja por meio da vontade límpida -, que desloque-se o nosso ponto de percepção, iluminamos certos filamentos de luz que reside dentro de nosso ser total, assim animamos o que antes residia ali, contudo inerte, dentro de nosso ser. Com a luz da consciência então iluminamos a escuridão da inconsciência, e assim abrimos caminho em um faixo de nosso ser antes desconhecido, mas que nunca deixou de ser acessível. Quando isso acontece advém a cada um a iluminação, temporária, claro, pois o ponto de luz da consciência inevitavelmente voltará ao ponto ordinário da percepção e consciência diária, tão necessária a nossa passagem por este plano. Aos que se perdem em uma nova posição, e esquecem-se o caminho de volta a percepção ordinariamente selecionada por nossa era social, é guardada a loucura, a dissociação. Um louco não é nada mais que uma pessoa perdida em um ponto de percepção que não é compartilhado por todos os outros, não é diferente de cada um de nós, a não ser em ter escolhido um lugar outro que não o convencionado para perceber o tudo que nos cerca.
Existem milhares de filamentos de consciência, de luz, de energia dentro de cada um de nós, incontáveis, todos eles refletem o que pode ser conhecido por cada um de nós, mas que é desconhecido, à medida que são pouco explorados por nossa luz consciêncial. A jornada de descobrir-se inicia-se no querer, na vontade de iluminar tudo que é desconhecido dentro de cada um de nós, e por ser desconhecido é passível de ser conhecido. Para algumas culturas, os rituais levavam a pontos específicos de conhecer esse mundo oculto que nos cerca, os rituais levavam e ainda levam a jornada da luz da consciência para pontos específicos, onde pode-se ver mundos por meio de um ponto perceptivo diferente, e se ter acesso a certas esferas de percepções. Alguns chamariam isso de mundos, e estariam certos, pois o mundo não é nada mais do que a forma com que aglutinamos o universo energético ao nosso redor. Quanto mais pessoas compartilham de um lugar de percepção comum, mais o mundo perceptivo se torna mais sólidos aos sentidos da pessoa. Assim construímos esse mundo sólido maravilhoso em que viemos, ao longo dos tempos na seleção dos filamentos mais adequados a uma vida confortável em meio ao caos do infinito universo do incognoscível e desconhecido que nos cerca.
Contudo, gastamos uma infinidade de energia para manter esse mundo, de forma que a maioria das pessoas passa ao largo das outras tantas e quantas possibilidades perceptivas que temos. Os sonhos são um exemplo destes mundos perceptivos. São os sonhos jornadas a mundos e a conhecimentos que estão guardados dentro de nós, esperando para serem iluminados com a luz do ponto de percepção. São mundos maravilhosos mais igualmente ilusórios, são possibilidades dentro de um todo, que devem ser exploradas, mas que não devem ser objeto de obsessão, pois afastam da verdadeira busca que devemos empreender. E não há maior dificuldade do que primeiramente entender qual é a verdadeira busca que devemos fazer.
Existe um ponto que liga a tudo, o dentro e o fora, o acima e o abaixo que devemos encontrar. Quando estamos despertos, em geral focamos a nossa consciência aos filamentos que aglutinam o mundo cotidiano, os objetos sólidos de nosso mundo, esse é o nosso ponto ordinário de percepção, todos temos ele em comum, com pequenas variações. Ao sermos acometidos por alguma doença, enfermidade, ao usar alguma droga, ao sonhar, modificamos esse ponto de percepção, e daí advém ao que chamamos de alucinações. Alucinação então seria toda a visão de algo que não compõe o inventário ordinário da realidade, ou seja, toda forma de percepção não aceita socialmente. Acontece que essas alucinações são também parte da realidade que sempre estão ai, mas que “decidimos” (na verdade decidiram por nós em um pacto antigo) que não seria importante ter isso em nossa jornada. Então deixamos muito, na verdade quase a totalidade de nossa possibilidade perceptiva guardada por detrás de um consenso antigo, que sequer contestamos em nossas vidas, na grande maioria, como sendo o correto, ou o necessário para a nossa jornada. São devaneios que descarta-se por não serem socialmente aceitos, e ai está o erro.
A jornada pelas infinitas possibilidades que temos, seja em sonhos, seja com técnicas de meditação, ou até plantas de poder, é importante para que primeiro tenhamos a consciência de que o mundo não é apenas o que vemos ordinariamente. Não que o que vemos seja uma ilusão, na verdade a nossa visão cotidiana, ordinária, é uma visão de uma parte do todo, uma teia que da mesma forma que sustenta esconde o todo que está por detrás dela. De forma que precisamos perder a sustentação para poder imergir na totalidade do que somos. Testar as infinitas possibilidades perceptivas que temos é uma das missões que temos, uma missão pessoal, em que cada um deve estar empenhado, pelo simples motivo de se saber os limites da verdade do que somos como seres percebedores. Se temos a faculdade de perceber o universo de diversas formas, de ver as inúmeras camadas da realidade do que está ao nosso redor, porque nos contentaríamos apenas com o convencionado normal? Isso é muito pouco para uma vida, o convencional está aquém do mínimo necessário, e como seres percebedores devemos explorar sempre a nossa totalidade.
Desta forma, fazer o ponto de percepção iluminar as diversas partes ocultas dentro de nós, é como fazer com que um explorador, que é a nossa percepção, leve a tocha da consciência para os cantos escuros de um mundo gigantesco que existe dentro de nós mesmos. Encontramos ali partes inexploradas de nós mesmos, e assim começa uma jornada de verdadeira descoberta da realidade, que é muito maior que o mundo de objetos que nos cerca. Não digo que é fácil essa jornada, pois a luz quando começa a espantar a escuridão do desconhecido traz o medo, mas esse precisa ser vencido. Não podemos aceitar uma jornada de uma vida sem nada conhecer ao nosso redor, se não o que selecionaram como necessário. Não podemos assinar e aceitar um roteiro tão parco para a nosso jornada que é tão bela, a existência é bela, o universo é infinito, e por isso, dentro de nossa finitude, de nossas limitadas capacidades, temos que usar de tudo que temos na expectativa de pelo menos nos iniciarmos em uma jornada de descoberta de nós mesmos.
Essa iluminação nos leva a sermos seres mais fluidos, à medida que percebemos as tantas e quantas possibilidades que nos assistem além do cotidiano mundo que tentaram dizer ser o único. Aos poucos se percebe que ao nosso redor existe muito mais coisa, e aos poucos, conseguimos fazer a ponte entre os diversos pontos perceptivos que podemos ter. Entendemos o que nos cerca, iluminamos o antes escudo, trazemos consciência ao antes ignorado. Ao nosso redor começamos a perceber um universo antes nunca dito, seres mágicos, animais que falam, começamos a empreender jornadas e vemos que essas jornadas são nada mais que a utilização de uma visão diferente, do mesmo mundo em que estamos, e vemos que o que antes parecia ser um mundo sólido de objetos, é algo muito mais amplo.
Desta forma, começamos a iluminar o nosso ser interior, começamos a fazer brilhar filamentos internos que não tinham nunca sido alcançados pelo brilho de nossa consciência, e isso começa a ser percebido pelos que nos olham. Para um vidente, um ser assim pode ser visto como de um brilho amarelado, âmbar. Para uma pessoa comum, a pessoa começa a emanar vitalidade, beleza, carisma, ou até inspirar medo, as reações são diversas, mas mais diversas possíveis, isso porque o ovo luminoso de um ser percebe o outro desperto.
Ao começar a empreender essas jornadas, certos pontos começam a ser estabelecidos, começa-se a entender um mapa em que podemos deslocar a nossa percepção, e cada um faz isso de forma pessoal, cada um tem a sua forma de deslocar o seu ponto perceptivo. Alguns grupos criam rituais comuns, mas não compartilho desta predileção, mas não critico quem o faz. Deslocar-se e iluminar as verdades internas é também um dos grandes segredos que temos.
Mas algo está além. Quando se descobre a verdade interior, e começa-se a empreender jornadas internas, por iluminar a nossa parte desconhecida, percebe-se que sempre que um ponto ilumina-se no nosso interior, algo no exterior se alinha a isso. Alguns interpretaram isso de forma superficial com a lei da atração, relegando algo absurdamente mágico a algo prático do cotidiano. É certo que os filamentos iluminados internamente se alinham com filamentos externos, e isso leva a um fluxo de energia, mas não acho correto que isso seja utilizado para o nosso cotidiano, pois reduz a questão mágica em algo prático que na verdade corrompe o poder em si da mágica perceptiva. O grande fator em perceber o alinhamento é ver que algo dentro de nós é comum a algo fora de nós, e comum a algo dentro de cada um dos seres que existem. Grupos de seres tem mais filamentos em comum, outros tem pouco em comum, dentro do aspecto do desconhecido, compartilhamos muitos filamentos com os seres de nosso mundo, animais, plantas, e ainda seres inorgânicos deste mundo e de outros próximos. Entender esse alinhamento talvez seja o terceiro ponto de nossa caminhada, e algo tão essencial que pode modificar toda a caminhada de uma pessoa. Quando grupos de pessoas em rituais, alinham certos filamentos em comum, pode-se criar uma força impressionante, e para todos os propósitos, sejam eles positivos ou negativos. Temos atrás isso foi feito em nossa jornada, por pessoas que acreditavam estar adquirindo uma conquista suprema, mas nos fez estar em uma armadilha que mesmo depois de várias gerações não conseguimos nos livrar.
O último ponto talvez seja o entendimento do cerne das coisas. Há, em todo o ponto perceptivo para o qual  nos deslocamos, um ponto em comum. Para todos os filamentos em que direcionamos com a vontade a nossa consciência, algo existe em comum: o que ilumina aqueles filamentos antes inertes é a luz da consciência. Logo, algo, essa luz, o ser iluminado é sempre o mesmo. Se eu fosse dizer a alguém, quando já vi os seres humanos em energia, o que eu representaria com a sua existência, eu diria que é o brilho intenso de luz que todos carregam, um ponto pequeno mais iluminado. Esse ponto, que varia de tamanho, e de posição, mas em geral está no mesmo lugar no ovo de luz de cada pessoa, e que tem o mesmo tamanho, indica a vida, e a consciência. Nunca vi um ponto muito grande, acima do normal em ninguém pessoalmente, apenas em sonhares, mas já vi pontos muito deslocados, e quanto mais deslocados mais diferente parecia a pessoa em termos de comportamento. Logo, eu diria que a luz é o ser iluminado dentro de cada um de nós. Os feiticeiros antigos perceberam que deve-se deslocar essa luz e repousá-la na maior quantidade de posições dentro do ovo de luz de nosso ser durante a vida, tornado o ponto luminoso fluido, isso deixa o guerreiro pronto, exercitado para o golpe final da liberdade. Outro ponto visto pelos antigos, é que à medida que conseguimos fixar o ponto em lugares diferentes, e nos desapegar da fixação de um só ponto, essa luz consciêncial começa a expandir-se. Logo, a expansão da consciência é também uma meta a ser buscada. No fim da vida, somado à energia da morte que virá a cada um de nós buscar, faremos o nosso ser de luz interior deslocar-se a cada ponto de nosso interior, e então em uma explosão interior expandir-se para nos iluminar a todo, quando seremos o próprio ser de luz, e quando a barreira que separa o interior e o exterior romper-se-á. Se essa barreira romper-se e estivermos com o interior todo iluminado, este não será absolvido pela totalidade, mas fluirá livre como um ser inorgânico de uma luz especial, que banhado pela luz da derradeira visitante, a morte, poderá seguir livre em uma jornada inconcebível pelo universo do incognoscível, a nossa próxima barreira, se nesta breve jornada de vida formos vitoriosos.

Ponto explicativo: Quando comecei a encontrar com o meu duplo de sonhar, e ter consciência dos sonhos, comecei a receber indicações de que deveria mudar a minha vida em alguns aspectos para sincronizar-me com meu outro eu. Mas na verdade, com o tempo, percebi que aquele era eu mesmo, iluminando com meu ser de luz, um ponto diferente no interior de meu ser total. Desta forma, à medida em que eu estava ajustando a minha vida de forma a sincronizar-se com meu duplo, eu estava na verdade criando uma ponte entre o ponto específico em que meu duplo de sonho desperta e meu ser cotidiano. Essa ponte é na verdade uma expansão do brilho de forma a abarcar os dois pontos ao mesmo tempo, a ponte para o sonhar então é na verdade a consolidação entre o ponto de sonho e o ponto desperto. Isso deve ser feito à medida de nossa caminhada, uma expansão de nosso ser de luz. Sei que a explicação parece meio complexa, mas sei que para quem tiver energia suficiente ela será auto explicativa, e para outros ela virá em seu devido tempo. 

Comentários

  1. Hermanos Guerreros Buenos dias,
    Vento tocou no tema iluminação numa sincronicidade incrivel de interações que tive com meu duplo.
    Estava agradecendo ao Nagual pro ter me permitido aqui mesmo nesse mundo uma porta para minha própria evolução.A voz dizia que eu havia intentado a "iluminação" e que era dever de todos nós como sers conscientes intentar tal processo pois era esse nosso destino como seres luminosos que somos. Que não era privilégio dos já ILUMINADOS.
    Kawak 07:44 06/01/2014
    FELIZ INICIO DE ANO NOVO A TODOS.

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  2. Não nos damos conta que nossa percepção está fora de nós, de nosso corpo, forade nossos sentidos. Só osfeiticeiros fazem isso. Abordamos o mundo por uma outra via, usamos uma ferramenta de bruxos, a loucura controlada.
    Kawak
    07:30 08/01/2014

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    1. Passeando por aqui, percebi o que não havia percebido antes, reli e compreendi o que passou despercebido e, o mais importante da mensagem: foi postado no dia do meu aniversário! Propositalmente ou não,da mesma forma recebo como um presente do Espírito e, agradeço ao canal de Luz que permitiu! Realmente, assim como o organizador Terreno e a Maturidade a Clareza são todos aliados do guerreiro! Algo novo se moveu aqui!! Saudações guerreiros Hermanos!! Forte intento! Gaivota 4/3/2014 7h22

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  3. Então sou " bruxa" mesmo....rsrs,isso que nem utilizo planta de poder,ainda!! A percepção,ou presságio como nosso amigo Vento usa, são uma forma de percepção fora de nós, mas em sincronismo com o " outro" que mora por dentro! Isso faz com que busquemos a impecabilidade do duplo!! Interessante, esta noite sonhei com amigo Vento e foi uma jornada especial....Dom Juan estava sentado de perfil,lado direito,e fumava se cachimbo justamente na noite em que parei na página 168( Erva do Diabo)....recebo como um bom presságio para minha jornada!! Confesso: lerei novamente a obra antes de ir a outra!! Saudações mágicas a você: Kawak e Vento.....

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