O organizador terreno
Esta aqui aportando
as minhas bagagens de um novo caminho de viagem de venho fazendo, distante um
pouco das velhas trilhas da mata por onde caminhava, e me deparei com sinais de
velhos amigos, que costumava trilhar juntos caminhos do outro. Que lindo que percebi,
belas mensagens, e todas ao seu devido tempo e da sua devida forma me trouxeram
uma especial mensagem, acenos do espírito que somos parte, de deuses que somos
uns aos outros. Tanto tempo acenei aqui, e agora vejo mensagens dos que ouviram
estando então a falar. Isso sim é momento de gratidão e de reflexão. Uma dentre
as tantas mensagens me suscitou escrever algo, deixar um pedaço de olá aqui,
dizendo: - ei, estou a caminhar, e em breve, bem breve quiçá devo voltar, e se
não, é porque tive que estar lá!
A mensagem que
me tocou em especial quanto à escrita destas linhas foi a do Hermano Leonardo,
não pelas outras não terem tido algo de especial, mas por esta estar revestida
de uma sincronia quanto ao que vinha pensando em escrever, quanto ao que
pensava eu colocar em uma mensagem na garrafa, para o mar levar até os meus
amigos que por esta ilha por vezes aportam.
“Um pouco antes do hermano Vento parti em
sua viagem, estávamos as voltas com o numero 4. Algum tipo de indicação nesse
sentido; um presságio! Num primeiro momento, não entendi; depois, ficou mais
claro (às vezes escurece: a rotina, a mente grudenta, falta de atenção, a
inconsciência; mas logo voltamos à forma, impecável, e então, compreendemos
mais uma vez). O numero 4, no tarô, é o imperador! O organizador terreno. Um
novo ciclo se iniciava após anos de incursões e aprendizagens da segunda
atenção, do outro lado, do silencio, do mistério; é hora de voltar e realizar
na vida terrena, na ação, no tonal, aplicar o conhecimento no desafio que é a
vida social. É isso que venho tentando fazer. E é isso que diferencia um
guerreiro de um feiticeiro. Um guerreiro assume o mundo como um desafio, o
desafio se da onde você está (na cidade), é aqui nosso campo de batalha...”
O que
aconteceu, e porque parti nesta viagem que venho a estar fazendo é o que todos
devemos fazer para seguir a caminhada, e que está descrito em várias passagens
o paradigma da caminhada deixada pelo interlocutor do espírito. Castaneda.
O primeiro
ponto que todos temos que atingir na caminhada, e que acredito que todos que
aqui estão já o fizeram é o despertar, é um cerne em si, a descida do espírito
que nos deixa assoberbados com o que estava por sobre o véu da porção de
realidade que vemos mesclando o mundo tal qual o é, absoluto, com a nossa visão
subjetiva temperado com a visão coletiva,
a mente social. É um conjunto de quatro que nos faz perceber a realidade: o eu
subjetivo (ego), o eu coletivo (mente social), a realidade verdadeira
(absoluto) e o conjunto dos sentidos (canal de absorção). O despertar é o
mostrar que existe algo além do que percebemos inicialmente por meio de nosso
intelecto, e nos faz entender que existe uma outra metade, o nagual, que está
ali para ser também desenvolvido. O primeiro momento então é a alegria de
explorar um novo caminho, que é simbolizada aqui neste blog pela caminhada em
si da própria companheira gaivota.
O caminho deslumbrante do despertar é o
primeiro passo que há anos passei em minha vida, que Kawak também passou, que
Leonardo passou aqui mesmo, chegando a este canto do conhecimento, e que agora
passa a nossa amiga Gaivota. Que interessante que somos quatro primordialmente
nesta conversa, em um certo equilíbrio que se montou aqui, em que uns poucos
interagem mais neste espaço, não olvidando que outros aqui estejam, mas sempre
há os protagonistas nas histórias, e nesta, em especial, somos nós quatro. Esta
primeira parte do caminho é como a da criança que recém descobre os seus
sentidos, é muito fácil que abandonemos o nosso tonal e foquemos essa parte de nossa vida no nagual, pois quando descobrimos esta parte que antes estava
escondida por sobre o véu, queremos explorá-la das mais diversas formas, essa
fase inicial de descobertas é quando acontece a suspensão das atividades do tonal em busca da alegria do antes inacessível
nagual.
Mas esta fase
como todas as outras é finita, tem que acabar pois não revela o equilíbrio. Me
lembro de meu próprio tempo, foi ajudado com a ayahuascai que entrei profundamente nas buscas do nagual, e deixei
em suspensa as atividades do tonal.
Agora os tempos são outros.
Léo camarada
foi muito preciso em suas colocações, temos coisas a fazer, é e primordialmente
sobre isso que quero falar. O espírito é a visão clara, o espírito somos nós
despertos que conseguimos ver os sinais do bem seguir, do seguir realizando o bem em si e não o bem por, ou bem para. Sobre este assunto retornarei mais a frente,
não cabe neste momento. Mas a precisão neste momento a qual me refiro é ao que
Léo escreveu e chamou de o organizador
terreno. É um termo interessante, e como as palavras são uma forma de nos
apropriarmos das coisas, de trazermos o desconhecido ao conhecido, honrarei o
termo por ele criado para este texto. Depois que o guerreiro passa pela fase
especial do despertar do nagual em
que ele brinca com o desconhecido, apaixona-se por ele, entra no caminho, o
guerreiro deve perceber que nunca conseguirá seguir o caminho integral se não
estiver alcançado o equilíbrio das
serpentes. Este equilíbrio é o perfeito desenvolvimento entre o tonal e nagual, o único caminho
possível para a liberdade, que é um tema que buscaremos adentrar mais adiante,
na relação com o bem em si que iremos
desenvolver a frente.
A questão que
quero pontuar especificamente é que devemos primeiro, conforme vários e intensos
ensinos de Don Juan deixados para Castaneda, que se tornou o paradigma da caminhada, é que devemos
aparar todas as nossas arestas no tonal,
fechar todas as portas, cumprir todos os acordos, assumir todas as caminhadas, atingir
todos os objetivos antes de nos lançarmos definitivamente no desenvolvimento
final do nagual. O tonal é um objetivo finito, ele
desenvolve-se, em um dos extremos do infinito, em termos finito, são as horas
iniciais e cruciais na vida de um guerreiro que caminha rumo ao infinito. O tonal é a caminhada neste mundo, é o
presente finito dentro do infinito de nossa jornada. A jornada do tonal é o próprio termo organizador terreno, postulado criado
por Léo aqui neste espaço e que será indistintamente utilizado nestes
fragmentos de “olá”. Don Juan sempre citava, sempre ordenava, sempre mostrava
ser um imperativo para nosso paradigma Castaneda que deveria se estar com o tonal pleno para poder adentrar de forma
adequada nos mistérios do nagual.
Para isso fomentava Castaneda que seguisse seus objetivos até o fim, com toda a
sua força, e só assim ele estaria livre para seguir a caminhada da serpente do
nagual. Todos nascemos com certas propensões, de forma inexplicável temos
configurações específicas internas que nos levam a ter preferências, e a fazer
escolhas que devem ser honradas, ou finalizadas, sob pena de ficarmos presos
por elas. A recapitulação, como primeiro exercício do guerreiro, serve
exatamente para isso, para que façamos a organização de nosso tonal, a recapitulação é o organizador terreno, é de onde
entendemos a nossa caminhada feita até então, e determinamos as pontas que
devemos aparar, os fios que devemos cortar, o que devemos fazer e o que não
devemos fazer para nos libertar.
Todos temos a
escolha de uma forma de vida. O mundo social, esta realidade que escolhemos
como confortável à fixação de nosso ponto de aglutinação, que é nosso porto
seguro entre as jornadas que podemos fazer, é a nossa morada temporária em meio
a um universo finito, é onde juntamos provisões, nos fortalecemos para a nossa
caminhada infinita, que na verdade será iniciada apenas quando finalizar-se o tempo do tonal e tivermos que seguir no
infinito tempo do nagual. Voltaremos de
onde viemos, mas voltaremos com uma consciência específica, com os filamentos
do nagual embutidos de uma especificidade, de uma individualidade que nos
permitirá seguir adiante quando o tempo chegar, mas ainda não é hoje este
tempo, e ainda não é hora de falarmos sobre isso.
Don Juan por
várias vezes sentava-se na praça com Castaneda na espera que viesse a eles, ou
passasse por eles um tonal ideal que
é uma pessoa realizada em si, uma pessoa que fez o bem em si em primeiro momento, e organizou a sua vida de forma a
sentir-se realizado. Sentir-se realizado
é na verdade o primeiro ato de fazer o bem que existe, é o ato de organizar a
sua vida de acordo com o seu coração. Este é o caminho do coração que Don Juan
sempre falava, a todo o momento, é o caminho que importa. Neste mundo em que
vivemos temos infinitas possibilidades de vida, muitos criticam que não somos
livres, mas libertar não relaciona-se a escolha do caminho “A” ou “B” e sim na
realização que essa escolha faz e na sintonia que ela trás com o nosso interior,
com o nosso ser total. Liberdade é poder escolher ser o que lhe faz feliz,
independentemente do que seja esta escolha. Espreitar-se, recapitular é
exatamente isso, é trazer a vassoura do organizador
terreno para retirar d vida o que não é correlato com o seu coração, e para
determinar os caminhos que são condizentes com o seu coração, e só estará pleno
para seguir o caminho do guerreiro quem entendeu-se, conheceu-se, e aquiesceu
ao seu querer interior, ao seu eu interior. Este é o ser pleno. O exemplo dos
livros de Don Juan iniciam-se com o modelo da feiticeira Soledad, com a
recapitulação ela entendeu o que queria de sua vida. Ela não queria ser uma
mãe, dependente de marido, criadora de filhos, queria ser uma mulher forte,
rainha de seu destino, vivendo com sua casa, sendo uma feiticeira. Assim,
recapitulando, ela libertou-se dos pontos conflitantes e descobriu o seu
caminho do coração, e o seguiu com toda a sua força, tornou-se uma feiticeira
como queria, jovem, bonita como queria, teve seu próprio canto, e plena, com o tonal perfeito, conseguiu
desenvolver em sua plenitude o seu nagual.
Antes disso os exemplos são tantos nos livros, a própria história de Don Juan,
que quando abordado pelo seu benfeitor
seguiu uma vida que não o deixava pleno, e abandonou aquilo, seguiu então um
caminho que achava ser o de seu coração (achava pois não tinha recapitulado em
sua plenitude), casou-se, teve família, mas viu-se enfraquecido pela vida que
tinha escolhido, tendo sido impelido a recapitular a sua vida, e quando o fez,
viu no cerne de tudo o seu caminho do coração, abandonou a família e voltou para
onde estava seu coração, tornou-se um homem de conhecimento (culto, leitor de
livros, e um homem de ação), descobriu o seu organizador terreno e assim pode seguir pleno, e pleno desenvolver
todos os segredos do nagual.
Toda questão
inicia-se em buscar o que é o caminho do coração de cada um, e para isso não
existe fórmula absoluta, é uma busca pessoal, de fidelidade sua consigo mesmo,
uma busca sozinha, solitária, o caminho da recapitulação é esse, um caminho de
buscar, dentro da configuração de si, o que lhe fará pleno nos caminhos do tonal, pois ninguém que seja pleno neste
caminho conseguirá seguir a trilha do nagual.
Alguns descobrirão dentro de si que seu caminho é ser um andarilho, desapegado
de bens materiais, e quando o for plenamente, terá descoberto seu centro, e
poderá seguir o nagual. Outros
quererão o caminho do conhecimento formal das escolas terrenas, outros
descobrirão que seu caminho é o do ativismo político, outros que o caminho é do
conforto financeiro, outros da caridade, e tantos quanto possíveis que sejam os
caminhos, pois assim é este mundo, pleno de caminhadas. Não existe um caminho
para todos, nem todos caminhos são para um. A pluralidade é a meta desta
existência, e dentro deste mar de possibilidades cada um terá como primeira missão
descobrir o seu caminho.
Mas esta não é
a missão uma, descobrir o caminho por meio da recapitulação é o primeiro passo,
que precede a caminhada. Após descoberto este caminho, o guerreiro deve seguir
por ele, independentemente do que se posta a sua frente. Não se devem ter
desvios, deve-se honrar ao coração em primeiro lugar. Este é o primeiro bem que
deve ser feito, um bem em si e não
para si, um bem que é o exercício primeiro da verdade e da liberdade. Honrar o
seu caminho do coração é a sua meta, e o fazendo, descobre-se que se deve
honrar ao caminho de todos que estão a nossa volta, este é o desdobramento do bem em si, um bem universal que não
reveste-se de relativismo. O bem começa consigo e aflora para tudo mais que
existe. O bem em si é honrar o
compromisso de seu próprio coração na caminhada, é ser autêntico no seu
caminhar, é saber onde quer chegar, e buscar isso para buscar a sua plenitude
terrena. Estamos em um corpo terreno, e para desenvolver-nos devemos
desenvolver este corpo em primeiro lugar, para poder então, adquirindo esta maturidade,
desenvolver os outros corpos que estão maturando nesta nossa jornada terrena.
Depois de
longos anos após ter despertado, descobri isso apenas há alguns dias. Vinha
caminhando pela vida, sempre pleno, sempre contente, mas não tinha entendido
certas coisas que vieram apenas a mostrar-se no decurso dos caíres e levantares
da vida. Assim percebi isso, que estava deixando para trás vários sonhos em meu
tonal que me faziam falta, e que eram
parte componente de minha jornada nesta terra, aliás, quase que um objetivo em
si. Devemos ter em mente que toda escolha que fazemos, para consolidar o que
anseia o nosso coração, é um tipo de loucura
controlada, loucura porque sabemos que não tem, por fim, sentido em uma
busca de alimentar o tonal pois ele é
finito, e extinguir-se-á quando da nossa partida, mas que, se devemos seguir
uma loucura controlada, em nossa
vida, que seja uma que acalente o nosso coração, este que levaremos na jornada
do infinito que seguiremos adiante, se libertos formos.
Esta é atitude
do guerreiro, é o que buscamos na recapitulação. Quando iniciei o texto falava
sobre o quatro, e os quatro elementos de nossa percepção, que é a síntese de
nossa vida: o eu subjetivo (ego), o eu coletivo (mente social), a realidade
verdadeira (absoluto) e o conjunto dos sentidos (canal de absorção). Estes são
os elementos do subjetivo que compõem dentro de cada um o nosso mundo. Com a
recapitulação fazemos uma colheita entre os aspectos internos e externos da
realidade (ego X mente social), primeiro descobrindo o que é nosso
essencialmente, a nossa vontade sem a manifestação das vontades externas.
Depois fazemos um exame de ponderação entre o subjetivo e o objetivo (ego X
canal de absorção) desta forma começando a identificar o que nos é o caminho do
coração. Apenas quando identificamos o que nos é o caminho do coração é que
estamos possibilitados, já plenos que somos, de seguir para o outro lado do 8
deitado (o infinito). Só quando temos plenamente o domínio de nosso tonal é que temos o mínimo para poder
equilibrar com o nagual, este que,
pelo seu caráter absoluto já é pleno (EU X ABSOLUTO).
Claro que temos
que citar pessoas que atropelam sem caminho do coração, que usam toda a sua
energia para serem plenos em seus sonhos, e que, impelidos pela confusão entre
o seu eu e as expectativas sociais (ego X mente social) extrapolam a plenitude
do caminho do coração. Um exemplo trazido a baila é o próprio Castaneda em sua
jornada, que parece ter extrapolado o que identificou como seu caminho, e
impelido pelo desequilíbrio da força da mente social foi além de sua plenitude
do tonal, talvez, apenas talvez,
errando o prumo do caminho, ou apenas deixando uma estória do que pode
acontecer a quem perde este prumo.
Esta é a
mensagem que eu vim aqui deixar neste feriado que me permitiu uma breve
conversa com os senhores. Recapitulem e achem o seu caminho do coração.
Reformulem as suas vidas, independentemente de que forma ela esteja, corte as
arestas, seja o que sonhava quando criança, alegre seu coração, pois apenas
sendo pleno no tonal poderá atingir a
plenitude no nagual. Busque o organizador terreno e assim, apenas
assim, independentemente de qual seja a sua escolha, será livre, ou melhor,
terá a porta da liberdade aberta quando esta hora chegar.
O bem para si, o bem em si, e o bem para outrem
Então caros
amigos, vamos ao ponto final destas breves palavras. Quando parti
temporariamente algumas palavras eu tinha deixado, e foram reforçadas agora, e
diziam respeito a fazer o bem. Eu não entendia de certo o que era o bem, pois
tinha uma visão igual a de muitos, sobre o bem
para si e para outrem e não conhecia o bem
em si.
A caminhada do
guerreiro prescinde da impecabilidade. Ser impecável tem como significado
exercer o máximo de suas capacidades a todo instante, nas ações que faz. É um
postulado axiomático do guerreiro, um postulado da ação, um princípio em si que
tem implicações em toda a vida. Agir com o máximo de si, implica em ser não o
melhor ou pior, pois isso é um conceito referencial, implica outrossim em ser
absolutamente o melhor do que se podia ser, tomando como base as próprias capacidades.
Este postulado axiomático do guerreiro tem como implicação direta ser o melhor
para si. Todos somos guiado pelo senso de bem estar, que é o equilíbrio consigo
mesmo, com a sua consciência. Quando você faz algo em seu melhor, dentro do que
você poderia, você não tem arrependimentos sobre o que fez, pois nada diferente
poderia ser feito naquela ação. Desta forma, quando segue este postulado, o
guerreiro faz o primeiro ato de bondade, o
bem em si, que reverte-se em um bem estar de ter feito o que podia em seu
máximo, libertando o guerreiro de apegos a atos que se foram, em pensamentos
descabidos do que seria caso fosse diferente. Fazendo o máximo a mente repousa
tranquila em saber, que tudo o que podia foi feito, e pode seguir concentrada
no presente.
A
impecabilidade o próprio identificar do guerreiro de que o bem é a síntese de seu caminho.
Existem dois
bens, um relativo e um absoluto, e só serve ao guerreiro o absoluto, mesmo
sendo difícil imaginá-lo. O bem absoluto é o que chamamos aqui de bem em si, o bem relativo é o que
chamamos o bem para si ou para outrem.
O bem em si é aquele bem universal, que não
traz ponderações relativas sobre a sua natureza, é o que deve ser buscado pelo
guerreiro. O bem em si é também uma
forma de interpretar os sinais verdadeiros dos sinais falsos em nossa caminhada.
Toda vez que um bem em si for a
consequência de um sinal do espírito, este é um sinal verdadeiro, sendo,
portanto, um postulado de validade dos sinais que deve ser buscado. Vamos a um
exemplo do próprio Don Juan para nos aclarar. Quando Castaneda perguntava a DJ
o que ele faria em situações que deveria usar o seu “poder” para defender-se de
um ataque, DJ dizia que ele não estaria neste conflito, por ter a visão plena,
e ser guiado pelo espírito. Isso em si explica muitas e muitas coisas sobre o bem em si. Vejamos, Castaneda queria
saber se poderia, caso DJ encontrasse com um agressor, DJ usar os seus “poderes”
para matar o agressor e sair livre do embate. DJ sempre dizia que essas histórias
estavam cheias de violência, exatamente porque o caminho do guerreiro não tem
violência, é permeado pelo bem em si,
que é o bem absoluto. Ora, se DJ encontrasse, no exemplo, um agressor e tivesse
que ponderar entre morrer ou matar, claro que ele poderia matar o agressor, mas
isso, mesmo sendo um bem para si (bem
para DJ que defenderia-se de uma injusta agressão), seria um mal para o outro que morreria, ou machucar-se-ia
com isso, mesmo tendo causado a questão. Ou seja, todo bem relativo tem junto
de si um mal relativo, logo, como DJ tinha uma visão clara, ele sempre era
guiado pelos sinais do espírito a não chegar a essa possibilidade de conflito.
Isso nos dá um
sinal do que devemos fazer em nossas atitudes, sempre buscando o bem em si e não o bem para si ou para outrem. Este é o caminho pacífico do guerreiro,
que ciente do que busca, de sua forma de ação, não interfere na caminhada de
ninguém, não busca prêmios que não o próprio contentamento com o caminho que
escolheu, e não faz bem que sejam em sua contraparte cravejados de mal. O
caminho do guerreiro é absoluto, no agir (impecável), no interagir (bem em si) e só assim é possível
conseguir a tão esperada libertação.
Bem colegas,
espero ter deixado alguma coisa aqui, e dizer que para mim é tempo do tonal, deverei e estou cortando algumas arestas, e
seguindo o meu caminho do coração, o que escolhi para ser pleno, e quando, em
breve, estiverem todas as pontas aparadas, estejam certos que voltarei para
essa maravilhosa interação com os colegas, este sim que é um bem em si, a divisão do conhecimento a
quem importa busca-lo, sem interferir no caminho, sem deixar pegadas na trilha
de nosso passado.
Forte intento a
todos.
Um pequeno projeto de alegria
Um dia cheguei
neste mundo belo, havia nele um terreno reservado para mim, era muito grande
então resolvi limitá-lo com uma pequena cerca, aqui eu dizia ser meu. Chamei
minha terrinha de Conhecido, era tudo que eu tinha, um pedaço pequeno mais que
me satisfazia conhecer. Haviam flores e árvores, uma torrente de água e
alimento para mim. Tudo era novo, havia uma árvore, me lembro, que se chamava
inocência, e flores que se chamavam contentamento. Quando tudo era novo, todo
dia era de sol, e toda noite de estrelas.
Mas eu estava
crescendo, e conheci novas pessoas, vi novos horizontes. Havia dias de chuva, e
eu precisei construir uma casa ali, primeiro para me abrigar do vento, depois
para me proteger da chuva, nem todo dia era mais sol, e nem toda noite era tão
quente. Quando olhei aquele terreno, imaginei a casa que eu queria, essa casa
se chamava alegria, a rascunhei em uma folha, e a guardei em meu coração. Aos
poucos procurei, tijolo por tijolo, peça por peça o que seria a minha casa. A
primeira coisa que tive que fazer para construir a casa foi derrubar a velha
árvore que dormi tempos embaixo, a inocência. As flores do contentamento também
foram pisadas, uma a uma, sobrando umas poucas na parte de fora da casa.
Com o tempo, eu
construía a desconstruía partes da casa, mas nunca tinha chegado a construir a
casa da forma que eu originalmente queria. Mudei os tijolos do conhecimento que
usei para a casa, mudei a tinta, mudei o piso, fui em vários lugares para
conseguir os diferentes materiais na casa. A construção nunca terminaria, e
focado nela nunca mais tinha sentido o sol, nem contemplado as nuvens do céu, e
nem o escuro da noite. Construindo tijolo por tijolo do conhecimento, não
estava chegando na alegria, e vi que era culpa minha, que sempre ouvia, ao
colocar cada alvenaria, os palpites dos vizinhos, amigos e todos que ali iam.
Eles indubitavelmente conheciam de casas, mas do projeto de meu coração não
sabiam.
Eu via casas
iguais ao meu redor, mas igual era a tristeza de quem nelas residia. Entendi
que seria feliz apenas ao construir meu projeto, independentemente do tempo que
levaria. Foi assim que voltei a ver o sol, as nuvens, as estrelas, que construí
janelas para deixar o vento entrar, e que replantei as flores do contentamento.
Apenas conseguindo o simples projeto de alvenaria, aquela que em meu coração
residia, é que entendi por fim, que estava na minha essência e não na casa, o
projeto de vida que eu chamara de alegria.
Salve amigo Vento!!! Gratidão pela linda,profunda e verdadeira mensagem de "olá" e também pela "alegria" partilhada!! Gaivota 03/03/14 7h15
ResponderExcluirGratíssimo! Aprendiz Zaion, 05/03/14 11:00.
ResponderExcluirNão podia ir-me embora sem deixar o meu gesto de gratidão ao irmão Kawak, que aqui está de boa vontade a ajudar a manter este canto do universo em ação. Obrigado amigo, e saiba que estamos tendo algumas interações no duplo, vários de nós estamos, mas tudo ao seu tempo, este tempo foi hora de tal mensagem, no próximo feriado, ou quando eu puder, quem sabe a mensagem que será.
ResponderExcluir" Por que os Naguais são chamados de "benfeitores" e não professores?- perguntei nervosamente.
Excluir- Chamar um Nagual de benfeitor é uma cortesia de seus aprendizes. Um Nagual cria uma sensação irresistível de GRATIDÃO em seus discípulos. Afinal um Nagual molda-os e guia-os através de áreas inimagináveis.
..... Para eles o Nagual ainda a força que prevalece no universo: intento,a força que muda e reordena as coisas ou as mantém como são. O Nagual formula,depois dirige as consequências que a força pode exercer sobre seus discípulos. Sem a moldagem do intento pelo Nagual,não haveria temor,nem maravilha para eles."( passagem do livro O Poder do Silêncio - 1 as manifestações do Espírito).
.... Gaivota 23/3/14 16h30
E não adianta fazer como outros movimentos que tentaram fugir do sistema, a luta é de dentro para fora, nossas posturas é que mudam o mundo.
ResponderExcluirÉ esta a luta que está sendo travada, uma luta que ganhamos terreno quando somos felizes, quando realizamos nossos mais profundos sonhos, quando vivemos prazerosamente.
Nuvem que passa
Hermanos Guerreiros Buenos dias
ResponderExcluirHermano Vento como sempre fortes palavras postastes o que vem afirmar ainda mais nossa condição de Guerreiros. Não estamos aqui por acaso. Uma conspiração do Infinito juntou nessa minuscula particula do Universo para que pudessemos adentrar ainda mais na consciência. O universo é consiciente de si mesmo até as bordas e agora é que os cientistas estão estudando isso com admiração. Sinto que já estamos além, pois agora sabemos que somos a propria consciencia do Universo, seus tentaculos. Alimentamos o Universo com o que aboserbermos através de nossas consciencias. Como não há nada de novo tudo é renovado. O univeros engrendra a sí mesmo.
Kawak 06/03/2014 08:26
Ressonância mórfica – teoria dos 100 macacos
ResponderExcluirCientistas japoneses durante 30 anos observaram macacos na ilha de Koshima. Eles introduziram batatas doces em seu ambiente, coisa que os animais desconheciam. Os macacos gostaram do sabor das batatas-doces, mas acharam desagradável a terra que envolvia o alimento.
Uma fêmea jovem de 18 meses descobriu que poderia resolver o problemalavando as batatas num riacho próximo. Ela ensinou o truque à sua mãe. Seus companheiros também aprenderam essa nova maneira e ensinaram suas respectivas mães. Essa inovação cultural foi gradualmente assimilada por vários macacos, diante dos olhos dos cientistas. Num espaço de 6 anostodos os macacos jovens da ilha aprenderam a lavar as batatas doces para torná-los mais palatáveis.
Mas somente os adultos que imitaram os filhos aprenderam esseavanço social. Outros adultos continuaram comendo batatas sujas. Não há um número certo de quantos macacos realmente aprenderam tal informação, mas vamos dizer que 99 deles tinham total controle da habilidade, até que um evento inusitado ocorreu.
A energia adicional do pensamento do centésimo macaco, pulou sobre o mar (eu diria que deu um salto quântico) para outra ilha próxima, longe o suficiente de contato visual ou auditivo de todos. Colônias de macacos de outras ilhas e continentes em Takasakiyama começaram a lavar suas batatas-doces sem que alguém lhes ensinassem como.
A observação que foi tirada daí foi; quando um certo número crítico atinge a consciência (conhecimento), essa nova consciência pode ser comunicada de mente para mente, essa percepção é captada por quase todos.
Trata-se de um método que a natureza utiliza para aumentar as chances da biosfera. Os genes são os arquivos de memórias de experiências aprendidas pelos organismos e ela pode ser passada não somente por transferência hereditária, mas e principalmente, por atitudes desses conhecimentos que serão compartilhados por todos.
Deram o nome a esse evento de ressonância mórfica uma transmissão de informação que não diminui com a distância. Com efeito, essa hipótese permite entender que as regularidades da natureza são governadas porhábitos her¬dados por ressonância mórfica, e não por leis eternas.
As mudanças de comportamento atendem as mudanças de padrões no ambiente esão repassadas a outros seres de mesma sintonia.
Kawak 06/03/2014 09:05
Também me recordo de quando falava sobre a necessidade da massa energética gerada pelos grupos. Contou-nos uma história: havia um cientista que pôs uma formiguinha em observação, o bicho caminhava de um lado para o outro, pôs duas, três, assim até 41; as formiguinhas, desconcertadas, pareciam não saber o que fazer... De acordo com essa história, cada vez que se juntavam 42 formigas estas tinham a massa energética suficiente para criar uma consciência coletiva e saber o que fazer: um formigueiro; quando são 42 formigas no mínimo, cada uma sabe qual é o seu papel para criar um formigueiro.
ResponderExcluirde uma entrevista com Domingos Delgado sobreo Nagual.
Hermanos
Batalhei muito contra a forma humana para postar isso:
O nagual parou por um momento.
- Existe uma maneira, na realidade uma manobra que poderia deslocar o ponto de aglutinação da Humanidade.
Isso é possível? - perguntei
Claro que é possível. Já falei diversas versas vezes que os Antigos consideravam a respiração um ato mágico. Bastaria o intento inflexível de um certo número de Guerreiros impecáveis para tal façanha. Depois do deslocamento do ponto de aglutinação da Terra, caso conseguíssemos juntar 144.000 Guerreiros impecáveis no mesmo intento. O segredo está na respiração. Através dela nos conectamos nossos pensamentos. ( a observação do intervalo entre a inspiração e a expiração). Expressando nosso amor pela Terra junto com essa respiração em especial, executada durante um período de 03 meses ininterruptos, bastaria para alcançarmos esse intento surgiriam novas possibilidades diante de nossos olhos. Assim no ligaríamos as faixas de emanações que regem a humanidade. Assim mudaríamos o brilho, a matiz do ponto de aglutinação da Humanidade rumo a Evolução.
Kawak 06/03/2014 09:23
Quando aparece uma nova possibilidade a reação de alguns é dizer:
ResponderExcluir- Iisso é loucura , é impossível....
Vivemos em um mundo mágico. Já nos deparamos com coisas surpreendentes que o Nagual nos revelou como darmos continuidade a nossa consciência após a morte, deslocar o ponto de aglutinação da Terra, a instalação forânea em nossos pensamentos e outras coisas mais. Fui apenas o mensageiro, o conduto,dessa mensagem. E entendi perfeitamente o que o Nagual falou. A Humanidade está cancerosa, um câncer que vem de seus pensamentos ( do predador instalado) que não condizem com a condição do verdadeiro Homem. Trabalhariamos (nós os Guerreiros) como uma espécie de vacina através dessa respiração homogeneizadora.
Kawak
Sei que muito Guerreiros inclusive de outra linhagens ao redor do Mundo também devem estar recebendo com outras palavras a mesma mensagem, Guerreiros que já possuem através do trabalho um elo limpo o o Espirito sabem que isso é possível. Vai além de nossa mesquinha razão acomodada. Agora fica aquele dizer: muitos ouviram o chamado, porém.....
ResponderExcluirKawak
"Poderia me dizer qual é a tarefa que lhe deixou encomendada o nagual Juan Matus?"
ResponderExcluirOlhou-me com um ar de surpresa.
O habitual era que Carlos escondesse suas respostas entre palavras, ou que nos fosse dando, pouco a pouco, nas conversas dele. Mas desta vez mudou de tática.
Falou que minha pergunta era tão extraordinária, que não lhe restava mais remédio que tomá-la como um augúrio. Mas a resposta o comprometia de um modo tão pessoal, que só poderia transmití-la em um lugar apropriado. Por conseguinte, combinamos de nos ver no dia seguinte no Café Tacuba, um dos restaurantes favoritos de don Juan.
Depois do café da manhã, falou em tom solene que eu deveria silenciar meu diálogo interno, porque estávamos a ponto de visitar um lugar sagrado onde estava enterrado um famoso guerreiro da antiguidade. Acrescentou que o dia era perfeito para isto, porque desde o amanhecer tinha caído sobre a cidade uma escura névoa.
"E como tudo se tornou sinistro, hoje nossos sinais virão pela esquerda".
No princípio me causou graça o esforço dele para me impressionar. Mas, enquanto avançávamos em direção ao Zocalo, eu ia ficando mais e mais apreensivo.
Entramos pela bonita porta lateral da Catedral de México e ingressamos no gigantesco salão principal. Imediatamente, Carlos se aproximou da pia de água benta, molhou seus dedos e fez o sinal da cruz. Chamou minha atenção a familiaridade de seus movimentos, como se ele estivesse acostumado a assistir à missa.
Observando minha curiosidade, explicou que um guerreiro deve respeitar todas as convenções, particularmente a de uma instituição como a Igreja Católica que durante séculos serviu como santuário para os bruxos.
Sentamos nos bancos da nave central e permanecemos durante algum tempo em silêncio.
A atmosfera era muito calma, havia poucas pessoas naquele momento. Eu notei que a postura dele era muito direita e que seus olhos, nem abertos nem fechados, pareciam perdidos no emaranhado de decorações do altar principal. O suave cheiro de velas chegava até nosso banco e também o rumor de algumas vozes infantis que ensaiavam um coro; ou talvez fosse um gravador.
Pouco a pouco fui ensimesmando, até que perdi a noção do meio. A voz dele me sobressaltou:
"A tarefa que meu mestre me encomendou e minha missão como nagual para a era que começa, é mover o ponto de aglutinação da Terra".
Eu esperava qualquer coisa menos isso. Durante alguns segundos, minha mente não reagiu; simplesmente não tinha a menor idéia do que Carlos estava dizendo. Mas, de repente, a monstruosidade de sua tarefa me bateu no centro da razão e me descobri pensando que Carlos, ou estava louco, ou estava falando de algo do qual eu não tinha nem a mínima idéia.
Para aumentar minha confusão, ele parecia estar consciente de meus pensamentos, porque concordou ligeiramente com a cabeça e murmurou:
"É assim. Tem que estar louco para se deixar comprometer desse modo, e mais louco ainda para acreditar que seja possível cumprir".
Perguntei como era possível que um homem se propusesse uma semelhante façanha.
Respondeu:
"Assim como o outro mundo tem sua unidade móvel - os seres inorgânicos -, a Terra também a tem, e somos nós. Nós somos os filhos da Terra. O movimento do ponto de aglutinação de um número suficiente de guerreiros pode mover a modalidade de uma época, e isso é algo no que eu estou trabalhando agora".
Explicou que o ponto de aglutinação da Terra mudou muitas vezes no passado e o fará no futuro. Nos últimos tempos tem derivado de um modo contínuo para a área da razão.
De Encontros com o |Nagual de Aramdno Torres
Kawak
Explicou que o ponto de aglutinação da Terramudou muitas vezes no passado e o fará no
ResponderExcluirfuturo. Nos últimos tempos tem derivado de um modo contínuo para a área da razão.
"Isso é magnífico, porque, uma vez que se fixe lá, a humanidade terá uma oportunidade
para mover-se ao outro lado e muitos homens e mulheres ficarão conscientes. O desafio para
os videntes do futuro consistirá em manter esse enfoque durante o tempo que seja necessário
para que se fixe, tornando-se uma posição permanente do planeta, um novo centro ao qual se
poderá recorrer em qualquer momento e com inteira naturalidade”.
"O reenfoque da atenção da Terra é produto daação combinada de muitas gerações de
naguais. Os novos videntes o conceberam como uma possibilidade e descobriram que fazia
parte da regra. Eles o incubaram com seu intento e determinaram que já chegou o momento".
Qual é o resultado desse movimento?
"Mover a fixação di planeta é a única saída ao dramático estado de escravidão ao qual
fomos reduzidos. O leito de nossa civilização não tem saída, porque estamos isolados em um
ponto remoto do Cosmos. Se não aprendermos a viajarpelas avenidas da consciência,
chegaremos a um estado tal de frustração e desespero que a humanidade terminará
destruindo-se a si mesma. Nossa opção atual é o caminho do guerreiro ou a extinção”.
"Porém, eu mesmo não posso atestar os efeitostotais de minha tarefa. O ponto de
aglutinação da Terra é muito grande, tem uma inércia enorme. Minha missão é acender o
pavio, mas levará seu tempo armar a fogueira. Na realidade, essa tarefa não é só minha,
mas da totalidade dos videntes que chegarão”.
"O conhecimento do ponto de aglutinação é um presente maravilhoso que o espírito deu ao
homem moderno, e é o catalisador para a mudança da modalidade desta época. Não é uma
utopia, mas uma possibilidade real que espera ali, ao dobrar da esquina”.
"Não quero especular sobre as possibilidades que tenho de sair vitorioso em minha
tarefa, mas insisto, porque isso é tudo o que me resta fazer. No íntimo, não tenho dúvidas.
Considero que o futuro é luminoso, porque pertence à consciência; o que, para os bruxos,
significa que pertence ao nagualismo".
Continuação do capitulo do livro Encontros com o Nagual de Armando Torres
Kawak
"Faça seu melhor para imaginar o processo de tornar-se o que deseja ser, enquanto faz as pazes com o que é agora, e então saboreie cada pedacinho de evidência mostrando que você está no caminho certo."
ResponderExcluirGracias Leonardo, profundo e verdadeiro! Gaivota 9/3/14 8h
ExcluirVeio essa revelação hoje mesmo: Passei muitos anos querendo mudar o mundo, Hoje só quero mudar a mim mesmo, e sei que isso é a única coisa que pode mudar o mundo. Aprendiz Zaion, 06/03/14, 20:23.
ResponderExcluirÀ medida que a sensação de eu individual se tornava mais forte, o
ResponderExcluirhomem perdeu sua conexão natural ao conhecimento silencioso. O
homem moderno, sendo herdeiro desse desenvolvimento, encontra-se
portanto tão desesperançadamente removido da fonte de tudo que só
lhe resta expressar seu desespero em atos violentos e cínicos de autodestruição.
Don Juan assegurou que a razão do cinismo e desesperança do homem é
a quantidade de conhecimento silencioso deixado nele, o qual faz duas coisas:
primeiro, dá ao homem um vislumbre de sua antiga conexão à fonte de tudo;
e segundo, faz o homem sentir que sem essa conexão não tem
esperança de paz, de satisfação, de realização.
Pensei que havia apanhado Don Juan numa contradição. Apontei
para ele que me dissera uma vez que a guerra era um estado natural
para um guerreiro, que a paz era uma anomalia.
— Está certo — admitiu. — Mas a guerra, para um guerreiro, não
significa atos de estupidez individual ou coletiva ou de violência
sangrenta. A guerra, para um guerreiro, é a luta total contra aquele eu
individual que privou o homem de seu poder.
Don Juan alegou então que era tempo de falarmos mais sobre a
implacabilidade — a premissa mais básica da feitiçaria. Explicou que os
feiticeiros haviam descoberto que qualquer movimento do ponto de
aglutinação significava um movimento afastando-se da excessiva
preocupação com aquele eu individual que era a marca do homem
moderno. Continuou dizendo que os feiticeiros acreditavam que era a
posição do ponto de aglutinação que fazia do homem moderno um
homicida egoísta, um ser totalmente envolvido com sua auto-imagem.
Tendo perdido a esperança de jamais retornar à fonte de tudo, o homem
buscava consolo na sensação de si mesmo. E, ao fazê-lo, terminou por
fixar seu ponto de aglutinação na posição exata necessária para
perpetuar sua auto-imagem. Portanto, era seguro dizer que qualquer
movimento do ponto de aglutinação para fora de sua posição
costumeira resultava num movimento afastando-se da auto-reflexão do
homem e de sua concomitante auto-estima.
de o Poder do Silencio capitulo: A descida do Espirito (que também é um cerne abstracto)
Kawak 08:08 10/03/2014
Sincronicidade! impressionante!
ResponderExcluir" Eu não quero nada da vida, mas ela me quer"
ResponderExcluirOntem estava caminhando e essa frase me vinha numa melodia de samba, comecei a cantar.
Entendi, então, algo que vinha sentido.
Cheguei num ponto perigoso, onde já não me importa, nada quero. Não faz diferença comer arroz frio ou ter um baquete de rei, nada muda se estiver na companhia de amigo ou sozinho, não me importo de viver com dinheiro só para as necessidades mais básicas ou ter um ótimo salário. Mais impactante, não faz diferença viver ou morrer, pois já não há “eu” para viver ou morrer. Seria até mais fácil partir logo, mais conveniente. Disse ser um ponto perigoso, pois pode descambar para a apatia, para o “dá no mesmo”. Mas então percebi a importância da segunda frase: a vida me quer.
Percebi a importância que pessoas como nos - pessoas despertas, vivendo pragmaticamente o mistério e não apenas se interessando intelectual ou emocionalmente por ele - temos. Lógico que é uma importância simbólica, relativa (mas isso não é preciso dizer a vocês, todos tem sobriedade suficiente para não sair por ai inflando o ego por saber ou ver além da maioria). Voltando ao ponto, é pelo Grande Espirito, pela humanidade, pela mãe Terra, que travarei essa batalha, que vencerei minhas fraquezas, que transformarei o sonho da minha vida, que seguirei os designíos do abstrato. Eu sei (nunca com certeza absoluta) o caminho do meu sonho pessoal, sei o que devo fazer, das pessoas que devo me aproximar, das pessoas que devo me afastar, os hábitos que tenho que largar, e lutarei contra as força que tentam me manter estagnado, não por mim, não pela minha felicidade pessoal (que vira como consequência), pois pra mim não faz diferença, farei pois sei que é minha missão, meu destino.
Pessoas no mundo todo tem despertado, algo tipo de nova configuração está proporcionando isto, algo como a Era de Aquário (não quero me aprofundar pois não tenho conhecimento sobre o assunto – abri aleatoriamente 2 post nesse blog e os dois iam nesse sentido, do grupo de pessoas, da massa critica), o fato é que esta chegando a hora da tribo do arco-íris lutar, levantar voo. Temos dois tipos de pessoas, as conscientes e as inconscientes. Somos minoria absoluta, por isso os esforços devem ser grandes, impecáveis!
Intento a todos os guerreiros da nova era!
“Aceito as forças naturais que guiam meus caminhos;
Expresso a vontade do Grande Espirito em minha jornada;
Revelo a pureza do meu ser nas trilhas de meu dia;
Caminho com coragem e supero minhas provações;
Confio na luz e me entrego ao Bem.”
"Geração Arco-íris"......foi isso que me bateu forte o dia inteiro e, hoje passeando pelo blog encontrei um texto publicado em 2012 pelo Hermano Vento!! Há quinze dias esse fenômeno tem se mostrado em dois dias alternados aqui onde moro! Há tempos atrás também apareceu como um presságio numa conversa aleatória com Hermano Vento! Tudo o que li hoje veio ao meu encontro com uma bandeja, mostrando em partes com se fosse em blocos de situações antigas e vividas mas que circularmente terminam no arco-íris! É engraçado como o Espírito nos oportuniza situações em que momentaneamente não compreendemos mas silenciando-nos e desapegando da situação , a clareza vem! Eu sou grata por este espaço e também pelas interações, todos os textos e comentários são de grande valia! Hermano Kawak contribuiu com uma parte do texto "O Poder do Silencio Interior" justamente hoje que iniciei a leitura da obra! Leonardo com seu texto foi como o "soco na omoplata direita"!! Sou aprendiz ainda mas posso dizer que sou privilegiada por viver nesta Era onde vcs Guerreiros também vivem! Em especial ao Hermano Vento que há tempos desvendou o Nagualismo e disponibilizou este espaço e,sou sinceramente grata! Nestes quase dois meses que Hermano Vento partiu, muito se moveu, muito se modificou, não só aqui entre interações, mas principalmente na individualidade do SER! Paz e Bem a todos.... Gaivota 12/03/14 21h50
ExcluirHermano Leonardo Buenos dias
ResponderExcluircom essa melodia que veio do Infinito em forma de canção de Poder atingistes um estado de sobriedade. Ver que as coisas não tem importância. Uma palavra de xingamento contra nós só nos atinge quando damos importância a ela. Ela só tem importância porque colocamos importância nela, Uma outra coisa é despreocupar-se. Devemos nos livra de nossas pre - ocupações. O que nos libera uma enormidade de energia. Devemos viver centrados no aqui-e-agora. Nossas pre-ocupações vem de nossas lembranças do passado e de nossas expectativas do futuro. Despreocupar-se não é o mesmo que não se preocupar. Quando dizemos "não se preocupe" nossa mente entende o contrario. Despreocupa=se é uma espécie de não-fazer.
Kawak 11/03/2014 08:33
Uma outra coisa é "TER DE ACREDITAR" que é diferente de "acreditar", tanto que Castaneda dedicou um capitulo inteiro repassando esse conceito que Don Juan lhe ensinou. Tem no livro "Portal para o Infinito" no capitulo Tonal e o Nagual.
ResponderExcluirKawak
11/03/2014 08:40
Antes de fazermos a recapitulação é bom darmos longas caminhadas, pois é na região das batatas das pernas que se encontram guardadas nossas recordações da vida diária e também quando fazendo a recapitulação não devemos usar nada nos pés, nem chinelos para não causar obstruções energéticas.
ResponderExcluirKawak
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ hermano Kawak... hoje lia um livro na praia e me veio uma linda mensagem que divido com vocês. (Não se preocupem com o "teor" católico da mensagem, Jesus foi um grande nagual e isso nada tem a ver com a Igreja e seus representantes.)
ResponderExcluir"A paz espiritual Eu dou a você, a paz que transcende compreensão, a paz que não depende de pessoas ou condição exterior. Agora, nada neste mundo pode afetar você, que está livre em Cristo, em consciência espiritual. Você caminhará de um lado para outro no mundo, indo e vindo livremente, e nenhuma das crenças do mundo se acenderá em você. As chamas não lhe causarão dano; as águas não o afogarão. Eu coloquei meu selo sobre você, e você está livre. Caminhe para cima e para baixo, para dentro e para fora. A lei espiritual mantém o seu ser, o seu corpo, os seus negócios.
Não diga a nenhum o que você viu e ouviu. Não explique nem conte às pessoas a respeito da sua libertação "deste mundo". Movimente-se de um lado para o outro entre os homens, como um dom, como uma benção, como a luz do mundo. Deixe esta vida e esta mente estarem em você como o estavam em Cristo Jesus. Seja receptivo. Seja expectante. Esteja sempre alerta para receber orientação, direção e apoio interiores. Mantenha-se sintonizado com o seu mundo interior, mas ainda assim cumpra todos os seus deveres externos. Cumpra todas as suas obrigações externas, mas mantenha-se alerta interiormente.
Existem aqueles entre vocês que foram chamados para o trabalho de Deus. Será transmitido a você o que fazer e quando. Eu coloquei o Meu espirito em você. Esse espirito será visto e sentido pelos homens. Não será você, mas o Espirito que eles discernirão, embora pensem Nele como você.
Meu espirito trabalhará por você e através de você e como você. Ele trabalhará para realizar o Meu propósito. Você será a Minha presença na Terra. Eu não deixarei você, nem o abandonarei. Sob qualquer aparência, Eu ainda estarei com você. Não tema nada deste mundo. Meu Espirito orientador está sempre com você.”
Esse texto resumiu um pouco tudo que vinha sentido nesse ultimo mês. A organização terrena, ser um veiculo para o espirito, fazer esse sacrifício, não por querer nada da vida, mas sim, por ela me querer, me convocar, se insinuar....Intento a todos , que possamos irradiar um pouco de Luz nesse mundo dominado pela sombra da ilusão!
Salve Leonardo......muitos serão chamados,mas poucos escolhidos! Não creio no acaso, creio que tudo tem uma razão de ser e, vc é um canal do Espírito também! Gratidão pela partilha,aprendi muito e, me foi de grande e preciosa valia! Quando ensurdecemos a voz do Espírito, a graça e benevolência do "Grande Mistério" é tão grande que Ele envia um dos seus e nos sacode!! Agora estou conhecerei um pouco mais do poder do silêncio interior! Iniciando a "obra"! Gaivota
ExcluirBuenos dias Guerreiros
ResponderExcluirHermano Leonardo já reparastes que o caminho que o Cristo, Buda, Gandhi e outros Guerreiros deixaram tem o teor do caminho do Coração deixado por Don Juan através de Carlitos? Seguindo o caminho com o coração entramos num estado ser, não em sentidos religiosos, porém num sentido energético chamado impecabilidade. Humildade, Paciência, autocontrole, disciplina, sobriedade são todos valores, armas que devemos fazer constantemente no dia-a-dia e que são difíceis de conquistar e dependendo somente de nós em nossa atitudes por menores que sejam.
Um Guerreiro não mata cinco codornas para saciara a sua fome, é comedido e pede perdão e licença para tirar a vida daquele ser para sua alimentação assim essa comida se transforma em alimento de Poder.
Belo e forte texto Hermano postastes. Intente ser impecável mesmo nos pequenos atos.
Kawak 12/03/2014 08:18
“Existe uma opção secreta na recapitulação”, disse don Juan. “Do mesmo modo
ResponderExcluircomo te disse que existe uma opção secreta para a morte, uma opção que apenas os
feiticeiros escolhem. No caso da morte, o segredo éque os seres humanos podem reter
sua força de vida e abrir mão apenas de sua consciência, o produto de suas vidas. No
caso da recapitulação, a opção secreta que só os feiticeiros utilizam, é a escolha de
realçar suas mentes verdadeiras.
“As lembranças obsessivas de suas recordações”, continuou ele, “só podem ter
origem em sua mente real. A outra mente que todos nós temos e compartilhamos é,
poderia dizer, um modelo barato: tamanho econômico,um modelo que serve em todos.
Mas esse é um assunto para futura discussão. O que está em pauta no momento é o
advento da força de desintegração. Não de uma forçaque esteja desintegrando você –
não estou dizendo isso. Ela está desintegrando aquilo que os feiticeiros chamam de
instalação alienígena, que existe em você e também em todo ser humano. O efeito da
força que está descendo sobre você, a qual está desintegrando a instalação alienígena, é
livrar os feiticeiros de sua sintaxe”.
Eu escutara cuidadosamente don Juan, mas não posso dizer que entendi o que
disse. Por alguma estranha razão, que era tão desconhecida por mim como era a causa
de minhas recordações vívidas, não pude fazer-lhe nenhuma pergunta.
“Sei como é difícil para você”, disse don Juan repentinamente, “lidar com essa
faceta de sua vida. Todos os feiticeiros que conheci passaram pelas mesmas
dificuldades. Os homens que as experimentam sofrem infinitamente mais estragos que
as mulheres. Suponho que isso é o resultado do fatodelas serem mais resistentes. Os
feiticeiros do México antigo, agindo em grupo, deram o melhor de si para amparar o
impacto dessa força de desintegração. Nos dias de hoje, não temos como agir em grupo,
e por isso temos que ir à luta cada um por si mesmoe suportar sozinho a ação dessa
força que irá varrer nossas vidas para longe da linguagem; não há outro modo de
descrever adequadamente o que ocorre em tais casos”.
Don Juan tinha razão no que diz respeito ao fato deeu não ter como explicar ou
entender o efeito em mim de minhas recordações. DonJuan dissera-me que os
feiticeiros enfrentam o desconhecido como o mais comum dos incidentes que se possa
imaginar. Quando confrontados com ele, e como não conseguem interpretar o que estão
percebendo, eles têm que confiar numa fonte exterior que os oriente. Don Juan chamava
essa fonte de infinito, ou de voz do espírito, e disse que apesar dos feiticeiros não
tentarem ser racionais a respeito do que não pode ser racionalizado, ficam sabendo o
que é o quê, pois o espírito lhes diz, sem nenhum erro.
Don Juan orientou-me no sentido de aceitar a idéia de que o infinito era uma
força que tinha uma voz e que era consciente de si mesma.
Do livro "Lado ativo do Infinito"
Kawak
O DESMASCARAMENTO
ResponderExcluir“Eu quero propor uma idéia estranha a você”, Dom Juan disse enquanto
continuava caminhando à minha frente.
Eu tive que apressar meus passos para me aproximar dele e não perder nada do
que ele dizia.
“EU TENHO QUE DEIXAR CLARO QUE ESTA É UMA IDÉIA ESTRANHA QUE ACHARÁ RESISTÊNCIA
INFINITA EM VOCÊ,” ELE DISSE. “JÁ VOU LHE AVISANDO QUE VOCÊ NÃO ACEITARÁ ISTO FACILMENTE.
Mas o fato de que é estranho não deveria ser um impedimento. Você é um cientista
social. Então, sua mente está sempre aberta à investigação, não é assim?”
Don Juan estava tirando sarro descaradamente de mim. Eu percebi, mas isto não
me aborreceu. Talvez devido ao fato de que ele estava caminhando tão rápido, e eu
tinha que fazer um tremendo esforço para manter seu ritmo, o sarcasmo dele não me atingia, e em vez de me deixar irritado, me fez rir. Minha atenção integral estava
focalizada no que ele estava dizendo, e os insetos ou deixaram de me aborrecer porque
eu tinha intentado uma barreira de energia ao meu redor ou porque eu estava tão
ocupado escutando don Juan que não me preocupava mais com seu zumbido.
“A IDÉIA ESTRANHA”, ELE DISSE LENTAMENTE, MEDINDO O EFEITO DE SUAS PALAVRAS, “É
QUE TODO SER HUMANO NESTA TERRA PARECE TER EXATAMENTE AS MESMAS REAÇÕES, OS MESMOS PENSAMENTOS, OS MESMOS SENTIMENTOS. ELES PARECEM RESPONDER MAIS OU MENOS DO MESMO MODO AOS MESMOS ESTÍMULOS. ESSAS REAÇÕES PARECEM ALGO “ENEVOADAS” PELO IDIOMA QUE ELES FALAM, MAS SE NÓS ELIMINARMOS ISSO,SÃO EXATAMENTE AS MESMAS REAÇÕES QUE SITIAM TODO SER HUMANO NA TERRA. EU GOSTARIA QUE VOCÊ FICASSE CURIOSO SOBRE ISTO, COMO CIENTISTA SOCIAL, CLARO, E VEJA SE VOCÊ PODERIA EXPLICAR FORMALMENTE TAL HOMOGENEIDADE.”
Don Juan coletou uma série de plantas. Algumas delas quase não poderiam ser
vistas. Eles pareciam estar mais no reino das algase musgo. Eu segurei sua bolsa aberta,
e não nos falamos mais. Quando ele teve bastante plantas, tomou o caminho de casa,
caminhando tão rápido quanto podia. Ele disse que queria limpar e separar essas plantas
e colocá-las em ordem antes que secassem muito.
Eu estava profundamente envolvido pensando na tarefa que ele tinha delineado
para mim. Comecei tentando revisar em minha mente se eu conhecia qualquer artigo ou
documento escrito sobre este assunto. Eu pensei queeu teria que pesquisar, e decidi
começar minha pesquisa lendo todos os trabalhos disponíveis em âmbito nacional. Eu
me pus entusiástico sobre o tema, de modo fortuito,e realmente quis ir imediatamente
para casa, porque queria levar a tarefa a sério, mas antes que nós chegássemos à sua
casa, don Juan se sentou em uma borda alta que descortinava o vale. Não disse nada
durante algum tempo. Ele não estava ofegante. Não pude conceber por que ele tinha
parado para se sentar.
“A tarefa do dia, para você,” ele disse abruptamente, em um tom de presságio,
“é uma das coisas mais misteriosas da feitiçaria, algo que vai além da linguagem, além
das explicações. Nós caminhamos hoje, nós falamos, porque o mistério de feitiçaria
deve ser acomodado dentro do mundano. Deve originar-se do nada, e voltar novamente
para o nada. Isso é a arte dos guerreiros: passar pelo buraco de uma agulha
desapercebidos. Então, firme-se apoiando suas costas nesta parede de pedra, o mais
longe possível da extremidade. Eu estarei próximo, no caso de você desfalecer ou cair.
“O que você está planejando fazer, Don Juan?” eu perguntei, e meu alarme era tão
patente que eu notei e baixei minha voz.
“Eu quero que você cruze suas pernas e entre no silêncio interior,” ele disse.
“Digamos que você quer descobrir que artigos você poderia procurar para desacreditar
ou substanciar o que eu lhe pedi que faça em seu ambiente acadêmico. Entre no silêncio
interior, mas não durma. Esta não é uma viagem pelomar escuro de consciência. Isto é
ver a partir do silêncio interior.”
KAWAK
Um exemplo de desmascaramento que envei para Hermano Vento há algum tempo atrás
ResponderExcluirOntem fui até a casa de .................... o Homem-Águia.
Fizemos juntos um trabalho estupendo de desapego e desmascaramento. Ele está consciente disso agora. Porém não estava.
Tudo começou quando do seu aniversário lhe presenteei com minha antiga guitarra.
Começou por mim, num trabalho magnífico do Espirito, da Fonte. Eu que havia comprado
ha anos aquela guitarra, na época tocava-a até tarde e até dormia com ela, Natasha que eu dizia há uns dez anos atrás que se não fosse minha não seria de mais ninguém.
Na hora de meu desapego a forma humana, veio com diversas conversas para que eu não me desapegasse.
Dar uma guitarra de colecionador que valia no minimo ,2.500,00? Só a caixa para guardá-la valia uns 500,00.Que eu mesmo poderia mandar reforma-la e deixá-la novinha? Então me desapeguei.
Eimiro, ficou morto de contente na semana passada quando fomos pegá-la na Kit.
Disse que iria mandar para um Luthier para renová-la, Foi isso que fez e a recebeu na quarta.
Só ontem fui lá e ele me mostrou. Quando me mostrou tinha aparecido uma espécie de ranhura na guitarra apesar dela estar guardada na caixa.
Então o homem ficou doido, desconcertado( e tinha gasto somente 250 na reforma) e com isso também sua energia queria passar para mim eu eu já queira sair dali correndo. Coisa que não fiz e fiquei lá para ver o andamento das coisas. O hermano continuava doido, irritado.Eu só observava. Então ele ligou para um amigo dele e o homem veio correndo para ver o que tinha acontecido e cheio de achismos sobre a ranhura só colocava mais lenha na fogueira. Quando amigo foi embora. Abri o jogo com ele,
pois ele estava pensando que era inveja. Não minha e sim do amigo que ele chamou . Falei
que não era inveja que ele revisse seus conceitos. Então ele disse que ia pedir ajuda ao Mestre (seu mestre interior). E logo ele recebeu a resposta:DESAPEGO. e ainda por cima desmascarou a si mesmo, como queria transfeir a culpa de seu apego e pelo que tinha acontecido para outra pessoa. Então nos apertamos as mãos em comum acordo sobre o desmascaramento;.
Caiu na real e viu o que eu já tinha visto. Eu não tinha falado para não atrapalhar a sua propria visão. Ele tinha de ver por si mesmo. Viu que naquele curto período de tempo havia se apegado profundamente aquela guitarra. Que estava fazendo chuva num copo d´agua e que iria na segunda mandá-la de volta ao Luthier para acerto.
Eta Natasha , (o mome que eu tinha posto nela), conseguiu ser amada por dois Guerreiros e ainda por cima deu lições tanto a mim quanto ao Hermano Aguia.
A guitarrinha serviu como um instrumento do Espirito não só para tocar simplesmente e sim para tocar nossos corações e nos dar tal lição.
Kawak
O desmascaramento consiste em discernir a voz da mente alienigena, com seus pensamentos emoções e sentimentos
ResponderExcluire não atender a suas propostas.
Kawak
As vezes pensamentos estranhos invadem nossa mente e sabemos de antemão que aqueles pensamentos não são nossos, não condizem com a nossa natureza.
ResponderExcluirKawak
Buenos dias Hermano Kawak!! Sim, e nada mais que o silêncio interior para nos mostrar a voz do ver! Entre termais e ventos Sul e Sudeste Gaivota alçou voo e, re-torna! Viagem longa e sombria,mas necessária para re-viver!! Forte intento ....... Gaivota
ExcluirEu respirei fundo, fechei os olhos, e tentei aquietar minha mente. Falava comigo
ResponderExcluirmesmo freneticamente a respeito de meu problema semsolução: era fora de qualquer
dúvida que eu não gostava, de modo algum, de visitar don Juan. Sentia-me ameaçado
em sua presença. Ele encurralava-me verbalmente e não deixava nenhuma brecha para
que pudesse mostrar meu valor. Eu detestava ser desprestigiado cada vez que abria a
boca; detestava fazer papel de bobo.
Mas havia outra voz dentro de mim, uma voz que vinha de uma profundidade
maior, mais distante, quase um sussurro. No meio deminha verborragia conhecida, ouvi
a mim mesmo dizendo que era muito tarde para que eupudesse voltar. Mas não era
realmente minha voz ou meus pensamentos que eu estava percebendo; era mais como
uma voz desconhecida dizendo que eu tinha entrado muito profundamente no mundo de
don Juan e que necessitava dele mais que do ar.
“Diga o que quiser”, parecia dizer-me a voz, “mas se você não fosse o ego-
maníaco que é, você não estaria tão contrariado.”
“Essa é a voz de sua outra mente,” disse don Juan como se estivesse ouvindo ou
lendo meus pensamentos.
Meu corpo pulou involuntariamente. Meu susto foi tão grande que as lágrimas
umedeceram meus olhos. Confessei para don Juan a natureza real de minha perturbação.
“Seu conflito é muito natural”, disse ele. “E acredite-me, eu não o exacerbei
tanto assim. Não é meu feitio. Tenho para contar-lhe algumas estórias sobre meu
professor, o nagual Julian, a respeito do que ele fazia comigo. Eu o odiei com todo o
meu ser. Era muito jovem, e via como as mulheres o adoravam, entregavam-se a ele
como algo nunca visto, e quando eu tentava dizer apenas um alô para elas, voltavam-secontra mim como leoas, prontas para arrancar minha cabeça com uma patada. Elas
detestavam-me até as entranhas e amavam Julian. Como você acha que eu me sentia?”
“Como você resolveu tal conflito, don Juan?” perguntei com um interesse real e
genuíno.
“Eu não resolvi coisa nenhuma”, declarou ele. “Aquilo, conflito ou o que fosse,
era o resultado da batalha entre minhas duas mentes. Cada um de nós, seres humanos,
tem duas mentes. Uma delas é totalmente nossa, e fala conosco por uma voz que
sussurra e que sempre traz para nós ordem, integridade, propósito. A outra é uma
instalação alienígena. Ela nos traz conflito, reivindicações egoístas, dúvidas, desespero”.
Estava tão intensamente fixado em minhas próprias concatenações mentais que
não captei nada do que don Juan dissera. Podia lembrar-se claramente de cada uma de
suas palavras, mas elas não faziam nenhum sentido para mim. Don Juan muito
tranqüilamente, olhando diretamente em meus olhos, repetiu o que acabara de dizer. Eu
continuava sem condição de perceber o que ele queria dizer. Eu não podia focalizar
minha atenção em suas palavras.
“Por alguma estranha razão, don Juan, eu não posso concentrar-me no que você
está me dizendo”, disse eu.
“Entendo perfeitamente porque você não pode”, disseele, sorrindo abertamente,
“e você também irá entender algum dia, quando tiverresolvido o conflito de gostar ou
não de mim, no dia em que você deixar de ser, para você mesmo, o centro do mundo.
Kawak do livro Lado Ativo do Infinito
Buenos dias Hermanos
ResponderExcluirvinha andando para o trabalho e um assunto me foi sussurrado no ouvido.
Vivemos num mundo de reações e não de ações.. Quase nunca agimos verdadeiramente.A maioria de nossas atitudes é decorrente de ações externas. Devemos esta alerta se nossas ações são genuínas, espontâneas ou não.
Kawak 13/03/2014 08:13
Quando tiver acessos de raiva ou outro sentimento nocivo. Faça um não fazer. Gire o olho esquerdo em sentido horário e Conte as partir de 10 decrementando: 10, 9, 8, 7..... isso lhe dará um certo alheamento um tempo necessário para deslocar o ponto de aglutinação a outra posição que não o daquela reação. Funciona.
ResponderExcluirKawak
13/03/2014 08:22
Don Juan dizia: A mesma eneriga que você gasta para se tornar infeliz poderia ser gasta para otrna-lo feliz;
ResponderExcluirE vejam que Osho flala basicamente a mesma coisa: Eis um trecho dele:
A energia tem que ser criativa. Se você não usá-la para a felicidade, a mesma energia
será usada para gerar infelicidade. E como você tem hábitos tão arraigados para a
infelicidade, o fluxo da energia provavelmente já se tornou bastante frouxo dentro de você.
Para criar felicidade você precisa fazer muito esforço.
Assim, você terá que estar constantemente consciente e, sempre que houver um belo
momento, deixe-o agarrá-lo, possuí-lo e aproveite-o em sua totalidade. Se fizer isto, será
impossível que o momento seguinte seja diferente. Por que seria diferente? De onde viria?
O tempo é criado dentro de você. Seu tempo não é o mesmo que o meu. Existem
tantos tempos paralelos quanto existem mentes. Não existe um tempo único. Se houvesse,
haveria dificuldades. Se assim fosse, não seria possível que alguém, nesta mísera raça
humana, se tornasse o Buda, porque pertenceríamos todos ao mesmo tempo. Não, o tempo
não é o mesmo para todos. Meu tempo vem de dentro de mim, é minha criatividade. Se este
momento é belo e se o próximo nasce ainda mais belo— este é o meu tempo. Se este
momento é triste para você, então um momento ainda mais triste nascerá dentro de você —
este é o seu tempo. Há milhões de linhas de tempo paralelas. Mas há pouquíssimas pessoas
que existem fora do tempo — aquelas que atingiram anão-mente. Essas pessoas não têm
tempo porque não pensam a respeito do passado. O passado já foi e somente os tolos
pensam nele. Quando algo se foi, passou, já não é mais.
Há um mantra budista que diz gate, gate, paragate —swaha, o que quer dizer
“passado, passado, totalmente passado — deixe-o queimar” O passado é passado, o futuro
ainda não chegou. Por que então se preocupar a respeito? Quando o momento chegar, você
estará ali para encontrá-lo, não há motivo para ansiedade. Só o momento atual importa,
puro, intenso, cheio de energia. Viva este momento!
Kawak
Neste mundo de reações até nossos estados de espirito podem ser ditados por meios culturais: Por exemplo:
ResponderExcluiraqui gando vamos a um velório, um enterro é um momento de tristeza, de choro, lamúria ao passo que em outras culturas como no Mexico é um momento de alegria,canto dança,festividade.
Kawak
Este foi um dos comentários mais bem feitos que já li, não sei muito destas coisas, mas estou adorando a leitura aqui, e este comentário vem muito a calhar, pois relmente as pessoas são de acordo com o ambiente que estão, apenas reagem as situações, e as reações parece que são parecidas para todo mundo. Em uma igreja eu vejo as pessoas reagindo igual, em hospitais a dor, em manifestações a euforia, a maioria ds pessoas regem em nem sabem porque estão reagindo. Obrigado Kawak.
ExcluirBuenos dias Hermanos Guerreiros
ExcluirBom ver isso no primeiro dia de Outono, misa um novo ciclo que se inicia.
Hermano anonimo, estamos aqui, nós, todos os Guerreiros e Hermano Vento também está em Espirito aqui neste blog apesar de se encontrar distante Intento apenas ser um duto limpo para o Espirito, minha tarefa.
Gracias
Kawak 08:05 20/03/2014
O RETRATO FALADO DOS FEITICEIROS
Hermanos esta vai entrar para o “ALBUM DE EVENTOS MEMORÁVEIS”
Havia chovido bastante, Feriado (19/03), dia de São José, padroeiro da cidade onde moro. Mesmo assim sabia que no centro da cidade haviam algumas lojas abertas. Fui até lá. Algo queria que eu ficasse na kit,estava um dia nebulosos, prestes a desabar um pau d´água. Mesmo assim fui. Cheguei no centro vi algumas lojas abertas e procurei pro lençóis de solteiro com elástico. Comprei dois pois estava precisando. Voltei para casa e depois fui até a casa de Léo, outro Guerreiro aprendiz e conversamos sobre diversos assuntos e contei-lhe sobre o assunto que o Nagual estava me clareando: OS CERNES ABSTRATOS.
Léo teve que sair e retornei a Kit.
Fiz os Passos de Poder, entrei na segunda atenção e intentei entrar em contato com o Nagual.
Não mais falou sobre os Cernes, ao invés disso começou a falar que certa feita a velha Florinda sem nenhum preâmbulo deu-lhe uma tarefa. A partir da recapitulação , intentasse conhecer mais sobre o Nagual Elias, “mesmo que ele nunca o tivesse conhecido, que chegasse até a sentir o cheiro de suas estranhas invenções”. Me recordei disso, porém não lembrava qual o livro havia essa passagem . Então ele disse que tinha uma tarefa para mim:
Já que eu gostava de desenhar fizesse uma coisa diferente, única, que a seu ver nunca havia sido feita. Era uma tarefa bastante simples. Que eu tentasse através do desenho, descrever o sentimento dos Guerreiros. Fiquei confuso e não entendi nada.
- Muito simples. Em meus relatos fiz extensas descrições físicas e do jeito dos Guerreiros. Como eram, como se expressavam, como se comportavam. Por exemplo: Pablito era um hábil carpinteiro, Nestor tinha um sorriso acabrunhado, Eligío era ... e assim por diante.
- Quero que coloque sua atenção focal nessa tarefa. Tente vê-los em sua projeção Através das descrições faça uma imagem e tente colocá-la no papel,
Esse é o não- fazer. Tente fazer como um desses retratos falados, em que o desenhista não conhece o sujeito e o faz através de uma descrição apesar de nunca ter-lhe visto o rosto. Terminou aí. Gostei da idéia. Porém a forma humana começou a atacar dizendo para que servia tal coisa, qual o ganho?
Não dei ouvidos e iniciei a tarefa.
continuação
ResponderExcluirSabia que nos livros haviam descrições sucintas dos Guerreiros então aproveitei que o livro “O Poder do Silêncio” estava próximo e abri em uma parte no capitulo “AS QUATRO DISPOSIÇÕES DA ESPREITA” e comecei a ler atentamente caçando o que o Nagual havia falado. Não precisei ir muito longe. Após umas quatro páginas a coisa começou a esquentar quando vi que o Nagual iniciava uma descrição detalhada de uma casa, tinha até o endereço: número 1573 da Heavenward Avenue. Continuei lendo e em seguida encontrei o que queria.
O Nagual tinha escrito:
“Dois homens, talvez em torno de 55 anos, sentavam-se nas
cadeiras de braço. Levantaram-se quando entramos. Um deles era
índio, o outro latino-americano. Don Juan apresentou-me primeiro ao
índio, que estava mais perto de mim.
— Este é Silvio Manuel. É o feiticeiro mais poderoso e perigoso do
meu grupo, e também o mais misterioso.
As feições de Silvio Manuel pareciam ter saído de um afresco
maia- Sua compleição era pálida, quase amarela. Mais parecia um
chinês. Os olhos eram estreitos, mas sem a dobra epicântica. Eram
grandes, negros e brilhantes. Não tinha barba. O cabelo era negro com
manchas de grisalho. Tinha as maçãs do rosto altas e os lábios
carnudos. Tinha em torno de um metro e setenta, magro, rijo, e usava
uma camisa esporte amarela, calças marrons e uma jaqueta leve e bege.
A julgar pelas roupas e maneirísmos gerais, parecia ser mexicano-americano.
Sorri e estendi minha mão a Silvio Manuel, mas ele não a tomou.
Assentiu superficialmente.
— E este é Vicente Mendrano — disse Don Juan, voltando-se para
o outro homem. — É o mais sábio e mais velho de meus companheiros.
É mais velho não em termos de idade, mas porque foio primeiro
discípulo de meu benfeitor.
Vicente assentiu também sem muita importância, e também não
disse palavra.
Era bem mais alto que Silvio Manuel mas tão magro quanto o
índio. Tinha uma compleição rosada e barba e bigodecuidadosamente
aparados. As feições eram quase delicadas: um narizfino, belamente
cinzelado, boca pequena, lábios finos. Sobrancelhasespessas e escuras
contrastavam com o cabelo e a barba salpicados de cinza. Os olhos
eram castanhos e também brilhantes e riam apesar desua expressão
carrancuda.
Estava vestido de modo conservador num terno de algodão
esverdeado, com camisa esporte de colarinho aberto.Também parecia
ser mexicano-americano. Julguei que fosse o proprietário da casa.”
Não perdi tempo e comecei a fazer o desenho dos dois homens de acordo com suas características.
ResponderExcluirCumpri a tarefa tal qual delineou o Nagual. Os desenhos ficaram legais e pude ter uma idéia de como eram fisicamente aqueles dois Guerreiros.
Vi então uma coisa: que o Nagual tinha maneiras estranhas, mesmo assim rebuscadas e sutis de ensinar. Parei um momento para fazer estas anotações, porém não consegui parar ali e continuei a ler. Fiquei abismado que a medida que lia ia encontrando confirmações até mesmo do que eu já havia escrito.
“Explicou. — Os feiticeiros, no entanto, têm um propósito ulterior para
seus atos, que nada tem a ver com ganho pessoal. O fato de que se
divertem com seus atos não conta como ganho. Antes,trata-se de uma
condição de seu caráter. O homem comum age apenas se há
oportunidade de lucro. Os guerreiros dizem que agemnão pelo lucro
mas pelo espírito.
Pensei a respeito. Agir sem considerar ganho era realmente um
conceito estranho. Eu fora educado para investir e ter esperança por
alguma espécie de retribuição por tudo que fazia.
Don Juan deve ter tomado meu silêncio e compenetração como
ceticismo. Riu e olhou para seus dois companheiros.”
Exatamente o mesmo que aconteceu quando fui atacado pela forma humana antes de iniciar a tarefa
“Foi essa a finalidade ao dizer que minha braguilha estava aberta.
— Foi uma maneira de causar-lhe um choque — disse com um
sorriso. — Somos índios grosseiros, assim todos os nossos choques são
algo primitivo. Quanto mais sofisticado o guerreiro, maior sua fineza e
elaboração de seus choques. Mas devo admitir que obtivemos um belo
golpe de nossa crueza, especialmente quando o amarramos pelo
pescoço como a um cachorro.”
O mesmo que percebi, que o Nagual usava métodos estranhos, porém elaborados e sofisticados.
“— O primeiríssimo princípio da espreita é que um guerreiro
espreita a si mesmo. Espreita a si mesmo implacavelmente, com
esperteza, paciência e docilmente.
Eu queria rir mas ele não me deu tempo. De modo muito sucinto
definiu a espreita como a arte de usar o comportamento de maneiras
novas para propósitos específicos. Disse que o comportamento humano
normal no mundo da vida cotidiana era rotina. Qualquer
comportamento que escapava à rotina causava um efeito incomum em
nosso ser total. Esse efeito incomum era o que os feiticeiros buscavam,
porque era cumulativo.
Explicou que os feiticeiros videntes dos tempos antigos, através
de sua visão, primeiro haviam notado que o comportamento incomum
produzia um tremor no ponto de aglutinação. Breve descobriram que se
o comportamento incomum era praticado sistematicamente e dirigido
com sabedoria, forçava no final o movimento do ponto de aglutinação.”
O mesmo quando o Nagual me incubiu de fazer essa tarefa que a seu ver nunca havia sido feita.
continuação
ResponderExcluir— O desafio real para aqueles feiticeiros videntes — continuou
Don Juan — era encontrar um sistema de comportamento que não
fosse mesquinho nem caprichoso, mas que combinasse a moralidade e
o senso de beleza que diferencia os videntes feiticeiros das bruxas
comuns. Parou de falar, e todos olharam para mim como que buscando
sinais de fadiga em meus olhos ou rosto.
— Qualquer um que tenha sucesso em mover seu ponto de
aglutinação para uma nova posição é um feiticeiro —continuou Don
Juan. — E a partir dessa nova posição, pode fazer todos os tipos de
coisas boas e más aos seus semelhantes. Ser um feiticeiro, portanto,
pode ser o mesmo que ser um sapateiro, ou um padeiro. A causa dos
feiticeiros videntes é ir além dessa posição. E para fazê-lo necessitam de
moralidade e beleza.
* * *
Compreendi então não apenas por que a consciência intensificada era o
portal do intento mas também compreendi o que era o intento. E, acima
de tudo, compreendi que aquele conhecimento não podia ser
transformado em palavras. Aquele conhecimento ali estava para
qualquer um. Ali estava para ser sentido, ser usado, mas não explicado.
Um indivíduo podia penetrar nele mudando de nível de consciência,
portanto a consciência intensificada era uma entrada. Mas mesmo a
entrada não podia ser explicada. Podia-se apenas fazer uso dela.
Houve ainda uma outra peça de conhecimento que veio a mim
naquele dia sem qualquer coação: que o conhecimento natural do
intento era disponível para qualquer um, mas o seu comando pertencia
àqueles que o perscrutavam.
Sentei-me na cama para colocar isso no papel e senti que o Nagual ainda estava ali me observando, então falou:
- O que ganhou com isso? Só você sabe! – e começou a rir.
- Lhe dei uma tarefa simples e você pegou o Espírito da coisa. Espreitou a sim mesmo, foi impecável. Não se rendeu a forma humana e foi além. Deslocou profundamente seu ponto de aglutinação. Num curto espaço de tempo aprendeu e vivenciou uma enormidade de coisas. Isso é INTENSIDADE.
Assim terminou nosso encontro neste dia que anunciava a entrada no Outono.
Kawak 20/03/2014 11:42
Kawak...descobri pq não conseguia postar comentário através do computador!! Estou usando outro navegador agora e, te digo: isso foi necessário! Então agora te respondo este comentário que postastes dia 20/03, pois fiquei pensando e relendo sobre isso e, me veio que isso está relacionado a uma vida "forte e boa", requer caráter, bom caráter, uma vida plena descompensadora! Não devemos mesmo esperar nada em troca. Hoje passeando mais um pouco pelo blog, li um texto que Vento postou em 2012 onde ele relata o ato que levou-o a "cavar" num local determinado e, veio exatamente ao encontro do tema que mencionastes aqui. Passeando um pouco mais, cheguei a primeira postagem em 2010, Mês de julho (exatamente dois meses depois que desenvolvi a sindrome de méniéré). Então meu propósito foi além: lerei de trás para frente(a palavra recapitulação tem soado forte em meus ouvidos) os textos aqui postados por Vento que, guiado pelo Espírito deixa-nos uma mensagem de despertar! Em cada uma de trás para frente, deixarei postado meu comentário para marcar minha passagem por lá! Já agradeci ao Vento tantas vezes e, tenho intentado encontrá-lo ensonho, mas, talvez minha conexão não esteja totalmente pronta/limpa ainda, ou minha mente ainda me enganando! Engraçado que ontem e hoje o ar do Outono trouxe ventos novos aqui no sul e, impossível não lembrar do Hermano Vento! Da mesma forma que um ciclo da Natureza se iniciou, um ciclo pessoal se renova! Avante Hermanos Guerreiros! Gaivota 24/03/14 21h40
ExcluirHermanos Buenos dias
ResponderExcluirencontrei o livro em que o Nagual fala do Nagual Elias e até de sentir o cheiro de suas invenções e tem a ver com que o Nagual havia falado sobre A ATENÇÃO FOCAL,encontrei no livro "A RODA DO TEMPO" .
Kawak 08:09 21/03/2014
DO LIVRO A RODA DO TEMPO
ResponderExcluir“— Um guerreiro deve ir muito devagar — ela
recomendava — e usar todas as coisas que estiverem
disponíveis na senda do guerreiro. Uma das coisas mais
notáveis é a capacidade que todos nós temos, como
guerreiros, de focalizar nossa atenção com força inflexível nos
eventos que vivemos. Os guerreiros podem focalizá-la até em
pessoas que nunca encontraram. O resultado final dessa
focalização profunda é sempre o mesmo. Ela reconstrói a
cena. Pedaços inteiros de comportamento, esquecidos ou
novos em folha, se tomam disponíveis para o guerreiro. Tente
isso.”
"Eu quero que você focalize sua atenção de
recapitulação nessas invenções", ordenou-me Florinda.
"Quero que você chegue até a cheirá -las, a senti-las nas
mãos, ainda que nunca as tenha visto, exceto através do que
estou lhe dizendo agora. Fazer essa focalização significa
estabelecer um ponto de referência, como numa equação
algébrica na qual alguma coisa é calculada através de um
terceiro elemento. Você será capaz de ver o na gual Juan
Matus com infinita clareza, usando alguém mais como um
ponto de corroboração."
kAWAK
Tive a oportunidade de ver Juan Matus numa sessão de meditação xamanica em 2012, sem saber que era Ele! Soube quem era o índios que me convidou na ocasião a passear na floresta com seu amigo Urso Pardo, um ano depois de sua aparição! Interessante que as "coisas" acontecem primeiro e, só tempos depois é que tenho a clareza! Tudo se encaixa como num belo quebra cabeça! Gaivota 24/3/14 12h15
ResponderExcluirBuenos dias Hermanos Guerreiros
ResponderExcluirSim Hermana Gaivota, a recapitulação é o combustível de sonhar. Nossos sonhos comuns são os sonhos dos predadores. Somente quando aprendemos a ensonhar, que é o não-fazer de sonhar, estamos sonhando nossos sonhos verdadeiros.
Kawak
08:03 24/03/2014
Hermano Kawak.....ainda preciso des-cobrir este tema! Gracias. Gaivota 26/3/14 13h15
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