Como voar pelo céu quando não se controla o vento?
Há um tempo
bastante longo eu não me parava para ouvi-lo, algo parecia ter mudado dentro de
mim. Não entendia o chamado, naquele dia, em que parecia tudo normal, havia
algo de diferente no ar. Sabe aquelas coisas que não conseguimos explicar, uma
tonalidade especial, um sopro elétrico no ar, algumas sincronias que nos
remetem a lembranças. Alguma coisa me mostrava que talvez aquela espreita
estava acabando. Em todo caminho que caminhamos, texturas especiais tendem a
fazer com que ele pareça diferente. Percebemos, se quisermos, que andar por uma
rua nunca é igual. Há dias de êxtase sem sentido, de angústia sem motivo, há
dias e dias, e isso é tudo que há. Hoje era um dia destes, era porque já foi, e
será porque chegará novamente, mas na verdade está sendo. É um dia diferente em
tonalidade e textura, como aqueles dias das brisas dos prelúdios entre
estações. Poucos conseguem ver, mas todos, arrisco dizer que todos sabem
inconscientemente quanto mudará a estação, é algo que nos está presente há milênios
aqui dentro, e ali fora, que por fim é exatamente a mesma coisa. Mas nos
demoramos a nos aperceber destes detalhes especiais.
Este dia
pensava porque não conversava mais com ele, porque ele não me visitava mais,
porque parecia tudo tão estático e frio no mundo obscuro das palavras da razão.
A luz de Kant não ilumina tanto quanto a metafísica de Don Juan, ou pelo menos
não por aqueles dias. A espreita tem sim uma dupla face. Se por um lado nos dá
mobilidade, é um emaranhado de armadilhas novas-antigas que nos pode prender. É
uma rede, uma trama, que à medida que é tecida também aprisiona,
sustenta-prende, sustenta-esconde o que quer por fim mostrar. Mas as coisas são
assim, a dualidade é apontada apenas pelas conjecturas que criamos. Mas enfim
eu queria saber porquê.
Ele me disse
então que não havia motivo aparente, e isso em si era motivo suficiente.
Não ter motivo
é uma das prisões e sustentações que temos. Quando temos motivos demais, nos
fazemos presos o suficiente para não conseguir andar. Quando temos motivos de
menos, nos fazemos soltos como balões, e podemos nos perder a voar. Como aquele
balão naquele dia de verão, quando criança, solto no parque, sorri ao vê-lo
voar, mas chorei depois por saber que nunca mais ia voltar. As coisas são
assim, como a corda do balão, tênue, e como seu flutuar, que por um tempo precisa
ser mantido aqui, próximo de um algo que sustenta, até saber para onde e como
irá sozinho, sem a corda voar.
Ele me disse
ainda que era preciso o foco, retornando à concentração que era necessária para
se caminhar.
Perder o foco é
ser disperso. Quantos raios de sol vemos aqui, todos dispersos banhando
lindamente cada parte de nossa Terra amada. Mesmo assim, o sol pode ser
concentrado, bem como a nossa atenção precisa aprender a concentrar-se. A
dispersão gera o desperdício, e isso não é interessante para quem quer
caminhar. O desejo é a força dispersa do guerreiro, o intento é a força
concentrada. Como naquele dia em que, no mesmo sol de verão, em um outro rincão
lá nas bandas do Maranhão, eu encontrara uma lente de um velho óculos esquecida
no porão. Ajuntei os raios todos de sol em um quinhão tão pequeno de chão que o
vi fumegar. Queimei formigas, papéis, a grama e até meus dedos dos pés. Lembro
da alegria daquela primaveril lição que agora me veio na recordação, concentrar
é trazer algo para o centro, com o centro da ação vem a intenção, o intento é a
força que faz a ação.
Por estes dias,
ainda quando não havia conversado com ele mais uma vez, um velho amigo me
mandou uma mensagem. Acreditava-se disperso, o mal da humanidade confesso,
dizia estar sem foco, perdido, como no ar voando aquele balão daquele verão.
Agora me veio a resposta, soprada pelo velho que há muito não via. Ele me deu
uma chave, o intento, a concentração, o foco, a linha e o balão, todas juntas:
a solução.
Sei que pode
parecer meio hermético, mas não o é se lerem com o coração. Todos tiveram um
balão, uma lente e o sol, de forma que todos podem controlar a sua intenção. A
máquina cósmica me disse, o tempo do badalar das doze horas sempre chega, e é
hora de uma nova volta no timão. Guinada para o norte, guinada para o sul, mas
sempre revolver a roda do timão. Importante é a renovação.
Explicando em
miúdos entendi, e aqui também trago esta explicação. Desta grande engrenagem,
todos devem conhecer as suas doze horas, as suas seis horas, as horas todas
desta máquina de atenção. Devemos conhecer e focar as engrenagens desta
maquinação. Algo é assoprado pelo espírito, vem de fora, como o vento que sopra
o balão. De início, aquele balão na minha mão não tinha solução, se não ser
levado pelo vento. Mas com o tempo, observando, ele pode controlar e não lutar
contra o vento, ele entende que o que existe dentro dele, é a mesma coisa que
existe no vento que o sopra, e começa a comunicar-se com aquele vento de fora.
Assim, ele se torna o próprio vento, e consegue selecionar para onde ele vai
soprar.
Assim somos nós
os homens. O intento é a concentração de todos os nossos quereres. Ele começa
com a concentração máxima em um foco, que se chama isso, intento. Quando
concentramos todos os raios de nossa energia em um algo, qualquer que seja este
algo, conseguimos fazer com que nossa máquina energética funcione impecavelmente
naquela direção. É simples. Somos parte da máquina universal, uma engrenagem
desta máquina, de forma que para mover toda a máquina do universo, precisamos
ser impecáveis em mover a nós mesmos inicialmente, com o foco em uma direção. À
medida que assim fazemos, com o tempo criamos uma corrente em uma direção, esta
corrente é criada pela nossa vontade concentrada, que cria o intento, que é
algo que está para além de nossas fronteiras. Eu poderia dizer que o intento é
o fogo e a vontade é a fagulha que acende a este fogo. Assim são as coisas, a
nossa vida é um intenso treinamento de direcionar as nossas fibras energéticas
para uma direção, saber manipular a vontade e fazer transformar em intento. Quando
conseguimos controlar essa força poderosa, indo para lá e para cá, espreitando,
mudando, indo e voltando, estamos prontos para ser como um balão solto no
universo, mas que consegue controlar o vento que o sopra, pois é ciente e
consciente que o dentro e o fora são forças somadas, que juntas fazem o milagre
da revolução.
Quando o
espírito bate em nossa porta, devemos abri-la, esperar a mensagem, e depois
direcionar a nossa vontade naquela direção, sem contestar, por mais absurdo que
pareça. Assim, usando a vontade naquela direção, abandonamos o egoísmo de um
querer pessoal, e espreitamos a vontade do próprio universo, aprendendo a
controlar essa força externa e interna que é o intento. Impecabilidade amigos,
seria a resposta que eu daria ao amigo de velha ordem que me pediu uma dica. A
impecabilidade é a força inicial, que se transforma em vontade, que acende o
fogo do intento, que opera qualquer milagre na existência.
Então o velho
homem falou para mim que acreditar também é saber andar distante, é esquecer
por um tempo o caminho que nos parece fácil e enfrentar aqueles realmente difíceis.
Não sei o objetivo que possa existir no existir que não o de existir de forma
plena. O velho me disse que a vida é aceitar, contemplar, e sempre, sempre
exercitar. Não adianta acomodar-se no fácil. Quando se está por demais
acomodado dispersamos a nossa fibra na rotina, na acomodação, a rigidez nos
domina, nos deixa fracos e indolentes. Só o que deixa um ser luminoso forte é o
exercício da impecabilidade, da vontade e do intento. Mudar é necessário para
se consolidar vitórias, só assim – me disse o velho sorrindo -, se estará com
as fibras musculosas para aguentar o último impacto de viver sem a crosta que
acomoda do ovo de luz. Só enrijecendo todas as fibras para que elas vivam por
si no mundo do amanhã. E como querer ser livre de todos, sendo preso em si
mesmo?
Liberte-se!
Permita-se!
Olhe para
dentro de si, veja as pontas de desafios que deixou para trás, mesmo a mais
idiota que lhe chegue a mente e a desafie com todas as suas forças. Não podemos
deixar nada que nos passou em aberto, devemos fechar todas as pontas, aparar
todas as arestas, cumprir todas as missões que o espírito nos soprou, só assim,
na concentração das energias, teremos a plenitude de amanhã.
Será que você
enfrentou todos os medos, desafios do passado? Ou apenas os guardou debaixo do
tapete de suas lembranças. Se o fez, é hora de revolver o lixo de seu passado,
e agora, de uma vez por todas de sua nova vida.
Intento
guerreiros!
Hermanos Guerreiros Buenos dias
ResponderExcluirHermano Vento fostes muito profundo neste texto.. Sem palavras.
Kawak
08:03 24/04/2014
Salve Hermano Vento......grata pela sacudida necessária!! Vento sempre nos refresca a lembrança para ativar a recapitulação,principalmente no caminho do guerreiro! Gaivota
ResponderExcluirO homem antigo sabia, da maneira mais direta, o que fazer e como fazê-lo melhor. Mas, porque procedia tão bem, começou a desenvolver o senso do eu, que lhe deu a sensação de que podia predizer e planejar as ações que estava acostumado a realizar. E assim a idéia de um eu individual apareceu. Um eu individual que começou a ditar a natureza e o escopo das ações do homem.
ResponderExcluirÀ medida que a sensação de eu individual se tornava mais forte, o homem perdeu sua conexão natural ao conhecimento silencioso. O homem moderno, sendo herdeiro desse desenvolvimento, encontra-se portanto tão desesperançadamente removido da fonte de tudo que só lhe resta expressar seu desespero em atos violentos e cínicos de autodestruição.
A razão do cinismo e desespero do homem é a quantidade de conhecimento silencioso deixado nele, o qual faz duas coisas: primeiro, dá ao homem um vislumbre de sua antiga conexão à fonte de tudo; e segundo, faz o homem sentir que sem essa conexão não tem esperança de paz, de satisfação, de realização.
Os feiticeiros descobriram que qualquer movimento do ponto de aglutinação significa um movimento afastando-se da excessiva preocupação com aquele eu individual que é a marca do homem moderno. Eles acreditam que é a posição do ponto de aglutinação que faz do homem moderno um homicida egoísta, um ser totalmente envolvido com sua auto-imagem. Tendo perdido a esperança de jamais retornar à fonte de tudo, o homem busca consolo na sensação de si mesmo. E, ao fazê-lo, termina por fixar seu ponto de aglutinação na posição exata necessária para perpetuar sua autoimagem.
Portanto, é seguro dizer que qualquer movimento do ponto de aglutinação para fora de sua posição costumeira resulta num movimento afastando-se da autoreflexão do homem e de sua concomitante auto-estima.
Os feiticeiros estão absolutamente convencidos de que, ao mover nossos pontos de aglutinação para fora de sua posição costumeira, adquirimos um estado de ser que poderia apenas ser chamado implacabilidade. Os feiticeiros sabem, por meio de suas ações práticas, que assim que seus pontos de aglutinação se movem, sua autoestima desmorona. Sem a posição costumeira de seus pontos de aglutinação, sua autoimagem não pode mais ser sustentada. E sem o pesado foco sobre essa auto-imagem, perdem sua autocompaixão e, com ela, sua auto-estima. Os feiticeiros estão certos, portanto, em afirmar que essa auto-estima é apenas autopiedade disfarçada.
A posição da auto-reflexão força o ponto de aglutinação a agrupar um mundo de falsa compaixão, mas de crueldade muito real e autocentrismo. Naquele mundo, os únicos sentimentos reais são aqueles que convêm para quem os sente.
Para um feiticeiro, a implacabilidade não é crueldade, e sim o oposto da autopiedade ou auto-estima. Implacabilidade é sobriedade. A implacabilidade de um feiticeiro tem muitos aspectos. É como uma ferramenta que se adapta a muitos usos. Implacabilidade é um estado de ser. É um nível de intento que o feiticeiro atinge. O feiticeiro usa-o para atrair o movimento de seu próprio ponto de aglutinação ou o de seus aprendizes. Ou o usa para espreitar.
de o Poder do Silencio
Kawak 08:33 29/05/2014
Nosso amigo Vento está fazendo um pouco de falta...Carlão
ResponderExcluirHermano Vento cada vez mais erudito. Articulando com perfeição beleza e poder!
ResponderExcluirIsso é arte; a arte de viver do guerreiro, se transforma em arte no papel, na musica, na dança...
estou relendo o texto a fim de absorver completamente as suas implicações!
Estou com uma tremenda tarefa de guerreiros em mão, depois eu divido com meu amigos desse espaço!
No mais, intento a todos, muita luta e muita alegria, amor...no final das contas, por essa vida louca, nada como uma boa vibração! abraços!
Hermanos Buenos dias,
ResponderExcluirpode até parecer bobagem.
Lembram-se quando crianças quando faziamos alguma coisa errada e nssos pais ralhavam (engula o choro) e ficávamos em um canto com contrações espamódicas em nossa barriga?
Estávamos intentando nos recuperar mexendo com a zona da implacabilidade que fica justamente ali, na região do diafragma. Por isso de um Passo de Poder que Don Juan ensinou a Carlitos. A zona da implacabilidade ou zona de não-dúvidas é a ante-sala do conhecimento silencioso, de uma para outra é só um pulo.
— Force sua barriga para baixo, para baixo.
Era uma técnica que ele me ensinara anos antes, para ser usada em
momentos de grande perigo, medo ou tensão. Consistia em empurrar o
diafragma para baixo enquanto aspirava quatro vezes depressa pela boca,
seguindo-se quatro inspirações e expirações profundas pelo nariz. Ele
explicara que as inspirações rápidas tinham de ser sentidas como choques
no meio do corpo e, se eu conservasse as mãos bem apertadas, cobrindo o umbigo, daria força à parte do meio do corpo, ajudando a controlar as
inspirações rápidas e as profundas, que tinham de ser presas enquanto eu contasse até oito, enquanto empurrava o diafragma para baixo. As expirações eram feitas duas vezes pelo nariz e duas vezes pela boca, de modo lento ou acelerado, dependendo da preferência de cada um.
Kawak 10:52 30/05/2014
O texto acima está em Portal para o Infinito capitulo No tempo do Nagual
ResponderExcluiresta região é chamada por vários nomes por Don Juan
zona da não-piedade, zona da implacabilidade e zona onde não existem duvidas e está ligada também a zona das decisões.
Kawak
Uma confirmação do que postei e achei em outro livro, o Fogo interior
ResponderExcluirDom Juan comentou que meu medo animal era sempre fora de medida,
que eu devia lutar para mantê-lo sob controle, mas, em tudo e por tudo,
comportara-me muito bem. Vira o corpo sonhador de Genaro como é
realmente, uma bolha de luz.
Perguntei-lhe como estava tão seguro de eu ter feito isso. Replicou que
havia visto meu ponto de aglutinação mover-se primeiro na direção de sua
posição normal de modo a compensar meu pavor, depois mover-se mais
profundamente para a esquerda, além do ponto onde não existem duvidas.
— Nesta posição existe apenas uma coisa que uma pessoa pode ver.
bolhas de luz — continuou. — Mas da consciência intensificada a esse outro
ponto mais profundo do lado esquerdo é apenas um pequeno pulo. O
verdadeiro feito é fazer o ponto de aglutinação mudar de sua localização
normal ao local onde não há dúvidas.
Do fogo interior capitulo Espreita, Intenção, e a Posição de Sonho
Kawak
Me identifico com hermano Vento.
ResponderExcluirComo estudante de ciências sociais, flerto diretamente com a razão; antes fosse a razão kantiana pura. Ninguém age racionalmente: ficar pensando no passado, por exemplo, é uma atitude irracional, pois nada podemos fazer para altera-lo, no entanto, é o que as pessoas mais fazem.
Mas o ponto é que me vejo forçado a adentrar no mundo das "ciências", das palavras, dos conceitos e ideias; e toda a pretensão, confusão, egoismo e idolatria que elas carregam.
Mas é a vida, a vida social. Não podemos fugir dela; temos que dar nosso melhor (tenho que estudar o máximo possível, usar a disciplina do guerreiro para crescer na minha profissão); a diferença é que esse melhor não deve ser dirigido e aplicado em função de nossa satisfação pessoal, deve ser, pelo contrário, um "melhor" livre, e ,dessa forma, será melhor que o melhor de quem da o melhor em prol do ego.
Mas o perigo é esse que Vento comentou. Se dedicar tanto ao mundo social que o Mundo perca seu brilho, sua intensidade.
Os dias passam, nos somos arrastados pelas obrigações, pelos "problemas", pelas demandas, em suma, pela rotina.
Equilibrar é o grande segredo. Tudo é uma questão de equilíbrio!
O desafio é encontrar o Equilíbrio perfeito.
Leo...Hermano, Buenos dias!! Verdadeiramente,vive é um desafio! A busca pelo equilíbrio não é apenas teu o buscar. Também me deparo com inúmeros desafios rotineiros,mas o interessante é que,mesmo na loucura controlada o infinito nos redireciona, basta parar o dialogo interno e verás! Tudo é uma questão de aprendizado e um propósito especial para o infinito!
ExcluirIntento
Gaivota
TOMANDO CONSCIENCIA DA MORTE
ResponderExcluir05/06/2014
Fazia tempo que não entrava em contato com o Nagual.
Ontem a tardinha fiz os Passos de Poder e intentei entrar em contato com o ele.
Depois de um certo tempo ele falou:
- Familiarize-se com a morte. Não pense nela, tenha consciência dela. Toque-a.
Falou que não dávamos valor a dádiva de estarmos vivos e desperdiçávamos grande parte de nosso tempo com tolices.
- Certa vez fiquei abismado e ao mesmo tempo fascinado quando Don Juan tocou o queixo de sua própria morte olhando para a esquerda e disse:
- Amorcito, mi gran amor.
E fiquei mais aturdido ainda quando o velho falou:
- Minha morte gosta de mim. Se não gostasse já teria me tocado.
- E começou a rir. Quando fez isso pensei que o velho havia ficado maluco de vez. Estava brincando com sua própria morte e mostrando-me um Passo de Poder. Só anos mais tarde fui capaz de perceber a estupenda manobra do velho brujo.
O Nagual falou que quando a tocasse seria capaz de mudar meus estados de espírito da água para o vinho. Isso era manipular o Intento. E acrescentou:
- Nada tempera mais o espírito de um Guerreiro que a consciência da morte.
Fiquei com aquilo na cabeça e fui me deitar. Não consegui dormir e fui procurar alguma coisa nos livros. Então peguei “O Poder do Silencio” e abri à pagina 342 e encontrei isso:
“Explicou que os homens da antigüidade tornaram-se legendários
porque sabiam através do conhecimento silencioso sobre o poder a ser
obtido ao mover-se o ponto de aglutinação. Numa escala reduzida, os
feiticeiros haviam recapturado aquele antigo poder.Com um movimento
de seus pontos de aglutinação podiam manipular seus sentimentos e
mudar coisas. Eu estava mudando coisas, sentindo-me grande e feroz.
Sentimentos processados desse modo eram chamados intento.
— Seu ponto de aglutinação já se moveu bastante — continuou.
— Agora você está na posição e pode perder sua conquista ou
mover seu ponto de aglutinação além do lugar onde se encontra agora.
Don Juan falou que possivelmente qualquer ser humano sob
condições normais de vida teve numa ou noutra ocasiões a
oportunidade de livrar-se das amarras da convenção.Salientou que não
queria se referir à convenção social, mas àquelas que amarram nossa
percepção. Um momento de sublimidade seria suficiente para mover
nossos pontos de aglutinação e quebrar as convenções. Assim, também,
o momento de pavor, doença, raiva ou tristeza. Mas ordinariamente,
sempre que tínhamos a oportunidade de mover os pontos de
aglutinação, ficávamos assustados. Nossa formação acadêmica,
religiosa e social iria entrar em jogo. Iria assegurar retorno seguro ao
rebanho; o retorno de nossos pontos de aglutinação à proposta
prescrita da vida normal. “
Hoje quando cheguei de manhã aqui no colégio ainda sentia alguma coisa sobre o que me hava dito e fui caçar nos livros e encontrei essa passagem em Viagem a Ixtlan:
PAG. 62 - CAPITULO ASSUMINDO RESPONSABILIDADE
“— É possível a uma pessoa ver sua morte? — perguntei, procurando
ficar dentro do assunto.
— Claro — respondeu, rindo. — Ela está aqui conosco.
— Como sabe disso?
— Sou um velho; com a idade a gente aprende todo tipo de coisa.
— Conheço muita gente velha, mas eles nunca aprenderam isso.
Como foi que você o conseguiu?
— Bem, digamos que eu sei todo tipo de coisa porque não tenho
história pessoal e não me sinto mais importante do que alguma outra coisa, e também porque minha morte está sentada comigo bem aqui. — Estendeu o braço esquerdo e mexeu os dedos como se estivesse realmente afagando alguma coisa. “
Agora quem ficou abismado fui eu. Foi a confirmação final de tudo que o Nagual havia me falado ontem.
Kawak 06/06/2014 09:14
Muito Grato, Zaion, 18:10 07/06/2014 DC
ResponderExcluirEstou lendo agora o Presente da Águia. Por algum motivo oculto, desses que enfrentamos cada vez mais, esse livro me passou despercebido até hoje, apesar de tê-lo baixado junto com os demais e lido toda a sequência ao menos duas vezes. O caso é que estou lendo pela primeira vez, pelo menos não me veio nenhuma lembrança dele. É um livro formidável, que dá ideia necessária para entender os demais dentro de uma perspectiva de nossa vida pessoal, seja lá o que isso queria dizer, rs. Lembrei de uma vez que na segunda atenção o Genaro caçoou de mim por meu duplo ser todo torto, e lembrei que venho sonhando com o grupo, com o nagual e tal, vocês tbm, apesar de não me lembrar bem, tal qual no livro que eles vão relembrando coisas que eram tão presentes mas ficaram escondidas na lembrança. Eu que já me questionei se poderia ser um guerreiro sem lembrança, visto minha dificuldade em lembrar das coisas, agora sei que não é possível, a menos que eu lembre de tudo aí sim posso escolher. Enfim, lembrança é consciência, e intento é tudo que há pra se fazer. Concentração da energia! Zaion, 8/6/2014 dc 22:05
ResponderExcluirBuenos dias Guerreros.
ResponderExcluirHermano Zaion isso é normal. Continue no Intento sonhando. Essa dificuldade de recordar os sonhos já é dificil normalmente imagine sonhos com assunto da segunda atenção. Também passo por isso no ensonhar onde muita coisa é transmitida .Reforce sua recapitulação isso ajuda.
Continue no intento Hermano estás indo bem. Já recordastes até de Genaro brincando contigo.
Kawak 09/06/2014 08:04
Hermano Zaion
ResponderExcluirsinto que Genaro não caçoou de ti e sim te deu um índice por onde começar a sonhar melhor, endireitando o copro sonhador e quando ia te mandar essa mensagem "vi" logo um passo que Hermano Vento postou e que tem aqui no Blog em vídeo
Passe mágico - Forjando o corpo energético
Para acessá-lo: veja
nesta pagina no topo tem INCONFIDENCIAS DE UM GUERREIRO: e o titulo da postagem e
um campo a ser preenchido escrito PESQUISAR
preencha com forjando que vem o texto com o vídeo
Comece a praticá-lo tenho certeza que seu corpo sonhador se indireitará, vi isso,
Kawak
Outra coisa que ia esquecendo, para sonhar devemos economizar energia sexual, ser ávaros com ela. Sei que é muito dificil num mundo com tantos apelos sexuais, basta ligar a TV. A eneriga que usamos para sonhar é a mesma eneriga que usamos para sonhar.
ResponderExcluirKawak
Os feiticeiros enfrentam o desconhecido nos incidentes mais comuns que se pode
ResponderExcluirimaginar. Quando se confrontam com eles e não podem interpretar o que estão perceben-
do, devem confiar em uma fonte externa para saber a direção. [Essa fonte é] o infinitoou
a voz do espírito.Se os feiticeiros não tentam ser racionais sobre o que não pode ser
racionalizado, o espírito infalivelmente dirá a eles o que está ocorrendo.
12:209
[É preciso]
aceitar a idéia de que oinfinitoé uma força que tem uma voze é consciente de si.
12:210
É inacreditável, mas não impossível. O universo não tem limites, e as
possibilidades que existem no universo como um todo são real-
mente incomensuráveis. Portanto, não caia como uma presa no
axioma: “Só acredito no que vejo”, porque é a posição mais estú-
pida que alguém pode adotar.
Kawak 08:00 11/06/2014
HERMANOS BUENOS DIAS
ResponderExcluirHermano Vento não está postando porque está viajando o blog continua ativo do mesmo jeito. Pdem postar que estamos aqui.
Abraços Hermano KAWAK
Kawak..... há tempos estou sentindo um silêncio necessário! É como se o intento tomasse conta desse "estado inerte"....tenho tentado postar isto há uns dias , mas sempre algo toma à frente impedindo-o!
ResponderExcluirNa verdade, compreendo que há interação, mas não revelado, apenas vivido...como na tensegridade onde os passes mágicos por si só o fazem!
Estamos todos aqui, ali, onde a consciência estiver!
Intento
Gaivota
24/06/14
Hermanos Buenos dias
ResponderExcluirHermana Gaivota poste mesmo pensando que pode ser uma tolice. Vento e eu j[á passamos por isso e acabamos achando assuntos intererssantes mesmo naquilol uqe pensavamos ser uma bobagem.
Abraços
Kawak 25/06/2014 07:58
Só deixando um pensamento breve, que me soprou o espírito quando estava debaixo d´água:
ResponderExcluirQuando procurei uma cidade em que havia tudo, não encontrei nada,
mas quando cheguei a um lugar que tinha nada,
e dele nada esperava, consegui encontrar tudo o que buscava!
As vezes não temos muito o que dizer, ou tudo já foi dito.
ResponderExcluirÉ a presença integral no agora, solto e confiante, observador.
Construindo o inevitável social sem relegar as profundezas do ser.
Um dia, quiça, a entrega será total.
O importante, nesse momento, são os passos; passos firmes, bem dados, de forma a não repetir os erros do passado.
Alguma força conduz, alguma força faz da certo mesmos quando pensamos estarmos errando. alguns erros são partes de um acerto, um acerto de contas, com e contra, nossa própria força.
Abraços e votos sinceros a todos...na luta...
Excelente esse texto!! Encontrando as chaves! Gratidão!
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