Entrando no fluxo energético dos milagres

Não sei o que significa os presságios do espírito, sei tão pouco quando eles surgirão ou porque, mas sei que sempre acontecem em uma sequência de acontecimentos e de sinais que mostram um caminho a seguir, quando temos apenas uma única opção, digo a opção real, fora do condicionamento social, que é a de jogar-se naquele fluxo que se abriu.

É exatamente isso que acontece quando uma via se mostra aberta, o espírito é como o lampejo de uma porta entreaberta, uma fresta de qualquer coisa que seja, em que somos convidados a entrar e a conhecer profundamente, ou a afastar-se do conhecimento, da via para a jornada no conhecimento, quando nunca saberemos, em nenhuma situação, o que aconteceria se tivéssemos aceitado o convite do Espírito. Não é questão de disciplina aceitar, é muito mais uma questão de coragem e de atenção. Primeiro a atenção que te dá a oportunidade de ouvir e ver o que lhe está sendo indicado, depois é a coragem (apenas quando já vencemos o inimigo medo) que nos permite adentrar naquele caminho que fora aberto, e aceitar o convite dado. Todo o restante é um mistério tão grande quanto sobre o surgimento da própria fresta que se abriu a nossa frente.

Mas o espírito estava me tocando e dizendo sobre o fluxo, e eu pensava na grande biblioteca cósmica, mas isso era pouco, em um momento de visão, onde aconteceu o alinhamento com uma energia externa, compreendi, naqueles lampejos de luz raros que logo se perdem, o fluxo de alinhamento é a fresta de uma via de luz, de uma conexão que se faz com algo que externamente se parece com a genialidade, ou mesmo com a expertise máxima de um homem, seja fisicamente, mentalmente ou espiritualmente, qualquer aspecto manifesto da energia.

O que seria então essa abertura, e então vi, era o próprio intento. O intento é a via que se abre, por um lado apenas, o lado do Espírito, um algo que é parte de nós e não o é ao mesmo tempo. As vezes essa via se abre pelo lado de fora, por algum desígnio inexplicável e que parece ser externo, mas pode muito bem ser também interno, de uma parte desconhecida ou inexplorada de nós mesmos. Mas as vezes conseguimos chamar a esta abertura, invocar a abertura da via, seja que via for, e a ferramenta para isso é a vontade, que é realmente uma energia diferente dentro de nós, energeticamente como uma abertura no próprio ovo de luz que nos permite, com um brilho interno gerado, atrair algo externo que faz com que o desejo, algo derivado da parte controlável interna, o Tonal faça com que o nagual, o incontrolável atraia aquela abertura e nos coloque naquela via de ação, naquele fluxo que faz com que tudo, exatamente tudo possa acontecer.

A manipulação desta energia é algo que se faz e se aprofunda de maneira diretamente proporcional à eliminação dos próprios desejos, em um paradoxo mágico de controle, que permite que quanto mais possa se invocar a abertura de vias de conhecimento menos se queira fazê-lo por desígnios derivados do Tonal, e se entregue aos desígnios aparentemente externos do Nagual, mas que são oriundos do próprio fluxo maior de entendimento. Qualquer coisa que se queira fazer é possível, basta entender como invocar a essa energia, e ela é invocada materialmente pelo verbo, o guerreiro internalizando a vontade pronuncia o seu querer, voltado à sua direção de poder. Pronunciando  o verbo deve-se  sentir um formigamento ou uma sensação igual aquela de uma montanha russa, em que descemos e sentimos borboletas no estômago, essa é a sensação do verdadeiro querer, ou  da vontade manifestando-se de dentro do ovo de luz por meio da fresta pessoal, que emana com o verbo na abertura de uma fresta. A repetição desta pronúncia e da sensação da mesma forma, em dias iguais, por um período certo pode abrir uma via de conhecimento mágico que o levará a uma jornada pela via que foi intentada, e pode-se mudar tudo, realmente fazer a mágica da transformação real.

O prenúncio do eco do espírito é um vento que vem de sua direção ao dizer, ao utilizar a sua vontade.

A via do conhecimento aberta efetua a inteira transformação, opera o milagre dos milagres, e altera o tempo e espaço podendo modificar a tudo. Utilizando-se destas vias abertas grandes gênios apareceram em nossa história breve humana, da mesma forma mestres iluminados aprenderam a manipular energia e a fazer milagres. Assim também pouco a pouco a sociedade foi se modificando. Saber desta questão importa em algo essencial. A mente social coletiva, que nos domina no estado de sítio que vivemos, tenta se utilizar desta forma que todos temos, que é nota característica de nosso campo energético, para guiar os rumos da Humanidade. Impondo desejos, e fazendo com que as pessoas se convençam disso, o intento é chamado, de forma pálida, claro, mas é chamado, e a nossa humanidade é guiada não pelo entendimento mágico e pela vontade de cada um, mas por uma vontade coletivamente guiada, que nos faz caminhar em direção a um futuro planejado e bem estudado, um caminho reflexo do mundo dos seres voladores, que nos dominam o querer.

O guerreiro então deve dominar a energia do centro para as decisões, este é o primeiro ponto. A clareza e o domínio deste centro, dividido em seu aspecto triangular, ou as três esferas da vontade, faz com que se opere uma disfunção na mente social, e um desligamento dela, que faz com que comecemos a guiar a nossa caminhada pessoal fora do contexto da dominação. A dominação maior então é no contexto dos quereres criados e da falta de capacidade do próprio homem querer algo real, e não inventado pela mente social. A dominação aparente, das propagandas, do consumo, é um reflexo do que se tornou não um comando sub-reptício mas sim um comando explícito, e uma decorrência de nossa falta de capacidade como Humanidade de decidir, de ter a livre capacidade de invocar o intento por meio do centro para decisões.

O exercício humano então é o de controlar e exercitar essas vias de acesso. Eu sem saber o fiz algumas vezes, por coincidência uma certa pessoa me falou esses dias que tenho como característica peculiar a disciplina, que me permite dar-se bem em qualquer caminho, mas entendi não ser isso. A questão é o exercício destas vias. Quando alguém consegue empreender uma cura pessoal a pessoa conseguiu abrir uma fresta e se alinhar a uma determinada corrente de energia, e modificar a própria realidade estática. Quando uma pessoa consegue operar isso ela entra no que foi chamado das linhas de possibilidade, ou nos diversos universos paralelos de seres existentes em todo lugar. A vontade, que é o que aciona o intento, a vontade verdadeira, como dito aqui, como o espírito me mostrou, em uma breve e intensa visão, é o sentir, por um breve instante, por meio de nossa fresta (ou verdadeiro olho), uma possibilidade energética dentre milhões, uma porta aberta que liga esta realidade vivida agora com uma realidade que está acontecendo em um universo paralelo exatamente agora também, e a via se abre, possibilitando a chegada aquele algo intentado, ou aquele algo para onde a vontade apontou, o nagual abre a ponte, e aberto o fluxo se chega àquele outro lado do agora, pairando pelos canais, navegando pelo próprio mar escuro da consciência.

Imagine-se, lembre quando isso aconteceu, quando você imaginou algo tão intensamente que logo aquilo se transformou, isso foi a mágica de usar a vontade para chamar o intento, de abrir-se e modificar-se, de deslocar a realidade. Querendo intensamente ser um gênio na física, e descobrir os segredos da energia, Einstein viu-se e tornou-se aquela realidade querida por ele, assim as coisas fluem, na chamada roda do tempo, onde tudo e tudo existe ao mesmo tempo, onde existe um múltiplo tempo-espaço não linear onde tudo pode acontecer.