Entregar-se ao fluxo da correnteza universal
“Senhor, seja feita a
Vossa vontade.(Cristianismo)”
““Aquele que atravessou
à outra margem já não deseja”.” (Dhammapada)
“Nada acontece a menos
que seja a vontade da Fonte.” (Ramesh Balsekar)
“Deixa que todas as
minhas canções se reúnam, com seus timbres diversos, numa só corrente, e se
derramem no mar do silêncio...” (Gitanjali)
“O verdadeiro
renunciante é somente aquele que nada deseja e nada recusa, inantingido pelos
opostos, tanto no seu agir quanto no seu desistir, não afetado nem por esperança
nem por medo.” (Bhagavad Gita)
“Insha'Allah” (Se Alá quiser, Al Corão)
Nas
muitas e muitas sendas que se conhecem como caminhos há também um ponto que
converge, o ponto que liga a unidade à totalidade no que concerne ao desejo e
as ações. Dentro do nagualismo há também pensamento sincrônico, dentro dos
cernes abstratos o derradeiro deles, aquele que aponta para o guerreiro que se
livrou dos pensamentos, limpando totalmente o Elo com o Espírito, podendo tudo,
mas não desejando absolutamente nada, pois tudo que faz é a regência da Fonte.
A
sincronia, não despropositada, mostra um ensinamento fulcral para a eliminação
de toda dor e de todo sofrer, a ideia de que tudo que é feito por cada um de
nós é a mera manifestação da vontade da Fonte. O sofrer é a manifestação do
ego, como indivíduo isolado, ao acreditar que tudo aquilo que foge ao seu
controle foi feito por decisões equivocadas, ao acreditar que poderia mudar o
passado se voltasse aquele dia e decisão específica, ao acreditar que pode
controlar algo no universo, que as decisões são feitas por uma liberdade
absoluta.
Aquele
que se liberta da prisão ilusória da unidade, aquele que consegue conectar-se à
Fonte, este entende que absolutamente tudo o que acontece é de regência do
Maestro, de forma impessoal, e isso livra aquele que entende do sofrimento do
descontrole. A isso se dá o nome de aceitação, de mesclar-se à corrente, de
aquiescência ao Espírito, de entrega aos desígnios de Deus, de entender e
ressoar a Melodia Cósmica, de renúncia ao ego aprisionante e, consequentemente,
entrega à Fonte.
Quiçá
a forma mais fácil de entender o que aqui dizemos seja alterar a forma como se
escrevem os mantras de entrega. Se ao invés de dizer: “Senhor, fazei-me
instrumento de Voz...” possa ser dito – “Senhor, fazei com que eu compreenda e
aquiesça a Sua vontade.” Eis a essência do que pode ser compreendido, do que
liberta da dor, do que liberta do sofrimento.
A
compreensão, a entrega, a aquiescência permite que se medite sobre cada ato,
lançando luz da consciência sobre cada um deles e, assim o fazendo, se entenda
que aquele próprio ato não é produto de um ser separado, mas a pura
manifestação da própria Fonte de tudo que há. Assim há a prevalência da paz
interior, há libertação do sofrimento por uma escolha, pois ao final de tudo
não foi uma escolha, mas sim uma aquiescência, ora consciente e sem sofrer, ora
inconsciente, eventualmente trazendo um sofrimento.
Não
há assim a individualidade das escolhas, mas sim a inconsciência em uma
escolha. A consciência permite entender as engrenagens e saber que não havia de
fato escolha, pois, cada organismo fez o que deveria ter feito dentro do
funcionamento determinado pela Fonte de tudo que há.
Entregar-se
é a chave final de compreensão, não se entregar a um nível mental, mas
energético, total, este é o singelo e mágico momento em que o um entende não
funcionar sem estar conectado ao verso, não existe, neste sentido, desconexão,
existe ao final a inconsciência de que não há o um sem o verso...
"Sou guiado pelo Espírito de Deus, Aba Pai, percebo com clareza e realizo com Amor e Alegria a Vontade Divina."
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