A busca interior - A chave mágica dos grandes mistérios





        Sempre me perguntei sobre as verdades na magia. Procurei durante boa parte de minha vida a magia em livros herméticos, com símbolos intrincados e preparativos rituais que prometiam a abertura a o universo mágico Nada que tivesse dado muito certo, uma coisa ou outra apenas, pouco fruto do hermetismo e grande parte da capacidade mágica ligada ao homem. Lembro de minha infância cercada por mistérios que me impressionavam, existia uma mulher, uma feiticeira do Maranhão que sempre visitava a minha casa e de meus avós maternos, Dona Maria era o seu nome. Ela incorporava espíritos de crianças, de velhos de senhoras antigas e de pretos velhos no intuito de resolver problemas afetivos, financeiros e males físicos. Na verdade sempre fiquei fascinado por aquelas sessões. A velha senhora quando incorporava os pretos velhos bebia litros de cachaça e depois nem sentíamos o hálito em sua boca, comia sacos de açúcar sem nem mesmo se lembrar e ainda fazia a proeza de levantar meu avô, que acredito ter na época seus quase cem quilos, como se fosse uma criança. Isso tudo me fascinava. Além disso minha infância fora marcada por sonhos, eu quando muito jovem era sonâmbulo e meus sonhos sempre pareciam ser de uma realidade ímpar, eu sempre dava uma especial atenção a eles. Mal sabia eu que a resposta da busca pela magia estava mais próxima que eu pensava, ao buscar pelo mundo, a pessoa descobre que os segredos estão sempre mais próximos, dentro de si mesmo.

         Não acredito que tenha sido coincidência que eu tenha me deparado com os Livros de Castaneda ainda na minha adolescência, por volta de meus doze anos. Achei aquele universo fantástico e desde então tenho achado as mais factíveis demonstrações de um mundo mágico através dos ensinamentos destes livros em especial. Aprimorei meus sonhos e apesar de não ter tido desde o princípio a disciplina necessária, hoje me vejo empenhado no caminho do guerreiro, graças a eventos mágicos que me levaram ao ter que acreditar, dentre eles a descida do Espírito, evento ímpar na caminhada de qualquer guerreiro.

        Mas voltando a essência do que venho escrevendo, o que seria a magia? Bem, acredito que algo tenha mudado desde os tempos remotos, algo como uma regressão em termos de magia e um crescimento no que concerne ao racionalismo. Acredito e sou convicto nessa explicação dada por Don Juan a Castaneda no livro O Lado ativo do infinito, em que ele fala que o ser humano sempre foi mágico, e tinha uma ligação especial com o intento e que por sua energia peculiar no universo ele atraiu um certo tipo de ser para a nossa esfera, estes que seriam os voladores. Então, estes nos deram a sua mente racional, a nossa forma atual de pensar, nossa mente antitética e conflituosa, mas nos tomaram energia, a energia fina e poderosa de nossas crostas luminosas, essa que se chama consciência, nos restando apenas um filete que nos mantém vivos, com um diálogo constante e presente em nossas mentes, um diálogo sintético que serve a todos na mesma medida para as necessidades sociais impostas pelo próprio sistema, nascer, crescer, reproduzir e morrer. Todos, e qualquer lugar do planeta padecem das mesmas preocupações diárias. Amores, traições, dinheiro, poder, conspirações, reflexos dessa mesma mente que realmente MENTE a cada instante para nos manter como desejam, galinhas que acreditam ser deuses de sua própria existência.

        Mas a mágica meus caros, é que somos águias que agem como galinhas, como suas asas podadas a casa dia pelas preocupações de um mundo criado para nos tolher. A mágica e lidar com este mesmo mundo, escapando da mente que nos impuseram e fortalecendo e ampliando a consciência, que nos torna, como seres percebedores que somos, mágicos. As culturas orientais sempre pregaram os estados de não mente, meditações, controle do corpo, da respiração, todas no intuito de nos livrar do pensamento, da mente, e como conseqüência da ilusória definição de realidade que nos prende.

        Os sonhos são a chave inicial, somando-se a recapitulação. Vejam bem, as duas coisa mais simples da vida são as ferramentas mais poderosas para a conquista da liberdade outrora vendida por nossos antepassados em um contrato que eu e nenhum de nós assinamos, o contrato dos anciões. Um dia ouvi uma história, não sei se é grega ou romana, em fim, é uma história da humanidade. Diz que um dia os Deuses resolveram guardar todo o segredo do universo, escondê-lo do homem. Em uma reunião todos pensaram em como guardar este segredo de forma que o homem nunca viesse a encontrá-lo. Um Deus falou em guardá-lo na mais alta montanha, mas em comum acordo viram que o homem um dia escalaria e descobriria o segredo. Ainda houveram Deuses que cogitaram o fundo dos oceanos e até um que cogitou o espaço, mas todos concordaram que um dia o homem viria a explorar todos estes lugares. Então um pequeno Deus, conhecedor dos sentimentos do homem sugeriu o interior do homem, que depois de tempos que havia sido criado não conhecia nem a centésima parte de sua capacidade. Ficou então decidido no concílio que dentro do homem seria o lugar onde nunca seria explorado, pela sua arrogância em acreditar que os segredos da vida e da mágica do homem estão escondidos no mundo, no universo, sem saber que em seu interior reside a mesma força que emana de todos os cantos do vasto universo que vivemos.

        De fato caros amigos, realmente é o que acontece, sempre, como disse no princípio do meu texto, procurei a magia ao meu redor, em livros, em mestres, em cultos, mas no final começo a engatinhar na descoberta que tudo que existe de mais mágico está dentro de nós, ali está a chave e com ela poderemos descobrir e desvendar todos os segredos deste mágico universo que nos cerca.

Comentários

  1. Estou acompanhando a leitura de todo material! Algo me ronda que é necessário! Intento Hermano Vento....Gaivota 25/03/14 20h48

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