O jardim de consciência






Antes de nascer somos a pura energia do firmamento. Independentemente de quem conseguiu ver para além da escuridão cósmica, todos trazem daquela visão uma maravilha sem fim, uma luz de brilho intenso e mágico, um circular de energia consciente de si mesmo que posso chamar aqui de Deus, do Ser Supremo, do Paraíso Celeste, mas de qualquer forma seria incompleta qualquer descrição, não seria possível com o nosso sistema linguístico. Sinto agora, ao me recordar de uma das tantas visões que tive deste centro vivo do universo, um cheiro de flores adocicado que vem de algum lugar. Se eu fosse católico eu diria que é o aroma dos anjos que me estão iluminando divinamente ao aqui escrever. Mas prefiro dizer que meu ponto de aglutinação está se deslocando e sintonizando algumas ondas energéticas diferentes. De qualquer forma, os termos continuarão a ser incompletos em minha descrição.
Por diversas vezes tive energia de ir aquele lugar, à matriz energética de tudo que há. Não há maravilha igual, as luzes e seus reflexos, pela forma que consigo interpretar isso cognitivamente, parecem com aquele brilho de olhar uma lâmpada muito forte diretamente, e realmente formam cruzes pela própria dispersão daquele brilho maravilhoso que pode ser visto ali. É algo como uma flor de mil pétalas que flutua em meio ao negrume do universo, uma rosa branca de infinitas pétalas que vão voando e se transformando em fios de energias que são claramente conscientes de si. Em uma outra analogia, que cheguei a sentir em uma tentativa vã de interpretação, via fagulhas de luz sendo emanadas da fonte principal. Poderiam falar que aquele lugar é o fogo divino e não estaria mentindo, poderiam falar que é a águia por sobre relâmpagos de luz, e não estariam mentindo, não há como mentir da mesma forma como não há como se falar a verdade sobre aquele lugar de onde viemos e para onde voltaremos, não há.
Sinto além de tudo uma grande tristeza e opressão quando desloco as minhas memórias, e meu ponto de aglutinação para aquela visão. Sinto o tal do buraco vazio que todos tempos dentro de nós em nossa condição humana, um buraco que, como conversava bem recentemente, tenta ser enchido pelo vazio das buscas sociais de nossa sociedade ocidental, hoje cada vez mais global.
Não é difícil saber porque sentimos este vazio. Senti, vi, presenciei, de alguma forma fui testemunha de como nos tornamos de parte daquele todo de onde emana uma paz sem precedentes, que não pode ser dita, nestes seres finitos, dentro destes invólucros fechados de energia. Ali somos parte do tudo ciente de ser parte, um todo consciente de si mesmo expandindo-se e ligando-se a tudo no universo, um brilho sem fim de conhecimento e consciência em diversos níveis ao mesmo tempo, desde a onisciência até a inconsciência total, mas um ser de infinitos tentáculos, uma teia universal de brancura e sustentação do próprio existir pairando por dentro do não existir. Dali, daquilo que não é aquilo, somos nós, partimos da plenitude como uma fagulha de luz, que fora invocada por dois seres no momento do ato sexual, e assim somos moldados como carne, como seres humanos, como seres finitos e encapsulados em uma forma, em um tempo e espaço de finitude que nos aparta do todo não espaço de inexistência temporal da infinitude.
É como se fôssemos uma pequena piada cósmica, uma gota, uma lufada de ar dentro de uma bolha de sabão perdida, como vi esses dias em um desenho, sem saber de sua verdadeira natureza, temendo que a sua fina e frágil película se rompa, mal sabendo que este rompimento que nos permitirá identificar em definitivo a nossa verdadeira natureza. Não em palavras, digo, pois estão são apenas representação vã da saudade de nossa totalidade, mas em termos de totalidade de sentir, e quando se tem a totalidade do sentir não é necessário falar.
Aqui, enclausurados não como piadas e agora nos coloco como experimentos, estamos a experienciar - neste neologismo que se faz necessário -, o ser apartado para que depois mergulhemos em definitivo na totalidade. Sim, aquele centro do universo que nos permitiu sair da totalidade além nos apartou do saber universal de não sermos apartados, mesmo estando ligados agora estamos separados, e temos entre nós e o tudo uma bolha – fina, frágil e o pior de tudo: reflexível – por meio desta bolha nos vemos, olhamos a nós mesmos por sobre a tênue visão verdadeira de tudo mais, e gostamos da visão de nós mesmos, a auto reflexão, fascinados pela beleza de nosso pequeno brilho interior, cultivamos a nossa bolha e a enrijecemos com a ideia errônea de que dura será mais forte, durável, que essa luz fraca de dentro de nós será a beleza que devemos olhar por toda vida, eternidade, e além. Acho que é a saudade daquela luz brilhante lá de fora que nos faz ficar feliz com esse reflexo pálido de nossa própria luz aqui de dentro, no espelho mal talhado de nossa bolha energética.
Sim, saudades, acho que é essa toda a razão do buraco que temos dentro de nós. Este grande buraco que nos deixa presos a nós mesmos, que alguns chamam de ego, de auto importância, de qualquer nome que seja, mas que nos faz sermos presas de dualidades, mesmo sendo crias da unidade, não só crias, mas parte. Triste é ver aqueles lampejos de energia de vidas orgânicas e inorgânicas sendo geradas, sei que é o fluxo necessário do universo, o desabrochar das pétalas daquele divino lugar, e o cair delas como uma chuva outonal de cerejeiras orientais. Este fluxo é o universo se provando e buscando, de diversas formas, ampliar a sua própria consciência. Mas eu vi essa criação, e sei que, tendo encerrado a validade de minha frágil vida orgânica, serei, como todo o restante, chamado a voltar aquela totalidade. E quando voltar não estarei ainda, pois serei desfeito, mesmo a energia persistindo, pois não se perde, serei transformado em outras vidas, e outras, neste ciclo infinito que parece seguir o universo.
Mas e se a volta for apenas para quem reprovou na provação que é a vida? E se a vida for apenas a busca destes lampejos em serem fogo, em arderem por si sós na consciência do todo, e se essa consciência do ser como uno se consolidar com a consciência do grande Deus do todo? E se esses ses forem todos respondidos, seria possível realizarmos plenamente o “Deus em si”? Sim, pois somos deuses, se somos fagulhas daquele grande brilho no centro de tudo que há, somos também aquele brilho, e talvez este brilho busque apenas a consciência da totalidade tal e qual aquela criação de onde ele veio. E se isso for o objetivo, seremos e somos como frutos que buscam o amadurecimento para florescer. E se formos frutos, o que devemos é quando maduros nos romper, e deixar que a semente que existe dentro de nós, nutrida pela carne deste fruto, consiga prosperar e ser uma árvore, uma nova flor de consciência pura no grande jardim universal. Uma flor de suas próprias pétalas, de sua própria brancura reluzente, de sua própria raiz que a liga e conecta a tudo que há.
A fruta que cai ao chão deve ter a sua carne consumida, e consumida deixar a semente e que a semente seja depositada em solo para que possa germinar. Dentro de nossa película de luz, abrandando a saudade da grande matriz de onde viemos, e deixando o brilho da lembrança que nos ofusca, aos poucos entendemos que não precisamos do espelho do auto reflexo. Assim, amolecendo a crosta de nosso fruto que somos, aguardamos o presente que nos é dado pelo derradeiro pássaro ceifador.
Porque tanto nos apegamos a esta carne que nos veste? É carne, é finita, isso é inconteste. Não nos apeguemos a carne e da mesma forma não criemos ilusões com o reflexo que na fina camada se projeta de nós mesmos. Olhando para além do reflexo pálido conseguimos ver a criação, nos fios de luz que se estendem em qualquer lugar, seguindo este caminho conseguimos ver, em qualquer canto em que estivermos, o centro da existência, e o vendo conseguimos lembrar do que somos e como devemos agir.
O trabalho então é limpar essa camada, a torna-la transluzente para que possamos ver tudo com a visão clara, e vendo com a visão clara nos preparar para ver por entre as belas linhas do mundo o cavaleiro galopando em nossa direção. O cavaleiro que tem as luzes por sobre si ao vir cobrar o preço trará o julgo da consciência e saberá. Tocará brevemente com mão dura a nossa crosta de luz externa. Muitos não o veem chegar, e sequer o sentem tocar a crosta, hipnotizados que estão consigo. Quando sentem o baque, pois mantiveram e cultivaram o reflexo e a dureza do ovo já o veem rachar, e angustiados com o seu reflexo, em cada fragmento quebrado do ovo, rompido de fora para dentro, verão um pedaço de sua história, pois só isso que fizeram a todo tempo, e nem na última abertura do ovo contemplarão a liberdade de ver-se brotar. Sob o julgo deste cavaleiro andante verão os fragmentos de sua vida e sequer perceberão que estão sendo dissolvidos e levados a grande matriz mais uma vez, e por mais um ciclo e outro passarão, dissolverão a sua consciência individual e ao invés de realizar-se como deus em si serão consumidos pelo todo inconscientemente. As lágrimas se tivessem, e não o tem que eu tenha visto, serão do próprio criador ao ver que sua experiência falhou, hipnotizada durante a sua breve existência em si mesma, como o próprio Narciso em sua lenda.
Mas aquele que cultivou a visão distante, que fitou a matriz em sua essência sabe o que deve fazer, quando deve fazer, mesmo sabendo que não tem quase nenhuma chance de conseguir. Sabe que cultivando o ovo translúcido, sabe que o articulando na fluidez como da água e trabalhando o olhar distante verá com alegria quando chegar o grande cavalheiro ao cavalgar distante. Ele então dará seu último sorriso como quem dissesse: - Sim, chegou a hora de minha partida! E assim receberá o cavalheiro, que tocando suavemente o seu ovo de luz ajudará com que a semente divina que é o guerreiro que espera, floresça em um novo ser, que a semente torne-se a flor. Será então a mesma força que tantos chamaram de morte o semeador, e será aquele homem desperto uma nova flor de consciência. E se tivesse lábios a matriz sorriria, pois teria conseguido a consciência e passado na prova aquela outrora fagulha da existência. Consciente de si, e do presente que fora o uno para se entender o todo, florescerá sob as mãos do semeador, antes cavaleiro do ceifo, mais uma flor no jardim universal.
Eis que surge mais um ser de luz, que nas existências não mais voltará, é consciência plena no único campo da vida, no jardim é a pura luz!

Comentários

  1. Ontem, contempla o brilho do sol no litoral, veio-me a inspiração do agora: a vida é bela e precisa ser vivida hoje! Como você mesmo já falou em outro texto Hermano Vento, " fazer o bem em si"! Gracias pela rica partilha de tua plena inspiração.....paz e luz.
    Gaivota

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  2. Só a morte pode nos dar a força necessária para uma vida impecável, onde cada ato conta.
    Não uma obsessão doentia por escapar a ela (pois isso é mero medo do ego), mas usa-la - sua força - de forma pragmática: não! não vou comer essa porcaria industrial!; não! não vou me masturbar!; não! não vou beber essa latinha de cerveja; não! não vou passar o dia em casa de forma sedentária; não! não vou largar meus pensamentos de forma passiva.

    Intento a todos! boa luta a todos!

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  3. Trecho de um livro que estou lendo:

    "(...) Miguel e seus anjos estão combatendo o dragão, mas eles precisam de nossa ajuda, porque a batalha é travada dentro de nós. Está na hora de ouvir o chamado, de acordar, de vestir a nossa armadura e lutar. é hora de atacar violentamente o refúgio do dragão dentro do nosso próprio coração e de nossa mente, e nos livrarmos de sua fúria. É hora de nos reunirmos para restabelecer o amor num mundo sem amor; deixar a paz real, espiritual e natural habituar todas as terras; e permitir que a bondade, a justiça, a clemência e o Divino reinem uma vez mais na nossa mente, no nosso coração e na nossa vida."

    É uma guerra, somos guerreiros. Eu, particularmente, tinha a tendencia de agir sempre num sentido de medo, tensão, ansiedade; do tipo: é bom eu caminhar impecavelmente se não o Espirito vai me castigar; ele me despertou e agora lhe devo minha vida. Mas, percebo que posso me entregar, lutar, dedicar meu tempo, não por medo, tesão e ansiedade, e sim por amor, pela graça, pelo bem-estar, pela plenitude que a batalha, a vitória sobre cada pequena batalha traz.

    Intento a todos!

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    1. Nossa Leonardo que lindo e profundo isso.....no cristianismo, erroneamente, crescemos ouvindo: "se vc desobedecer, Deus castiga"....sempre me perguntei como pode amor verdadeiro castigar?? Conheci o amor verdadeiro há pouco tempo!! Grata pela partilha, se puder indique o nome do livro.
      Gaivota

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    2. Belíssimo Leo, que sentido teria lutar por medo do espírito se a primeira batalha é justamente contra o medo? Lindo trecho e entendimento perfeito, a plenitude no caminho é a vitória, porque a plenitude não é um estado que se conquistará para o amanhã, é algo que se goza na plenitude do hoje, do agora, o bem-estar, a graça, todos são sentimentos do agora, que dependem de impecabilidade para ser mantido, não são uma recompensa em si, mas um estado de ser que se leva à medida que se vencem as árduas batalhas. Perfeito comentário, o único prêmio que se pode ter é o presente, a plenitude, a graça...

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    3. Como é bom ver vc por aqui Hermano Vento! Saudações
      Gaivota

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  4. Esses dias o Espirito tramou uma de suas demonstrações teatrais cheias de ensinamentos.
    Fui com minha namorada ao centro atrás de um lugar barato para fazer exame de vista. Andando e perguntando pelo centro, descobrimos um oculista bem em conta para o oficio. Fomos ao endereço, subimos de elevador até o oitavo andar e nada; tocamos e tocamos a campainha em vão. Descemos frustrados. Ao perguntar para o porteiro, ficamos sabendo que o doutor tinha acabado de sair para almoçar, fazia nem 10 minutos – talvez os 10 minutos que eu me atrasei para o encontro e que deixou minha namorada “puta da vida” por alguns minutos; mas Deus sabe o que faz (quero ver explicar isso pra ela...).
    Decidimos almoçar; o médico só estaria de volta pelas duas e meia da tarde. Bem alimentados retornamos ao prédio. Dessa vez tudo certo.

    E é ai que a historia de fato começa.

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    1. Ao chegar no consultório, logo me chama a atenção um livro enorme em cima da mesa. Por se tratar de uma consulta popular, não havia recepcionista; de forma que fiquei sozinho na sala de espera enquanto a Jéssica entrava com o doutor. Olho para o livro e percebo se tratar de uma bíblia (não parecia ser, o livro era colorido). Fico olhando para o livro, pensando “mexo ou não mexo”. Após alguns minutos de indecisão, algo mais forte em mim vai até o livro. Abro diretamente no Gênesis e a primeira palavra que vejo é “serpente” em negrito. Leio um pouco da tão famosa história de Adão e Eva no paraíso. Tempo suficiente para o fim da consulta (mais fajuta que o Vaticano), mas um pouco de indecisão e não daria tempo. A história da serpente fica na minha cabeça. Descemos. Andando pelo centro percebemos uma pequena muvuca, uma pequena agitação. Não costumamos nos envolver nesse tipo de acontecimento, mas algo me fez puxar a mão de minha companheira e caminhar em direção ao alvoroço. No caminho ouço uma senhora gritando “Não precisa disso, deixa que Deus se encarregue de faze justiça”. Logo entendo a situação: um jovem foi pego tentando furtar e acabou espancado pela população. Vemos a cena: o sujeito com o rosto todo arrebentado, sagrando bastante, sendo levado protegido por guardas municipais. Em volta uma pequena multidão de curiosos, muitos rindo, comentando empolgados: aquele fenômeno de aglomerados humanos onde um evento causa certa agitação energética em todos. Causou em nós. Mas de maneira diferente. Ao olhar para um popular rindo com expressão de “bem-feito, é isso mesmo”, vejo a própria serpente. Eu e minha namorada ficamos profundamente sentido com aquela violência toda; não apenas num nível racional, mas emocional e energético. Algo ruim nos invade, com maior intensidade nela, que para – já distante da confusão – e me abraça; percebo que lagrimas escorrem de seu rosto e ela me diz: porque as pessoas são assim, porque tanta maldade nesse mundo. Confesso que fiquei sem resposta. Continuamos em direção ao ponto que a levaria de volta pra casa. Clima tenso; poucas palavras. Comento com ela que ela não poderia deixar as coisas do mundo a afetarem assim, que era preciso ser fluido e ter a capacidade de, num estalar de dedos, mudar de estado de espírito. Não adianta muito. Mas ai, passamos por uma Igreja, e, mais uma vez, sem pensar seguro sua mão e a arrasto pra dentro. Sentamos, logo sinto uma tremenda energia. Uma energia de paz. Como qualquer energia, impossível de descrever; de forma que me contento com a palavra “positiva”. Falo para ele pedi para Deus que a livre daquela sensação ruim. Faço minha oração, aproveito para em silencio mental sentir aquela energia atuando em meu ser e, depois de alguns minutos, vamos embora. Alguns minutos depois, já no ponto: risadas, como de costumes...estávamos limpos

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    2. Como vocês podem notar pelo meu comentário ai de cima, recentemente falei sobre o “dragão”: esse tema tem me acompanhado, estava e ainda estou fascinado por investigar as formas as quais as diversas culturas e sistemas religiosos tratam esse tema, que, como sabemos, é chamado por don Juan de “tópico dos tópicos”. Então, em primeiro lugar, o Dragão, os voladores, a serpente, que acredito ser o amago de todas as religiões, de nosso despertar, de nossa batalha na Terra: a luta contra os que dominam nossa alma. Em segundo lugar o cristianismo. Alguns presságios nesses últimos meses me apontaram o cristianismo. Sabemos que os guerreiros da linha de don Juan usavam o cristianismo como escudo social. Don Juan sempre se refere com reverencia. Se não me engano, comenta a força de egrégora cristã, e deixa a entender que Jesus foi um grande Nagual; talvez o maior de todos, mais isso pouco importa. Enfim: Voladores + cristianismo: Estavam as voltas do meu ser. Como não tenho uma boa ligação com meu duplo – nem venho exercendo o sonhar – procuro me basear e seguir os apontamentos que Deus, o Espirito, coloca em meu caminho a cada dia, seus augúrios. É lindo perceber a trama, é lindo perceber algo agindo em você, por você, algo e um objetivo que só é passível de analise posterior, quando a grande figura está toda desenhada, é preciso sentir sem sombras de duvidas, se soltar e confiar... Segura na mão de Deus e vai... Um pouco disso!
      Intento a todos os guerreiros que lutam pela Luz. Amém!

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  5. LINDO NÉ? EU VEJO A BÍBLIA: A SERPENTE. LOGO EM SEGUIDA O ESPIRITO ME DA UMA DEMOSTRAÇÃO CLARA DA SERPENTE. DEPOIS ME MOSTRA A REDENÇÃO! O CICLO SE FECHA!

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    1. Fantástico Leonardo, fantástico. O espírito te encenou uma peça teatral maravilhosa, a imbecilidade do homem e as possibilidades mágicas que nos cercam. Isso é um presente sem par. O cristianismo tem uma egrégora muito forte, já senti isso também, e é uma forma de se descrever o indescritível com palavras diferentes: serpente, dragão, voladores - são todos representações do mesmo cerne energético, bem como falarmos de Nagual, Jesus Buda, as separações são vistas pelas pessoas que veem apenas o superficial das separações, a mescla de tudo é feita por quem vê sente a fluência da energia em tudo que há, por isso os naguais da linha de Don Juan usavam muito a Igreja Católica, eles viam além dos dogmas da sintaxe humana e percebiam também ali a manipulação da energia. Temos que estar atento a tudo e não relegar nada ao descaso dos preconceitos da sintaxe superficial.

      Grato por partilhar o belo presente.

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    2. Saudações Leonardo,obrigada por compartilhar tua incrível experiência e, creia que serviu de ensinamento e resposta do que havia me perguntado há pouco!! Há uma pessoa muito próxima na minha família que,sempre que falo nela ou fico perto dela, saio com dor no peito e incomodada. Venho há uns 3anos trabalhando em mim isso: " essa pessoa não pode tirar minha paz".... Sabe,talvez ela nem saiba que ela me incomoda, na verdade é seu jeito e seu caráter! Já me perguntei varias vezes o por que isso acontece comigo. Aqui Leonardo coloca a resposta:" ser fluidos"..... Difícil,mas praticável. Toda vez que saio da presença dela , peço perdão a Deus pelos meus sentimentos de indignação pelo comportamento mentiroso e falso dela; peço que ilumine sua mente e limpe meu coração. Estou tentando recapitular nossa infância pra ver onde foi que esse sentimento começou . Tento perdoar, mas é um árduo trabalho! Realmente talvez gostaria de falar coisas a ela que não tenho coragem, pois sei que posso magoa-la. O que eu faço?
      Gaivota

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    3. Hermana as coisas não tem importância nós é que damos importância a elas. Quando estiveres assim intente girar olho esquerdo em sento horario.
      Kawak

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    4. o intento disso é jogar as energias nocivas para fora.
      Kawak

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    5. Olá Hermano Kawak....senti sua falta...rsrs grata pela dica! Preciso trabalhar isto em mim.
      Gaivota

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    6. Amiga Gaivota, os hermanos todos já responderam, cada qual à sua maneira. Em geral quando uma pessoa nos pede uma resposta, ela já a tem guardada dentro de si. Lembro que eu falava muito isso para o hermano Léo, e ele sacava bem essa parte. Quando se deparar com uma pessoa que te dá respostas, tenha dúvidas desta, poderá ser um engodo. O que podemos fazer é facilitar o processo em que você mesma descobrirá o que lhe está atordoando nesta relação.

      Olha só, o primeiro passo que eu recomendaria você já fez, recapitulou todo o processo. O segundo é tentar exercitar o perdão, e outras coisas físicas podem ser úteis como o girar do olho, mas todas apenas fazem fugir da verdadeira essência que foi dita acima.

      Existe um exercício que é simples de fazer e muito poderoso, consiste em deitar-se na posição em que os mortos ficam, braços cruzados em frente ao corpo, em um lugar calmo e escuro, ficar imóvel, e começar a imaginar o seu funeral, estando vivas todas as pessoas que você ama e desama (rsrsrs) ao seu redor. Faça isso e imagine como vai ser a vida sem você, como as pessoas agirão depois de uma semana, depois de um ano, depois de dez anos. Sinta isso, e verá que as coisas fluirão normalmente. Uma pessoa poderá lembrar eventualmente de ti em pensamento, mas a vida continuará seguindo, linda, bela, o espírito estará presente em tudo e todos. Novos amores, nos dessabores surgirão a todos, e parecerá que, no contexto geral, você nunca existiu. Esse exercício mostrará a pequeneza que somos e ao mesmo tempo a possibilidade mágica que é essa vida para ser desperdiçada com besteiras, com brigas, com inimizades, com questões que não nos levam à nada. Você, realizando este exercício, estará pedindo conselhos à morte, exatamente isso. Imagine nesta sua jornada pessoal, essa pessoa, como ela seguirá a vida depois de tudo, e verá que esse sentimento é mínimo, sem sentido para o conjunto de nossa jornada aqui. Aproveite este exercício e deixe-se levar pelas emoções que aflorarem: choros, risadas, solidão, completude, se deslocar o ponto com ajuda da morte, poderá acessar conhecimentos incríveis dentro de si.

      Abraços!

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    7. Amigo Vento, só tenho a agradecer!
      Gaivota

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    8. Castaneda diz que nossas criticas, reações emocionais, o nosso interesse de uma maneira geral pelas outras pessoas é uma fraude. Que na verdade estamos escapando de nos mesmo, da nossa luta solitária, transferindo nossos problemas para os outros.

      Bom, me parece bastante radical e obscuro. Não acho que não devamos nos interessar pelas outras pessoas, só que devemos fazer isso de forma desapegada no que tange ao "social", ou seja, com as relações bem claras e livres. Eu posso amar uma pessoa, eu posso tecer criticas a uma pessoa, mas sempre com o entendimento de que aquilo não importa de fato, de forma que você escolhe deliberadamente o que vai sentir e por quem vai sentir – nesses termos é para mim mais interessante sentir coisas boas: a risada é mais gostosa do que o choro, já dizia don Juan.

      É difícil, trabalhoso...vou dar um exemplo pessoal. Eu tinha (e ainda tenho) a mania de maldizer as pessoas. Via fotos de um conhecido por uma viagem pela Índia numa suposta busca espiritual e pensava "Ele não sabe de nada, ‘ta querendo aparecer, não é por ai, é o ego dele, eu que ‘to "vendo" corretamente o caminho espiritual". Fazia isso com tudo, e percebi que era pura inveja da minha parte. Eu queria, na verdade, ter uma vida comum, socialmente normal (supostamente feliz), e não ter que enfrentar o desconhecido solitariamente e, o que é pior, sem recompensas “egóicas”. Eu queria ir para índia com a ignorância de que aquilo era importante e ainda ter minha “recompensa” social, meu capital cultural e social por tal façanha. Queria poder ostentar meu ego sem a clareza certeira e devastadora de que isso é uma grande perda de tempo, e, pior, uma tremenda armadilha ilusória...

      Percebi essa minha característica: o que não é fácil, pois temos que nos olhar no espelho, e ninguém gosta se olhar no espelho...Nos adoramos nos idealizar: somos ótimos, perfeitos, os outros que não são...Eu costumava cantar “ o mundo é um caos e você está certo? Pensa bem se não é exatamente o inverso”.
      Somos tão podres e mesquinhos quanto. Todos se equivalem, pois todos temos importância pessoal.

      A boa noticia é que à medida que vamos perdendo nossa importância pessoal, que vamos nos desfazendo das bagagens, e, principalmente, que vamos acumulando silencio interno, esses sentimentos ficam mais fáceis de observar (ou desaparecem mesmo). Isto é, fica mais fácil pinça-los, percebe-los na medida em que eles chegam a você. Hoje em dia, quando minha mente mesquinha começa a maldizer alguém eu a pego no ato. Observo aquele pensamento, tomo consciência dele e, assim, ele se esvai. Normalmente, quando acontece eu dou uma risada; gosto também de me zoar em voz alta “com invejinha das pessoas Leonardo, toma vergonha nessa cara” – isso ajuda a romper a auto importância: rir de si mesmo é sempre um bom remédio.

      É isso! O resto é na pratica – na pratica do silencio e da observação
      Grande abraço a todos!

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    9. Hermana Gaivota
      coloquei esse exercicio de girar o olho que foi Don Juan quem ensinou a Casta e funciona comigo principalmente com meu maior pequeno tirano: minha Mãe que é insuportável è bem simples e funciona pois os olhos estão ligados diretamente ao Intento.
      Kaswak

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. O nosso ego existe para nos fazer chacoalhar de rir. E o ego dos outros para nos lembrar do nosso e nos chacoalharmos de rir de novo... kkk. zaiON

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  8. Meu deus, que feliz por ter encontrado essa mensagem!(Uma sincronia pra mim) Esse é o Contato com a Teia, isso é poesia pura!


    "sei que é o fluxo necessário do universo, o desabrochar das pétalas daquele divino lugar, e o cair delas como uma chuva outonal de cerejeiras orientais. Este fluxo é o universo se provando e buscando, de diversas formas, ampliar a sua própria consciência."

    Sim, essa saudade, a dor infinita, o buraco interno, é senão a distância dessa Casa. É a saudade de casa...Tudo que somos, buscamos é a nossa relação com esse Deus, com esse Infinito... Mas isso é também senão parte desse fluxo, que se agita em sua expansão...

    Que bom que bom isso aqui! Impossível aqui, não ficar saudosa!

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