O paraíso
Todos somos
fagulhas, fragmentos energéticos e brilhantes de uma luz maior no firmamento.
Não que possamos chamar essa luz de alguma forma, sem que a descaracterizemos,
pois isso, por si, seria antropomorfizar a forma, mas de alguma maneira temos
que invocar esse poder, para poder falar do Indizível. O nome que posso dar é
de Altíssimo, e se o chamasse assim não diria por questões relacionadas ao alto
e baixo, mas sim a um nível de consciência único e inatingível que possui a
fonte de tudo. Diriam alguns, invocando os antigos dogmas, apenas por
repetição, que a elevação de consciência desta que é a Fonte de tudo, deriva de
seus poderes de onisciência, onipotência e onipresença, e estariam acertando
pelo erro. O que de fato há nesta dogmática de correto é a essência coberta por
palavras que não a representam. A fonte é de onde brotam todas as fagulhas de
luz, toda a criação, eu, você, os seres que conosco estão deste mundo, que
podemos ver e que não podemos. Ainda também os planetas, esferas, realidades,
seres ser organismo, anjos e demônios, ou seja qual nome queiramos dar. Tudo
brota de alguma forma daquela essência divina, do Altíssimo, todos são
criaturas vindas deste Criador, fonte. Desta forma, existe uma parte do Criador
em todos os elementos de sua criação, materializados em corpos ou apenas
energias incorpóreas e etéreas. Desta forma a onipresença é clara, pois em tudo
está o Criador, em tudo há a fagulha desta fonte, que pode ser mais latente ou
mais aparente, dependendo da evolução da criatura ou criação. Darei o nome de
criatura aos seres que possuem a capacidade, como nós, de desenvolver a
consciência desde o zero de nossa criação até a própria realização do Deus em
nós, que é a união com o Espírito Santo, ao estado de nos tornarmos Santos
(ligados conscientemente a toda a criação). Criação é o nome dado as formas
inertes, ou objetos despidos de consciência, que servem apenas para a forma
energética do universo. A onisciência é clara, o Altíssimo é ciente de tudo em
sua criação, e em todas as criaturas, simplesmente porque somos parte Dele, e
assim ele, como a mais elevada consciência existente, sabe de cada parte de si,
mesmo que as partes sejam, em grande parte das vezes, inconscientes do Todo que
compõem. A onipotência diz respeito ao poder de reintegração dos fragmentos a
esta consciência cósmica e universal quando não cumprem o seu papel evolutivo,
de tornarem-se cientes do que são. Se o fim não é concebido, a energia retorna
à Fonte.
A fonte é algo
extremo de beleza. Nosso Universo é composto em sua maior parte de matéria
escura, uma energia escura que compõe a tudo que há. Uma menor parte é energia
brilhante, fumegante, de um brilho magistral e emocionante ao vidente que
consegue contemplá-la. Essa energia, que varia em tonalidades de brilho, refere-se
a essência do próprio Altíssimo, ´[e a própria tinta com a qual toda a criação
é pintada. A criação inerte é composta de energia escura. Apenas a somatória
das energias (a tinta e a tela) compõe a existência como a vemos e das
infinitas formas que podem ser vistas. A possibilidade de ver a mesma pintura
de diferentes formas é dada de acordo com o grau de consciência do observador.
Nas visões
daquele centro de luz, que mescla-se com a escuridão infinita, são compostos os
filamentos mágicos que são como cordas de uma grande harpa que toca a melodia
das infinitas existências. É como um soar de uma música metalizada para quem
contempla o centro do universo, que não pode ser visto diretamente, mas apenas
em relances. A música é como um líquido metálico que nos invade a todos, que
levou videntes de muitas épocas a acreditarem que aquilo seria o canto dos
anjos celestiais. E não estão errados de todo. O ressoar de cada faixa de
emanação desta harpa cósmica compõe as múltiplas existências em vibrações quase
que sonoras. Assim é o reflexo da vibração em nosso mundo, as vibrações levam
as configurações energéticas a formas distintas, a deslocamentos de percepção.
Assim formaram-se os cantos antigos gregorianos, os mantras hinduístas, e todas
as religiões. O ser humano tenta, quando sente aquele ressoar melódico da
criação dos anjos do Altíssimo, copiar a sonoridade e vibrar naquela melodia,
que um dia parte de nós também cantou.
Sim, como em um
átomo de brilho infinito, o Altíssimo é. Milhares de filamentos brotam daquela
fonte, e envolta dela brilham fagulhas de luz que brilham compondo os quadros
das múltiplas realidades que existem e que se compõem. Somos os infinitos
sonhos do Altíssimo, os infinitos sonhos dos anjos de elevada consciência que
ali estão, na composição bela desta melodia que é a existência. Por vezes
fagulhas desta mesma luz se desprendem e partem para uma realidade específica.
Pequenos sonhos que sonham em acordar. Pequenas consciências que sonham em ser
grandes, em realizarem a mágica de tornarem-se perfeitas em harmonia com o
Altíssimo, tornando-se santas, quando enfim realizarem Deus em si, ou
conseguirem receber o Espírito Santo, que na verdade é a realização da
consciência do despertar.
O universo
assim distribui as pessoas nesta nossa forma orgânica em um reflexo micro do
macro que está acima, não em termos espaciais mais de consciência. Somos
crianças engatinhando em busca de atingirmos a consciência de tudo que podemos,
e assim rumar a este poder que nos aguarda, de ser completos. Homens e mulheres
são assim, criados à imagem da dualidade aparente do universo, na composição
bela entre a matéria escura abundante e o brilho de luz escasso na existência. Somos
criados para sermos os olhos do Altíssimo, ao contemplar a sua criação pelos
infinitos pontos de vista possíveis, e também podemos ser a expressão e a voz
do Altíssimo, quando conseguimos expressar-nos conforme as indicações do
Espírito Santo. Essa é a realização maior que podemos fazer, nos mesclar com a
própria fonte, com a engrenagem universal, sermos Unos e realizar o Deus em si,
e só assim, entregando-se completamente ao fluxo da existência, que é o caminho
para a consciência, que atingiremos a tão sonhada liberdade, e estaremos no tão
esperado paraíso, que não é um lugar, mas um estado especial de consciência
plena, que liberta de todos os grilhões do sono profundo em que dorme o Homem.
Hermano que grande sincronicidade.
ResponderExcluirKawak