Ad perpetuam rei memoriam ad presentem
Por muito tempo
não estive aqui, e hoje me abro a uma mensagem do espírito que me tocou.
Difícil atingir a iluminação, buscar um sentido, saber a resposta de todas as
perguntas que nos tocam a cada um aqui dentro, lá no coração, no vazio da alma
que nos clama a uma busca. Somos as vezes como tateadores no escuro, buscando
seguir pequenas luminárias, buscando pequenas luzes para nos guiar. Mas somos
como crianças, inseguras, buscando saber caminhar, buscando aprender a andar, quiçá.
Mas muitos não conseguiremos até o final da vida saber e entender toda a
existência, todo o presente que temos, apenas por ficarmos perdidos nas
questões, nas perguntas – o que virá após a vida, e de onde viemos antes desta
caminhada em que estamos.
E presos a
perguntas a maioria de nós fica, perdidos, inseridos em tamanha desilusão do
véu que se põe sobre nossos olhos. São tantas palavras a aprender, tantos
livros a ler, tantos caminhos a trilhar até conseguir encontrar um verdade,
dentre tantas e infinitas verdades, que caiba no molde de nosso coração. E ai
muitos caminham por crenças, descrenças, pela matéria, pela mente, pelo
espírito, muitos busca conhecer mais poucos, raros, quase nenhum encontra.
Queremos todos buscar as respostas que apaziguarão o fogo de nosso coração, mas
não sabemos como encontrar: - nos deram a vida, a mente, a alma, mas não nos
deram o mapa para existir! Alguns falariam. Mas a resposta não está além.
Com os olhos
forçados no infinito distante, tanto do onde vir, quanto do para onde ir,
desfocamos a visão da verdade que nos assiste imediatamente aqui. Nas
religiões, perdidos nos paraísos que poderão ser a nossa morada celestial na
vida após, esquecemos-nos da vida aqui. Não vemos as belezas da morada terrena,
da grande mãe que nos acolhe, perdidos em reflexões espirituais tolas não
vivemos o presente de estar no mais maravilhoso dos mundos, esta bela terra. As
buscas nos fazem imergir em conceitos de reencarnações, e explorar nos confins
de nosso ser espiritual, cada filamento do tecido que hoje compõe essa
maravilhosa trama do que é SER. Cada um de nós somos hoje algo,
independentemente do que fomos e do que seremos, SOMOS. A exploração do que
somos é relegada para momento posterior apenas no afã de conhecer o por vir e o
de onde viemos.
Os olhos
desfocam-se no infinito do ontem e do amanhã em busca infrutíferas, nos fazendo
consumir em algo que nos afasta do ser cintilante no qual vivemos. Consumimos a
vida alegando que estamos criando uma evolução na Terra, modificando o
ambiente, criando condições ditas favoráveis para a nossa existência. Computadores,
tecnologias, os olhos do homem civilizado estão no futuro, nas novas fronteiras
a serem exploradas, mas nunca estão nas fronteiras do agora. De que adianta
querer a exploração das estrelas se sequer a nossa Terra conseguimos
compreender? De que adianta apegar-se à vida após esta Terra, aos paraísos
prometidos no além vida, se na vida em que estamos não apreciamos o paraíso de
ser e estar presente. Vivemos em uma microparcela da realidade agora, em que
estamos neste belo ser, neste belo espaço do infinito em que nos foi
oportunizada a consciência de estar plena e totalmente, mas mesmo assim nos
perdemos pelos confins de elucubrações sem razão.
Sim, místicos
repetem o mantra a todo tempo, de que o passado é apenas uma ilusão. Mas pensam
apenas nessa ilusão do passado mais recente, não no passado também filosófico
das ciências dos estudos das vidas que já foram, da origem do homem, da origem
de que fios compõem esta trama que hoje somos. Místicos repetem também a trama
do porvir, do paraíso celeste que nos aguarda, ou dos tantos infernos que
podemos chegar. Mas não se atentam todos ao paraíso em que estamos vivendo,
essa nossa bela Terra. A vida presente é o presente único de que vale a pena
viver, não existe outro, por enquanto, em nossa esfera de atuação possível.
Estamos aqui e aqui é o jogo em que deveremos jogar, aqui é a missão, aqui é o
mistério a ser desvendado, aqui é tudo que temos e por ser tudo que temos é no
que devemos nos apegar.
É apenas
consolidando o nosso amor a esta vida, ao que somos, a onde estamos e às
pessoas que nos cercam que conseguiremos entender o grande mistério da
existência, que não está, penso eu, na origem de onde viemos, muito menos no
local onde vamos estar, mas sim aonde estamos hoje, e no que esse hoje pode, se
utilizado com toda nossa energia, se transformar.
E que
valorizemos o local onde estamos, que façamos feliz a nossa Terra e assim
seremos felizes aqui. A face maravilhosa da nossa terra está desfigurada pela
incessante necessidade e medo da morte do Homem, no esquecimento do hoje, na
ganância de esperar ter algo no amanhã, Falta ao homem abandonar-se no hoje, e
não se importar, deixar-se levar pelo fluxo da vida, presos ao medo a nossa
civilização está escoando para o ralo da existência. Pessoas querem conseguir
dinheiro com medo do amanhã passar fome, outros querem abdicar-se de entender a
vida querendo entender o mundo espiritual tão distante do amanhã, do pós-morte.
E então discursos de afastamento são abertos, anéis de prisão aos tempos que
virão, esquecendo-se do tempo que aqui está. O ventre aqui onde estamos sendo gestacionados
deve ser entendido sob pena de podermos ficar estacionados, e a diferença é o
próprio ponto de mutação em nossa existência.
Nos falta
entender que tudo que temos é o agora, e entendendo isso, o agora pleno, a
presença única do poder, veremos o quão é importante as pessoas que estão
compartilhando conosco essa existência, cada uma das pessoas ao nosso redor,
importante será a terra que nos abriga, as águas que bebemos, o céu acima de
nós, as estrelas no céu. Entenderemos o quão é importante a palavra que
proferimos, o silêncio que fazemos, a comida que comemos e o trabalho que
fazemos em nossa vida diária. Encontrar o centro da prioridade é entender na
linha temporal do espaço-tempo o agora vivido, e esquecermos um pouco dos tão
distantes mundos do onde iremos e de onde viemos.
O presente
amigos, na língua portuguesa, representa exatamente o que temos como glória
máxima de nossa existência este, e nada mais, é o verdadeiro PRESENTE.
Ninguém será feliz em outro mundo, amanhã, a felicidade não é o porvir, ou o de onde viemos. A felicidade e plenitude só pode ser atingida aqui. A felicidade, o amor, a paz, o paraíso é a transformação pessoal que cada um fazemos aqui, dentro de nós, ao redor de nós, na extensão de nossos braços, quem sabe, se sorte e muito amor tivermos. Se pudermos fazer o paraíso esse espaço abarcado pelos nossos braços, já teremos a plenitude em nossos corações, e não precisaremos esperar o porvir incerto. Ao acender esse sentimento em nosso coração, nos tornamos luminária na escuridão em que nos encontramos. Ao brilhar internamente veremos com mais calma a chama de nossa Terra acender também, e ao nosso redor esse fluxo acontecer. O bem se cria com o bem, e o paraíso se cria com a edificação deste templo dentro de cada um. É possível isso acontecer, tenho por certo, para além de tudo que já vivemos, para além do caminho errado que estamos seguindo, é possível dividir e multiplicar o amor, é possível amar a nossa Terra pois por ela somos amados, e abrir os segredos que nos farão sim caminhar para além da escuridão.
E o que é a escuridão, quando enfim descobrimos nos rimos, nos regozijamos, é a escuridão a venda que nos tampa os olhos. Este templo Terra, este templo corpo, este templo presente são puras luminárias na existência, não existe nem nunca existiu escuridão se não a própria ignorância de cada um de nós, se não a venda em nossos olhos, é bela a existência, o presente, e tudo que aqui está, basta nos abrirmos e a mágica, o paraíso, a felicidade e o amor em um estalo logo surgirá...
É também na escuridão e no silencio que podemos ver a luz e ouvir a voz do Espirito.
ResponderExcluirKawak
09:56 24/10/2104
Agradeço por essas sábias palavras irmão Vento. Também a todos irmãos e irmãs deste blog, deixo a Gaivota e a outras irmãs meus cumprimentos agora por que não o fiz na outra oportunidade. A fatídica verdade é que dificilmente consiga vivenciar o presente com toda sua magnitude e urgência simplesmente porque não visualizo a mim, aos outros e as circunstâncias, mas meramente as ideias e meus julgamentos onde as ações/mentalizações provenientes acabam compondo um quadro de desventura porque nunca suficientemente claro e prazeroso. Ahow
ResponderExcluirFolhaverde