A corrente evolutiva do universo - Espiando o fluxo






Eu esperava apenas contemplar o mundo como foi a tempos atrás, como será depois das grandes transformações que virão a acontecer aqui dentro de pouco tempo, mas resolvi me contentar em espiar o que eu sou, as suscetíveis transformações que comigo estão a acontecer nos últimos dias e a mensagem que me cabe nessa minha caminhada, nesse meu processo de crescimento no caminho do conhecimento, muitas das vezes havemos de nos contentar com o que nos é dado, indo além da expectativa do que é pedido.

Parece findada uma fase em minha vida, vivi e experiencei uma infinidade de acontecimentos mágicos, guiado por forças que, em geral, me forçam a mente racional a acreditar. Contudo são fortes as mensagens, as visões, a evolução do intangível que residem dentro de mim, dentro de cada um de nós. Existe um mar profundo, escuro, antigo, existe dentro de cada um de nós, por baixo dessa superfície visível e crível de humanidade algo muito antigo e poderoso, que vai morrendo sufocado a cada dia de nossas vidas, a cada dia que ficamos isolados de nosso lado mágico e ancestral.

Todo o universo segue uma inexorável verdade, ele é composto de energia em suas mais diversas manifestações, em uma constante e irrefreável evolução. Ciclos constantes de mutação acontecem em todos os planos da existência, em todos os tempos, em todas as possíveis e impossíveis realidades, não precisamos ver, não precisamos atestar para saber, basta silenciarmos e sentiremos essa evolução, basta contemplarmos o mundo que nos cerca, o mundo que nos completa que veremos, com os olhos do corpo ou os olhos do espírito essa evolução acontecendo.

Toda energia segue ao processo de evolução, esse é um propósito ulterior a tudo o que existe, a necessidade evolutiva da energia, e esse propósito serve a algum objetivo e esse objetivo não tenho energia hoje para discutir com vocês e provavelmente nunca o terei, pois é um assunto que transcende a própria criação dos vários mundos, das várias energias de tudo que permeia o conhecido, desconhecido e o inconcebível no universo. É um fluxo constante, é uma correnteza  evolutiva que destrói mundos, cria universos, faz tudo crescer, perecer e outra vez nascer. Não falo aqui de reencarnação, é muito maior que isso o que aqui discuto, é sobre a própria arquitetura da vida em todas as nuances possíveis que pode ter e não apenas as que podemos como simples humanos conceber.

Dentro de nós, a parte mais profunda, aquela energia que veio da fonte, que segue o fluxo do universo desde sua criação, ali naquele pedaço do DNA cósmico podemos ter acesso a chave mágica que não nos levará a saber os porques, mas poderá nos guiar ao caminho dessa corrente mágica do universo, desse constante fluxo evolutivo, essa que é a própria volição de Deus do Espírito, da Fonte, esse que é o puro intento. Seguindo nesse fluxo do universo veremos então que a evolução da energia segue ao propósito de crescimento do próprio universo, um constante pulsar de energia que emana da própria fonte para o infinito que dela dista sem dela se apartar, assim como vemos o fogo, que transforma a matéria dura em gás, que volatiliza as formas liberando para o ar a sua essência, tornando tudo mais leve, mais efêmero, dessa forma é a nossa energia, seguindo pulsando, mesmo presa nesta crosta humana, prestes a dela se desvencilhar, para depois ter a chance de seguir seu destino, voltar a incessante corrente do universo, a corrente do intento, a corrente da evolução.

Nós que aqui chegamos, gerados pela pura energia criadora, fomos evocados pelos nossos pais, a quem isso devemos, em um gesto mágico de união ritual de energias. Com o calor possante de dois corpos emanando o brilho puro da fonte universal de luz, nossos pais assim acenaram ao espírito e o espírito assim acenou a eles fornecendo o seu pedido energético, gerando a luz de um novo ser, emprestando a energia universal, o DNA cósmico aquela veste humana no caminho da evolução. E mesmo que nossos pais não saibam disso, e que nunca irão saber, mesmo assim o gesto inconsciente de magia nos fez aqui, nos fez assim, mesmo entorpecidos com a roupagem humana, por um segundo que seja, no meio de um sexo sem graça, aborrecido, eles foram magos magistrais em seus atos de magia, nos geraram, conseguiram reunir o quinhão energético necessário para ter a contrapartida da fonte universal que os sorriu naquele instante breve nos concebendo como somos.

Mas nós que aqui estamos, agora torpes, esquecidos, apartados de nossa missão de luz, apartados no que temos de mágico dentro de nós, apegados com a forma que nos veste a energia que por dentro nos aquece, vivemos essa vida, conhecemos a nossa externa forma e provavelmente apenas em nosso leito de morte, depois de uma vida inteira de torpor, reconheceremos que dentro de nós existe um mar tão profundo quanto as maiores profundezas do universo, que existe em nós uma voz tão sábia quanto todos os sábios que por esta Terra passaram, e que nós somos tão especiais e mágicos quanto todos que nesta Terra tiveram, nada de especiais e mesmo assim nada de normais como fora preconizado em toda a nossa vida, por todos que nos falaram, e em tudo que nos fizemos acreditar. Naquele breve instante então veremos a luz de uma corrente, veremos o fluxo do universo, e teremos vontade de segui-lo, e saberemos naquele breve e mágico instante, pois estaremos ouvindo a nossa voz profunda, que não temos mais tempo de seguir completos aquele fluxo, que tudo que edificamos, tudo que que fortalecemos em nossa energia é tudo que será dispensado em nós, é tudo que não será aproveitado. Tudo o que foi relegado ao esquecimento, tudo aquilo que dispensamos na vida irá seguir aquele mar escuro de luz rumo a evolução energética enquanto nosso corpo aqui ficará, tal qual uma pedra jogada ao fundo daquele rio que corre e que um dia chegará ao mar e que nunca daquele ponto sairá, sem de nada servir, sem a lugar algum chegar. Alguns ainda terão a chance de balbuciar essas verdades aos que o cercão, mas será tido como louco, como senil, como tolo, os cegos ao seu redor falarão palavras consoladoras, falarão de um Deus que não conhecem e de um paraíso que nunca procuraram a existência, e a morte chegará liberando o homem de sua solitária dor de saber sem nada poder fazer.

Podemos contemplar a liberdade de seguir a corrente, seguir o intento, seguir a evolução, podemos sentir as verdades de tudo sem procurar ninguém que nos guie, não por sermos arrogante, não por sermos melhores do que ninguém, mas por sermos iguais a todos que aqui estão, aqui estiveram ou aqui estarão nas gerações que ainda virão. Procurando dentro de cada um de nós, nessa jornada que transcende o que temos como real, nessa jornada para dentro, chegaremos em um ponto que nos fala, chegaremos no silêncio desta veste rota humana, mas necessária e conheceremos o nosso ser ancestral, conheceremos e beberemos na fonte que é a própria parte do universo, que é o próprio universo, veremos assim a imagem e o reflexo do fluxo constante que existe em tudo da existência e vendo esse fluxo, vendo que somos os senhores de nossa existência, que somos os mestre de nossa caminhada, poderemos ter a certeza, com o tempo necessário, de que podemos fugir de tudo que nos aprisiona, que podemos ser mais do que preconizam para a nossa vida, e que somos muito mais do que essa passagem humana que vestimos enquanto aqui estamos.

Procuramos sempre, exaustivamente em todas as religiões, doutrinas, mestres, lugares e povos o que irá nos libertar, a verdade que nos falará, o que aceitaremos como a chave para o nosso futuro pós morte, mas perdemos todo o tempo do mundo procurando, caminhando, conversando, quando o que basta é sentar-se e calar-se. Quando toda a jornada que basta é a jornada que poucos fazem, a jornada do conhecimento interior, só conhecendo a si mesmo, já foi dito, conhecerá os segredos do universo, essa é a chave mestra que abrirá as portas de nossa percepção para tudo que necessitamos perceber, que nos fará dar o salto para a grandiosidade que somos dentro da obviedade humana que nos propõem, partindo para dentro encontraremos olhos que contemplarão o infinito, e contemplando a caminhada, muito mais longa que resiste esta veste, amadureceremos o que nos será necessário para a infinita jornada evolutiva que temos pela frente fundindo o ser que conhecemos com o ser que adormecemos no entorpecimento que essa jornada pela Terra nos proporciona.

Comentários

  1. Sem palavras...
    sentir a força disto que escrevestes é inacreditável, nos faz ver o quanto estamos distantes da verdade, de nós mesmos...
    intento

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