O despertar do duplo – Emergindo o verdadeiro ser`



Desde minha última viagem as profundidades da segunda atenção venho me sentindo dividido. Algo definitivamente despertou em mim naquele dia. Consigo sentido claramente a dualidade me invadindo, em termos de pensamento, em termos de percepção e de sentidos. Naquela experiência com a planta de poder, ao final de minha jornada a voz de minha mente havia alertado, eu voltei. Eram meus escudos erguendo-se novamente, extremamente sendo necessários para mantermos o mundo coeso como o vemos, mas de fato, pouco controláveis por nós no mundo cotidiano. Contudo, apesar da voz de minha mente social me dizer que estava novamente de volta, senti a voz de minha mente profunda, de meu duplo dizer que agora ele estaria ali.

Quando o sonho e o sonhador se juntam, a mágica da plenitude, do despertar do duplo está acontecendo. Em recente, havia tido uma certa discussão sobre os cernes abstratos aqui, tudo em conformidade com o que estava acontecendo comigo, eram presságios do que me aconteceria durante esses dias. Comecei a ter uma compreensão de que o espírito fala a nós através de nossa mente ancestral, de nosso duplo. O duplo é nosso nagual, é onde emergem propriamente toda a conexão com o espírito. Acumular energia nos faz atrair o nosso nagual para mais próximo de nossa energia funcional. Sem querer, sem entender, eu havia caminhado junto com vocês aqui neste espaço para essa compreensão. Inicialmente tudo aconteceu quando fui impelido a dividir um passe mágico neste espaço, o passe serve exatamente para a moldagem de nosso duplo de energia e a sua mesclagem com nosso corpo físico, para a energia que usualmente estamos acostumados a manipular. É uma questão de manipulação de energia, de trazer a energia que geralmente está inutilizada para partes mais acessíveis de nosso ovo luminoso. As coisas então caminharam para essa conclusão, de forma que cada um que aqui escreveu, cada um que aqui compartilhou algo, que fosse uma dúvida, que fosse um extrato de um texto, edificou o edifício do conhecimento que agora compartilho aqui neste espaço.

Entendi então os cernes abstratos de outra forma, de uma forma energética, onde existe a mesclagem do dentro com o fora, de forma a não apartar a parte do todo e nem o todo da parte. O primeiro cerne, que chamo de cerne zero, na descrição que temos, é a preparação do próprio guerreiro, o guerreiro começa a preparar-se para algo, sem saber realmente o que. Muitas culturas falam que o aprendiz preparado precede o aparecimento do mestre. Neste caso, o mestre é o próprio espírito, mas quem será o aprendiz? O aprendiz é nosso corpo energético, a nossa totalidade energética, mas dentro dela, reside um conhecimento ancestral, que já existe, já existe um mestre em nós, inacessível, apagado pela mente social, apartado de nossa consciência ordinária. Então, o aprendiz é nossa consciência, que começa a virar-se para as questões energéticas, começa a ver além do que sua mente manda, além do pensamento social. Tudo começa com uma simples dúvida, o guerreiro começa a questionar a vida, a sua existência, ele pressente que algo maior que a restrita realidade existe, e pressentindo começa a busca interna. Este é o cerne zero, de alguma forma, o nosso eu ancestral, nosso duplo começa a ser sentido pelo nosso eu racional, mesmo com as barreiras criadas pela mente social. Então que o aprendiz começa a edificar a estrada para o encontro com o desconhecido, que é o próprio conhecimento.

Então que vem a questão essencial nos cernes, o contato que fazemos é com o espírito, mas o espírito nos contata através de nosso duplo energético, de nossa mente ancestral, a mente profunda. Então que conseguimos ouvir os sussurros do espírito apenas com nossa mente ancestral, obviamente não conseguimos, por própria barreira de nossa mente social, contatar diretamente o espírito. Apenas o que podemos fazer com nossa mente social é saturá-la com assuntos relacionados ao caminho do guerreiro, forçando-a a enfraquecer as suas barreiras que tanto apartam a nossa percepção do mundo além da ilusão perceptiva.

Então que preparado o aprendiz, já acumulando energia suficiente, permite ao duplo e a mente ancestral que se façam perceptíveis pela consciência do guerreiro. Este é o cerne um descrito por Castaneda, onde o espírito tenta o contato com o aprendiz. Neste ponto, o guerreiro no caminho, apesar de estar preparando-se para responder as suas dúvidas, e já acumulando energia, muitas vezes duvida dos sussurros do espírito, ele começa a escutar, ter os sinais, mas não tem certeza do que sejam. O espírito lhe cruza o caminho mas ele não acha que é o próprio espírito, o duplo lhe fala em seu interior, seus olhos começam a ver com os olhos energéticos, mas o homem ainda duvida, ele ainda está cambaleante no caminho, ele já sentiu a força de suas novas pernas, mas ainda não tem firmeza no andar. O duplo aqui está apenas emergindo para o domínio da consciência cotidiana, ainda não pode ser sentido com toda sua força. Neste momento, ainda a mente social do homem está serpenteando tentando manter o seu domínio, ela suscita as dúvidas, as incertezas, a fraqueza e o medo do homem.

O homem então passa por um mar de dúvidas nesta parte do caminho, ele claudica na caminhada, mas ele continua perseverando na caminhada. Por mais que ele não tenha as certezas necessárias, por mais que ele tenha medo, o conhecimento o chama em seu interior. Apesar de todas a dúvidas, as questões que o caminhante quer responder ainda estão abertas, elas não foram respondidas, a mente social não consegue acalentar essas dúvidas e por isso começa a mostrar as suas fraquezas ao homem, e mostrando-se fraca, o homem não mais tem em que se apoiar. Ele se vê perdido, pairando entre os dois mundos, entre o conforto de seu mundo social e o mistério de um mágico mundo tão vasto que ainda não pode ser compreendido.

O segundo cerne no caminho do guerreiro então acontece. O toque do espírito, que na verdade é o tema principal de toda essa conversa. O duplo começa a despertar. Só através do duplo, já o disse, é que conseguimos contato com o espírito diretamente. A mente comum apenas pode sentir os vislumbres do espírito, a atração que ele exerce na totalidade do homem, mas não conseguindo compreender o que é aquela atração, ela guarda-se no conforto do mundo conhecido, relegando tudo que fuja a sua descrição como imaginação, como devaneio, como sonho. Aqui o espírito começa a manifestar o seu conhecimento ao homem. O homem começa a entender que Pode contar com algo muito mais vasto que sua econômica mente, que nem mesmo sua é. Então, nessa hora, o duplo já chegou mais próximo da energia manipulável do homem, O duplo manifesta-se como uma parte oculta do homem, sem sentimentos, sem a racionalidade usual que temos, muito mais poderosa e indiferente, muito mais sábia. Esse realmente é o ver. O homem vê quando ele enxerga o mundo com os olhos do nagual, com os olhos do duplo. Enxergando com os olhos do duplo, o homem vê além do que ele enxerga, ele conecta-se com todas as coisas e conectando-se ele sabe, pois ele mesmo é parte do tudo.

Então que o duplo, a medida que é utilizado pelo caminhante, torna-se desperto. Neste ponto a consciência do homem entende que somos mais do que acreditamos ser por toda uma vida, que podemos acessar um conhecimento quase infinito, que podemos nos mesclar com o intento. Contudo, a nossa mente ordinária ainda é necessária para manter a coesão neste mundo, para manter a nossa caminhada, a medida que amadurecemos a nossa totalidade energética. Neste ponto o homem sente-se dividido. De um lado ele tem os  escudos necessários para proteger-se dos assaltos do infinito, e ainda tem a coesão necessária para viver neste mundo, a medida que consegue, por outro lado, amadurece o seu elo com o espírito e fortalecer a sua ligação com o duplo, que é o canal único para o contato com o espírito.

O despertar do duplo pode levar uma vida inteira, inicialmente o guerreiro sente o assalto do espírito quando emerge o seu duplo, mas ele o faz de forma descontrolada. São momentos em que o guerreiro se vê no local da implacabilidade, momentos em que o guerreiro vê energia diretamente, em que o guerreiro consegue ouvir claramente os comandos do espírito e ainda momentos em que o guerreiro consegue controlar a sua energia na forma que é necessária. Com o despertar do duplo o guerreiro tem a sua disposição um controle ímpar, e ao mesmo tempo a dualidade pode deixá-lo louco. Neste ponto a espreita é o mecanismo utilizado pelos guerreiros para manter a sua loucura controlada. Espreitar é olhar-se de uma terceira posição, vendo que tudo é parte de uma loucura controlada. Não existe loucura maior que saber com toda certeza que o mundo é uma ilusão e ainda assim dedicar-se a esta vida, ou ainda ver que a mente social é uma mente exterior, econômica, e mesmo assim ter que mantê-la como principal protagonista de nossas vidas. Neste ponto o guerreiro já consegue ver que o medo é apenas a criação da mente social para restringir o poder que todos temos, e restringindo as possibilidades do homem ele fica preso na roda que mantém todo o mundo social que vivemos. Ai, com o toque do espírito, com o duplo desperto, o homem derrotou o seu primeiro inimigo, o medo. E sem o medo, depois de uma vida de luta, o homem pode seguir o seu caminho ao segundo e grande desafio do homem, a clareza. Neste aspecto Don Juan dizia “Uma vez que o homem venceu o medo, fica livre dele o resto da vida, porque em vez do medo, ele adquire a clareza... uma clareza de espírito que apaga o medo. Então o homem já conhece seus desejos; sabe como satisfazê-los. Pode antecipar os novos passos na aprendizagem e uma clareza viva cerca tudo. O homem sente que nada se lhe oculta.”

Contudo, guerreiros, quando o caminhante chega ao ponto de vencer o medo e estar na clareza, ele enfrenta outro inimigo, que é o proprio benefício de ter vencido o medo, a clareza, neste ponto, Castaneda narra em seu livro da seguinte forma, que deixo aqui para reflexão:

E assim ele encontra seu segundo inimigo natural :A clareza .Essa clareza de espírito, que é tão difícil de obter, elimina o medo, mas também cega. Obriga o homem a nunca duvidar de si. Dá-lhe a segurança que ele pode fazer o que bem entender, pois ele vê tudo claramente. E ele é corajoso, porque é claro; não pára diante de nada, porque é claro. Mas tudo isso é um engano; é como uma coisa incompleta. Se o homem sucumbir a esse poder de faz de conta, terá sucumbido ao seu segundo inimigo e tateará com a aprendizagem. Vai precipitar-se quando devia ser paciente, ou vai ser paciente quando deveria precipitar-se. E tateará com a aprendizagem até acabar incapaz de aprender qualquer coisa a mais.

- O que acontece com um homem que é derrotado assim, Dom Juan? Ele morre por isso?

- Não morre. Seu inimigo acaba de impedi-lo de se tornar um homem de conhecimento; em vez disto, o homem pode se tornar um guerreiro valente, ou um palhaço. No entanto, a clareza, pela qual ele pagou tão caro, nunca mais se transformará de novo em trevas ou medo. Será claro enquanto viver, mas não aprenderá nem desejará nada.

A caminhada do guerreiro rumo ao conhecimento é infinita, ela não termina, quando o destino intentado é a liberdade. Sempre, enquanto nesta parte de nossa vida estivermos, teremos desafios e inimigos a enfrentar e a maioria deles, estará dentro de nós mesmos.

Intento a todos que caminham sem cessar, independente do inimigo que venham a enfrentar!

Comentários

  1. Ninguém nunca me disse que seria fácil trilhar o Caminho do Guerreiro. Muitas vezes sentei-me a beira do caminho (ou na beirada de minha cama) para me perguntar se tudo isso fazia sentido: nos aventurarmos dentro de nosso próprio-eu construido durante anos pela vivencia dos homens comuns, vivendo como um raio de uma roda sem saber que é a própria roda, ou fora de nós mesmos, pelo descohecido que está a nosso lado, tão proximo e ao mesmo tempo nosso eu-desconhecido. Batalhar incessantemente, dia após dia uma batalha silenciosa para derrubar nossas barreiras e perceber que existe algo além. No passado homens valorosos deram suas vidas para obter esse vislumbre. Como dizia Bridgitte:
    "Um homem determinado abre caminho para sí mesmo. Um Guerreiro impecável abre caminho para os demais. Isso é Poder."
    Abraços a Hermano Vento e aos demais Guerreros.
    E mais uma vez muito agradecido por disponibilizar essa construção do Intento a nós todos.
    Dárion 11:30 08/12/2011
    * * *

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  2. Podemos ler dezenas de livros, discutir, trocar informações acerca do Caminho do Guerreiro, porém sem vivienciar, praticar e vivificar o Mito do Guerreiro, estaremos sendo hipócritas.
    Abraços Guerreros
    Darion 11:43
    * * *

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  3. Um extracto de “A travvessia das Feitriceiras” de Taisha Abelr
    "— Tudo tem uma forma — começou —, mas, além da forma externa,
    existe uma consciência interna que tudo rege. Esta consciência silenciosa é o
    espírito. É uma força oniabrangente que se manifesta de maneiras diferentes em
    coisas diferentes. Esta energia comunica-se conosco
    Disse-me para relaxar e respirar profundamente, pois ia mostrar-me como
    exercitar minha audição interior.
    — Pois é com o ouvido interior—explicou—que se consegue discernir os
    convites do espírito. Quando respirar, permita que energia saia por suas orelhas.
    — Como posso fazer isto? — indaguei.
    — Quando expirar, fixe a atenção nas aberturas de suas orelhas e use sua
    intenção e concentração para direcionar o fluxo da respiração
    Ela verificou minhas tentativas durante algum tempo, corrigindo-me:
    — Expire pelo nariz com a boca fechada e a ponta da língua tocando o
    palato — disse.—Expire sem fazer ruído.
    Após algumas tentativas, pude sentir minhas orelhas estalarem e os seios
    nasais se desobstruírem. Orientou então para esfregar as palmas das mãos até
    ficarem quentes e colocá-las nas orelhas com as pontas dos dedos quase se
    tocando na nuca Fiz o que ela mandou. Clara sugeriu que eu massageasse minhas
    orelhas com uma suave pressão circular. Então, ainda cobrindo as orelhas e com
    os dedos indicadores cruzados sobre os dedos médios, eu devia dar pancadinhas
    leves em cada orelha, estalando os dedos indicadores ao mesmo tempo. Fazendo
    isto,ouvi um som semelhante a um sino abafado reverberando dentro de minha
    cabeça. Repeti os tapinhas dezoito vezes, como ela havia instruído. Quando
    retirei as mãos, percebi que podia ouvir nitidamente os sons mais indistintos na
    vegetação circundante, enquanto antes tudo parecera indiferenciado e abafado.
    — Agora, com os ouvidos limpos, talvez você consiga ouvir a voz do
    espírito — disse Clara. — Mas não espere um grito da copa das árvores. Aquilo
    que chamamos de voz do espírito é antes de tudo um sentimento. Ou pode ser
    uma idéia que subitamente surge na sua cabeça. Às vezes pode ser um anseio de
    ir a um lugar vagamente familiar, ou um anseio de fazer alguma coisa também
    vagamente familiar."

    Dárion 12:04 08/12/2011IN ak ech ala Kin
    * * *

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  4. Olá pessoal,
    Ênio, tive uma experiência diferente hoje, fui fazer a minha limpeza dos 21 dias do Reiki, e fiquei olhando para uma vela que tinha acendido, e ao mesmo tempo transferindo energia nos pontos de energia, quando comecei a ver um brilho ao redor de alguns objetos que estavam perto da vela. Esse brilho contornava os objetos, e dependendo sumia. Não era toda hora que aparecia, ele vinha quando eu me concentrava. Percebi que ele não se completou, ele acendia e desaparecia, talvez por conta de eu não ter energia suficiente para ver por completo. Você acha que esse brilho, que vinha e contornava os objetos realmente foi uma experiência de energia? Tem alguma parte da obra do Carlos Castãneda que trate disso?
    abraço

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  5. Rafael, não posso falar com precisão, mas acredito, por minhas próprias experiências, que ver um anel de energia ao redor dos ítens, é o começo para perceber energia. Comigo é assim, as vezes consigo ver esse tipo de energia, as vezes um anel maior e outras menor, dependendo do nível energético.

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  6. Caros colegas, recomendo a leitura deste antigo texto do blog: http://inconfidenciaguerreira.blogspot.com/2010/09/mente-social-egregora-da-humanidade.html

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  7. Ênio, acabei de ler o artigo do link que você passou, pelo que entendi, a partir do momento que silenciamos o diálogo interno, passamos a enfraquecer a mente social e nos conectar com nossa essência. Em relação ao sexo que não entendi.
    abraço

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  8. o que vocês chamam de mente social, é uma forma menos chocante de falar dos predadores !
    essa parte dos ensinamentos as pessoas tendem a ignorar de tao assustador que é, mas lembrem-se, os organismos vivos não são os únicos seres possuidores de energia consciente no universo.
    o universo é predatório e se vocês buscam conforto no caminho do guerreiro, posso garantir que é tudo que não iram encontrar. vejo algumas pessoas querendo brincar de castaneda !

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  9. Leonardo, penso que seria mais confortador brincar de Harry Potter, KKKKKKK!!!
    Ter uma visão é uma experiencia real não é o mesmo que ler e entender.
    Hermano Vento poderia ter usado: predadores, voladores, consciente coletivo e blá,blá,bla...
    Tudo isso decorre por causa da sintaxe dos Predadores, temos de "Ver". "Ver" vai além da sintaxe.
    Dárion 08:11 08/12/2011
    * *

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  10. Leonard, tudo é sintaxe quando expresso nos termos de nosso mundo, mas há de saber interpretar o que dizemos aqui. A mente social é um aspecto dos predadores, se procurar nos textos aqui verá que a mente social é a mente econômica que os voladores nos deram para manter a nossa socialização, nos manter como um rebanho em seu pasto. Mas eles nos deram a mente deles, econômica, contraditória, para nos manter preso na ilusão da realidade e não os ver nos devorando a consciência, mas essa história já foi contada aqui, várias vezes. Sobre inorgânicos, e orgânicos, o assunto já foi extensamente debatido aqui neste espaço, todos sabemos, consciente ou inconscientemente que existem seres orgânicos e inorgânicos no universo, que o universo é predador. Acredito e falo por mim, que não buscamos conforto no caminho do guerreiro, buscamos consciência. Ora, se estamos em um universo predador, que adianta nos esconder da realidade, em nosso quarto, em nosso mundo efêmero, que se apaga no primeiro sinal do silêncio. Agora acredito que aqui ninguém brinca da Castaneda, mas não levamos tudo tão sério tão pouco. As dificuldades são imensas na caminhada, mas não há caminho de volta para quem se propôs a caminhar, para quem vê que a realidade é mais do que aparenta ser, a volta para o conforto da solidez do mundo é quase impossível.
    Não vamos nos achar melhor que ninguém, todos somos iguais, todos estamos na mesma merda, com a diferença que alguns de nós tem consciência da merda que somos e outros querem descobrir.

    Aos brincantes que continuem brincando, nem o caminho do guerreiro nem a vida cotidiana deve ser levada tão a sério, e ninguém é dono da verdade para dizer o que é certo, o que é errado.

    Aqui contruimos uma colcha de retalhos, guiados pelo espírito, até a mais idiota das colocações tem seu lugar na edificação do templo do conhecimento.

    Intento

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  11. Em tempo Leonard. Sinta-se em casa aqui, sei que tem muito o que colaborar com o conjunto de conhecimentos que tecemos aqui, só com a união de intentos que conseguiremos fazer de um pequeno espaço como este, um lugar onde conseguimos estabelecer um verdadeiro diálogo de feiticeiros, sem frescuras, sem meias palavras ou as contradições e ilusões normais de nosso mundo cotidiano.

    forte intento

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  12. Guerreros são forjados em batalhas. Batalhas intenas e externas. Com já disse é preciso ter culhões de aço para enfrentar o caminho do Guerreiro. Soletude, desapego, humildade são só palavras bonitas. Quero ver na prática. Olhar como expectador as batalhs alheias é muito fácil. É preciso ter coragem até para expor suas próprias batalhss aqui nese simples Blog.
    Abraços Hermanos Guerreros

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  13. De certa feita um Guerrero mais experiente advertiu a um aprendiz:
    - Vou pedir-lhe para que jogue fora sua vidinha de comodidades, começando por seu celular . Passa horas e horas falando baboseiras acerca de sí mesmo e sobre os outros nessa buginganga , o que lhe consome uma enormidade de energia disperdiçando um valioso tempo.
    O aprendiz ainda tentou arranjar uma desculpa dizendo que o utilizava para o trabalho.
    - Jogue-o fora assim mesmo -disse o velho.
    Isso é loucura! Se esse velho está pedindo isso o que iria pedir mais na frente? Pensou.
    O aprendiz coçou a cabeça, pensou, o que poderia lhe receber em troca?
    - Não lhe prometo nada. – falou o velho Guerrero lendo os pensamentos do neófito.
    O aprendiz deu meia volta e foi-se embora.
    Preferiu o aconchego em suas certezas do que as agruras do Desconhecido.
    Dárion 12:39 09/12/2011
    Abraços Hermanos
    In lak ech ala Kin.

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  14. realmente soei um pouco arrogante.
    estou numa fase em que não sou nem um guerreiro nem uma pessoa comum. tentando controlar minha loucura. numa luta extenuante contra minha razão, contra minha voz interior.
    não sou do tipo que foi atras do castaneda, ou algum amigo indicou falando que era cult, contracultura dos anos 70. sempre fui um ateu cético. se esse conhecimento nao tivesse entrado na minha vida da forma que entrou, eu iria achar tudo uma grande bobagem, nao me daria o trabalho nem de terminar de ler a erva do diabo.
    o espirito tem se mostrado pra min, me convidado pra dançar, e as vezes sinto que não tenho a força e a coragem necessária pra "segurar a barra". como você falou, pra alguns o caminho de volta já não é mais uma opção,só me resta adquirir energia e poder pessoal,ser impecável, e enfrenta oque quer que seja que estiver me esperando.
    abraço a todos

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  15. Leonardo
    todos nós estamos entre a cruz e a espada. Nenhum de nós tem certeza de nada. Nem o próprio Carlitos tinha certeza, mesmo nos ultimos livros, quanto ao que D.Juan lhe dizia. Tem várias citações nos livros sobre isso. O que importa no caminho não é o fim em si e sim a maneira como o caminhamos.
    Abraços Dárion
    In lak ech ala Kin
    * * *

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  16. O Poder não aceita pretendentes. De uma maneira ou de outra fomos lançados no caminho do Conhecimento. Como dizia D.Juan: ninguém quer seguir realmente o caminho do guerreiro é por demias custoso ao homem comum. Pretendentes são como tigelas frágeis que não suportam a tremenda pressão do Infinito e mais cedo ou mais tarde acabam desistindo de aeguir o caimno com Coração.
    Força, Coragem e Intento
    Abraços Dárion
    PS: também começei pelo livro mais dificil e um dos mais belos "O Fogo Interior"
    * * *

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  17. Quando sinto que estou desmoronando recordo da oração que Slvio Manuel deu a Carlitos:
    Já me dei ao Poder que rege meu destino
    Não me prendo a nada para não ter nada a defender
    Não tenho pensamentos por isso verei
    Não receio nada por isso lembrarei de mim mesmo
    e livre e desempedido passarei como um raio
    pela Àguia em direção a Liberdade

    outra coisa que carrego comigo para esses momnetos é a visão de 500 Bilhões de espermatoziodes lutando pelo seu destino e o único que soboru fui eu.
    Dárion
    * * *

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  18. Sabe Leonardo, não precisamos de desculpas aqui. Todos erramos, todos acertamos, pois todos somos humanos. Sabe, achei interessante tua história, eu também comecei a ler os livros de Casta, há muitos anos atrás, por volta de 1990 em uma prateleira de livros de uma tia minha, e isso devo a ela, de alguma forma ela foi o conduto do espírito para que me chegassem aqueles riscados de extrema importância. Mas sabe, andei por mais de 1m anos apenas como leitor, vez ou outra seguindo o caminho com algumas práticas. COntudo, apenas quando o espírito desceu sobre mim, ou, olhando de outro ponto de vista, o meu duplo emergiu de sua profundeza que ee comecei a entender tudo. Todos temos um limiar, uma linha que separa os mundos catidiano do mundo da feitiçaria. Mas quando atravessamos um certo ponto, uma certa barreira, não tem mais volta, levaremos o peso férreo de ver o mundo como ele é, e enfrentar os verdadeiros perigos do universo ao mesmo tempo que temos que ter a leveza de viver esta fase da vida, espreitando e seguindo os caminhos do coração. Somos duros como pedra em nosso propósito no mundo da feitiçaria, mas temos um coração por baixo de tudo isso que nos guia a um propósito maior, o propósito da liberdade.

    Intento a todos que fazem parte dessa jornada!

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  19. Brincar de guerreiro acho que é algo meio impossível...
    Depois de você enveredar por esse caminho, vê-se sem escudos, sem antigos confortos, e sem volta. Como disse o velho nagual, um guerreiro está em pior estado que o homem médio.
    Intento!

    Bêni

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  20. Olá pessoal,
    Estava lendo um artigo no jornal sobre o experimento LCH, e uma palavra me chamou atenção. No artigo, os cientistas disseram que a "partícula de Deus" seria algo que AGLUTINARIA, a energia. Deem uma olhada vocês mesmos:


    "Segundo os cientistas, quando o universo esfriou após o Big Bang, uma força invisível conhecida como o campo de Higgs teria se formado juntamente com o bóson de Higgs. É este campo que dá massa às partículas fundamentais que formam os átomos. Sem ele, estas partículas passariam pelo cosmos na velocidade da luz e não conseguiriam se aglutinar."

    Seria disso que Dom Juan estaria falando sobre a aglutinação da energia?
    Grande abraço

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  21. Pois é Professor, li esta notícia há algum tempo e esta palavra também me chamou a atenção. A única coisa que eu poderia dizer são meras conjecturas.

    Bêni

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  22. Ênio,
    Seu blog tem sido um grande instrumento para debates e busca pelo caminho da liberdade, portanto, acho que mais pra frente teremos que aperfeiçoa-lo. Tem alguns blogs, que a estrutura de comentário são melhores, que permite incluir o moderador DISCUS, que é mais fácil comentar. Ano que vem sugiro tentarmos construir um outro instrumento mais aperfeiçoado, dado o fato de que a cada dia mais pessoas estão participando do debate.
    Grande abraço

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  23. CLaro Rafael, mas lembrando, esse blog não é meu, é nosso,de todos que compartilham o mesmo intento, então toda a forma de aperfeiçoar o debate fortalecerá o intento da transformação que almejamos.

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