Ano novo, algo realmente novo em nossas vidas?



“Só quando esquecemos tudo o que aprendemos é que conseguimos aprender tudo o que esquecemos.”
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Assim começo um lindo e breve ensino que me foi ditado pelo Nagual do outro lado, por essa energia magnífica que foi guiada ao encontro com a minha energia, da mesma forma que foi guiada a minha energia a ela. O espírito, o intento, o que nos conecta a tudo e a todos foi o grande maestro deste encontro, deste que somente posso agradecer, e falando devolvo a ele todo o conhecimento que veio a mim um dia, de alguma forma.

Eu então me lembrei da contemplação de uma borboleta se alimentando do néctar de algumas flores. Me peguei parado e imaginando a essência e o sentido da vida daquele ser, a disposição total de seus instintos na natureza de sua existência. Colhendo o néctar a pequena borboleta amarela ficou, passando de flor e flor, impecavelmente, enchendo o seu abdome, pesando o fardo levantado por aquelas belas asas que a guiava pelas flores, uma após uma, cheirada, sentida, sorvida. Existência pequena e frágil aquela da pequena e bela borboleta, ia e vinha levada pelo vento, pelo cheiro pelos instintos, sorvia e era sorvida pelo mundo que a cercava. Uma existência voltada a sobrevivência pura e simples, alimentar-se de toda a forma suprindo a sua mais básica necessidade. VI ali a nós mesmos pessoas, pairando pela existência em busca de suprir as nossas mais vans necessidades. Colhemos buscamos juntar, pilhar o mundo com medo de nossos instintos mais básicos não serem supridos, esquecemos-nos de todo e tudo que nos rodeia e que nos permeia. Essa bela esfera da existência, somos guiados incessantemente pelos nossos desejos, e pelos nossos desejos somos insistentemente destruídos, sem sequer pensar em tudo mais que pode nos ser dado se pararmos um pouco, se contemplarmos o vasto mundo que nos cerca.

Olhemos as nossas energias, a razão foi a clareza que nos cegou, e quando falo nós, falo de toda a raça que pertenço, essa raça mágica de uma energia diferente de tudo que existe por cima desta bela Terra. Somente nessa existência, e com a energia deste mundo que estamos, somente neste espaço teremos a capacidade de maturar da forma correta a nossa energia. Este mundo é de fato uma dádiva, é apenas e tão somente nele que conseguimos maturar a nossa energia interna e nos livrarmos do ovo de luz que a encerra sem sermos engolidos pela energia que nos cerca.

Vejo pessoas comemorando o tempo que se passou, comemorando a virada do ano e repetindo e se entregando aos mesmos grilhões que nunca as deixa de fato estarem livres pelo mundo, apenas as deixas contemplar um aspecto mínimo do infinito mundo que as cerca. O tempo que se passou no tempo em que vivi por este mundo era contado pelos renascimentos que as pessoas faziam, não por luas, por sóis, por estações. As contagens do amadurecimento sempre haviam sido feitas pelas conquistas, pelos passos que cada um subia na escada do conhecimento e de seu crescimento. E digo a ti, meu amigo, apenas matando cada parte que te encerra preso a este aspecto da realidade que conseguirá renascer cada parte perdida de sua essência mágica. Comemorar, com grande festa, é algo essencial, tira o peso da caminhada, mas comemorar deve ser algo consciente, algo mágico, algo que reflita conscientemente a conquista alcançada pelo guerreiro. Cada vez que morrer dentro de ti algo que nasceu deste mundo, nascerá em ti um conhecimento mágico e ancestral, sendo que renascer por toda a caminhada desta existência é essencial para fazer com que nasça de dentro deste ovo de luz a energia pura que os levará aos infinitos campos do universo. Na doutrina que tanto tem apreço, das linhagens dos guerreiros que tanto estuda, não-fazer é desaprender o que lhes foi aprendido, é matar o que tens como conhecimento deste mundo, e a cada vitória, a cada vez que o guerreiro caça este fazer e o mata, um novo fazer do guerreiro nasce, sem ensinamentos, sem guias, apenas gerado por tua energia, que espera, pacientemente chegar o dia de sua libertação. A cada passo dado em seu tonal, o seu nagual avança no caminho, crescendo, sendo nutrido pelas tuas vitórias, e renascendo em uma luz mais forte, que o levará a primazia perceptiva que podemos ter em nossas vidas.

Os instintos ainda são a forma mais básica de dominação e de prisão que temos. A exemplo da vida que viu, da pequena e frágil energia daquele ser, daquela borboleta em que não existe prisão de razão, mas existe grilhões dos instintos de sobrevivência, que a fariam se alimentar até mesmo não conseguir voar, apenas para tentar sobreviver. Mas sobreviver não é viver, não é libertar-se, então é necessário que sejam sobrepujados os teus instintos mais basilares para tingir a libertação. Alimentar-se é um instinto que muitas vezes destrói o homem, a busca incessante por alimentos torna-se muitas vezes a busca única da vida de um homem nesta Terra, talvez sendo a única busca de toda uma existência. Não é necessário deixar de alimentar-se, pois essa condição não é possível com a configuração energética que tem aqui na Terra. Mas é preciso dominar o instinto, alimentar-se do necessários, livrando-se das buscas pelo prazer na alimentação, a busca pelo prazer dos sabores, dos gostos, nos faz refém de algo que deveria ser feito apenas como aporte a vida, eis então um dos grilhões do homem, e através deste grilhão que o sistema lança mão de seus poderes para o aprisionamento desta tua, nossa raça. O sexo, o prazer sexual é sobrepujado no homem, indo muito além de todas as espécies e energia que já pude conhecer. Reproduzir, manter o rebanho cada vez maior neste pasto ilusório é o motivo de tal exacerbação instintiva, e é um fardo e uma luta intensa livrar-se deste grilhão que o sistema tanto exacerba. O desejo pelo grupo, pelos outros, pelo bando vem dos primórdios do homem e parte de uma necessidade energética de uma configuração perfeita para a libertação do homem, exaltada pelas energias dominadoras apenas com o motivo claro de fazer com que as pessoas deixem a liberdade e se emaranhem uns aos outros com os pensamentos, e energias, nivelando o pensamento, nivelando a energia e sistematizando os comportamentos de forma a tornar mais fácil a dominação humana. Existem ademais, ainda vários grilhões instintivos, os pormenores devem ser estudados por cada guerreiro nesta jornada, cada um que dispõe-se a caminhar rumo a liberdade. Livrar-se dos desejos, não é deixar este mundo, é apenas ser consciente de suas necessidades, lidar com o mundo é uma necessidade para a libertação, trilhar neste tempo/espaço é de extrema importância para a maturação energética de nosso tipo específico de configuração.

Apenas na mudança, apenas nos esquecendo do que aprendemos durante a nossa vida neste mundo é que começamos a aprender o que nos esquecemos como raça, pelos tempos, em nossa caminhada nesta Terra. Nada irá mudar no homem, poderão os portais todos do universo se abrirem, poderão haver catástrofes, destruições, ainda assim o homem tentará, guiado pela sua razão, entender e explicar o universo inexplicável a sua volta, acreditando no mundo finito, na existência limitada, e no bem e no mal. Entenda amigo que o especial alinhamento que se segue nesta Terra é apenas um aspecto que poderá ser utilizado por alguns, por quem se propor a utilizá-lo, os demais serão constantemente cegos a toda transformação, da forma que o são, a razão cegou esta humanidade, os deixou cegos a tudo mais, sendo que apenas tateiam pelo universo sem nem mesmo enxergá-lo, cientes contudo de que a luz que enxergam, a luz que veem é a luz do conhecimento, sendo que é apenas a cega clareza que um pequeno aspecto da realidade consegue iluminar.

O tempo chegará, como chegou por vezes e vezes nas gerações que se passaram por esta Terra. Alguns verão, outros tantos relegarão a explicações racionais que nada explicam da realidade como um todo, a vida prosseguirá, e muitos ainda continuarão sendo rebanhos a serviço de uma raça que os domina. A clareza pelo que vejo ainda irá dominar por muito tempo, mas ainda assim será dada a chance mínima para todos, para aqueles que continuarem caminhando, lutando e seguindo rumo a única das coisas que em tanto temo de existência vi valer para qualquer ser ou energia no universo, a liberdade.

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