A dádiva da evolução - A jornada libertária do guerreiro vidente






Pensando na efemeridade da vida que comecei a sondar o infinito, sondar a magnitude da criação, o meu objetivo pessoal de libertação, e os desafios que se postam nessa extensa caminhada que temos nessa bela esfera. Sondando os pensamentos de várias doutrinas e caminhos espirituais vi a presença quase que unânime da reencarnação, de forma diversa apresentada nas que estudei, nas que tenho ou tive alguma sincronia, em partes diversas de minha vida e dessas posso falar. Não cito ou questiono nenhum caminho, cada qual tem sua parcela da verdade, cada qual tem em sua essência ramos e aspectos que permitem ao que caminha a libertação. O que falo aqui é da roda infinita da libertação.

Logicamente que a energia que permeia a tudo no universo segue a um propósito e não haveria outro propósito que não a evolução dessa energia. Pensar na evolução do processo energético no universo nos faz começar a entender os ciclos de morte e vida, os ciclos que levam muitos a crer em uma alma imortal, uma alma que transcende os espaços lógicos que levam a crer na efemeridade da vida orgânica e na infinita conservação de alguma parte de nossa essência. Contudo, a vinculação excessiva da idéia de alma com a idéia de ego, de auto-reflexo, nos faz ter, como civilização ocidental, em nossa grande maioria uma idéia errônea derivada de um sentimento interior que temos de eternidade. A eternidade, o pensamento e a sensação que reside em nós de existir um quinhão eterno em nosso interior, é a sensação de que algo dentro de nós é imortal. O que posso garantir, no entanto, é o que não o é, o ego, a visão de uma alma com nossas características euísticas que permanece, isso caros amigos, garanto que é o puro reflexo de algo ilusório, impermanente e devastante para o nosso processo evolutivo.

Contudo a nossa energia é sim infinita, a nossa essência energética é imortal. No momento de nossa morte, a nossa forma orgânica é rasgada de fora para dentro, a grande desafiante, a morte liberta a nossa essência mágica, liberta o nosso interior imortal em um processo que deveria significar libertação, renascimento, pela primeira vez o ser energético que reside em nosso interior poderia emergir para a realidade, livre da carapuça opaca que embaça a nossa vista e nos separa de todo o resto, mas existem motivos que não levam o nosso ser a essa conclusão. Para visualizar o processo, para quem ainda não conseguir vislumbrar a nossa energia como ela se comporta vou tentar ilustrar, mesmo ciente de que toda minha tentativa não vai sequer arranhar a verdadeira visão da realidade. Imaginemos um infinito de fios de luz, esses fios emanam de uma energia mais densa, que se confunde com nosso ser orgânico, sendo mais luminosa em certos pontos. Os fios parecem jorrar energia de dentro para fora, chegando a um limite ovóide ao nosso redor, que varia de pessoa a pessoa, desde um cone até a forma de sinos e círculos em uma diversidade infinita. Dentro desse campo temos um ponto mais brilhante que tudo, um ponto que se movimenta, esse eu poderia chamar de forma da realidade no ponto costumeiro onde está em nossa grande maioria. Se nos atentarmos a olhar essa energia veremos que dentro de nosso corpo, preso está uma sublime concentração energética que se movimenta, que tem vida, mas que é separada de tudo mais pela nossa casca luminosa, essa que nos protege de muita coisa, mas nos encerra, como já expliquei aqui no blog em outras oportunidades.

No momento então do assalto da morte, uma energia constante no universo, essa energia sutil e mais refinada se liberta, e na grande maioria ela se mantém por um instante antes de ser sugada novamente para a fonte criadora, para a fonte energética de tudo no universo, para o negrume infinito, ali toda a nossa consciência é consumida, os filamentos de luz retornam ao berço que os gerou, tornando-se mais uma vez a ínfima parte de um todo, logicamente um todo composto de uma infinidade de partes que se movimentam. É nesse processo que analiso a evolução da energia. Pensem, ali, estamos servindo ao propósito energético, a sutilização da energia.

 O corpo pesado e denso do nosso organismo vivo ficou, tal qual um pedaço de pau jogado, enterrado como adubo esterco para a terra e a sutil forma dessa energia se foi, consumida pela escuridão, ou luz infinita. Ali, no berço eterno ela se mistura, cada filamento, cada parte de nossa vida, de nossos aprendizados sutis e energéticos. Quando sugados somos depurados e tudo o que é euísmo é jogado fora, restando apenas a nossa essência energética. Dessa essência dissolvida, restam aspectos do que fomos, aspectos energéticos nessa energia nesses filamentos que provavelmente, quando da geração de outras vidas, de outras energias voltarão a formar outro ser. Então que, formando outro ser carregamos a memória energética de vidas outras, de tempos idos, essa pode ser acessada na nossa essência universal e essa é confundida por muitos como as vidas passadas. Não que esteja errada a percepção, errado é pensar que são vidas exclusivas nossas, sendo elas na verdade pedaços de uma energia que vem se depurando de geração em geração, na tentativa única de fugir da incessante dissolução e  condensação em novos corpos duros orgânicos.

Mas se houvesse um mínimo desejo da fonte universal seria a dissolução da condensação energética em corpos orgânicos. Por motivos evolutivos, existe uma forma de condensar, depois do assalto da morte, a nossa energia sutil interna e nos transformar em seres inorgânicos sem que precisemos voltar ao berço energético universal. Essa forma é conhecida em diversos caminhos. No que eu percorro, no caminho do guerreiro o método básico é a vida impecável nos moldes de eficácia plena do uso da energia e na manutenção da consciência da morte como fase final da libertação. No caminho que eu preconizo aqui são os doze passos da libertação essenciais para a maturação energética de nossa essência mágica preparando o ser para escapar do retorno a fonte na condensação de seu ser rumo a liberdade total dessa energia interior.
Já citei aqui os primeiros passos no caminho, em seqüência são compostos de quatro grupos de três, são como fases da libertação do guerreiro, fases que levam uma vida para se consolidar e que passam pelos ítens seguintes:

1.       O despertar do guerreiro
a.       Percebendo os sussurros do Espírito
b.      Limpando o Elo de conexão
c.       Revelando e controlando a mente (Silêncio interior)

2.       Destituindo o reinado da Mente
a.       Revelando e apagando a história pessoal
b.      Descobrindo e dominando o Intento
c.       Abrindo as portas da percepção (a arte do sonhar)

3.       Mesclando-se ao espírito
a.       Voltando a forma humana
b.      Dominando a vontade
c.       Entregando-se ao Espírito

4.       Nas asas da liberdade
a.       Abandonando o mundo
b.      Queimando em luz (ascendendo o ser interior)
c.       O rompimento do casulo (o derradeiro encontro ou o terceiro nascimento)

Já entrei nos melindres de alguns ítens expostos aqui e infelizmente ainda não posso discorrer plenamento dos ítens que ainda não alcancei em sua plenitude, pois os vislumbro apenas como passos que se seguirão em minha caminhada. Não posso contudo guiar a conjecturas o que ainda não consolidei em minha vida sob o risco de orientar e guiar de forma errada, baseado em conceitos e não em vivência os passos que me foram passados como um mapa. Apenas exponho a estrutura para mostrar a complexidade dos passos que se seguem na maturação e o preparo do homem para a possibilidade de liberdade total, isso no caminho que eu trilho.

A liberdade deveria ser o único objetivo do homem. A chance de nascer nessa forma energética, com a configuração que nos permite seguir, consciente a nossa evolução e poder escapar dos ciclos evolutivos de retorno a fonte são por si uma dádiva das mais intensas. Somos cegos a essa nossa possibilidade, as possibilidades de libertação que temos a nossa frente, a possibilidade de suplantar os ciclos infinitos e existir além dos limites concebíeis de percepção, mas nos foge pelas mãos a nossa mágica chance. Nos rebelamos contra a nossa liberdade gritando a plenos pulmões que levar a vida de dominação e de adormecimento para a verdade é ser livre. Tangenciados pelo sistema dominante temos a falsa impressão que voamos e pairamos livremente pela vida, muitas acreditando que somos imortais, que nosso ego, esse que alimentamos cegamente a cada dia resistirá ao tempo e ao renascimento sem saber que estamos perdendo o maior presente que poderíamos ter.

Existe, caros amigos, apenas uma forma de verificarmos essa possibilidade, e sentirmos a urgência de nos prepararmos para a evolução que nos cabe como energia, esse é o silêncio interior. Esse e apenas ele nos leva a percepção completa e a atenção plena do que somos, nos leva ao contado com essa energia profunda e silenciosa, e no mar do silêncio interior navegamos na verdade inexorável do universo. Ali viramos feiticeiros da percepção, no poder do silêncio vemos o arquiteto do universo, a fonte, e vendo a fonte percebemos o que existe além dela, e dessa percepção sentimos em nossa mão a possibilidade da libertação. É ali, naquele espaço mínimo de possibilidade que todas as forças do guerreiro se reúnem, ali que todos os pensamentos se focam, ali, na liberdade perceptiva, na fuga dos retornos sem fim.

Espero que a consciência da possibilidade possa fazer emergir de cada um o ímpeto para a liberdade. Percebendo que somos fagulhas energéticas, tais quais bolhas de sabão, condensando temporariamente a parte mínima de um todo, com o condensamento energético desse todo, com a ajuda temporária dessa camada que nos aparta do todo, temos a possibilidade, tendo essa camada orgânica de proteção de preparar a parte de nossa energia interior para se consolidar evolutivamente como um corpo sutil de energia, para a sutilização e a nossa transformação de ser orgânico, para ser de energia densa e pesada em um ser pleno de luz, leve, liberto e pronto para a liberdade perceptiva e evolutiva que é a parte que nos cabe na nossa breve caminhada por esses campo da percepção.

Comentários

  1. grande mensagem guerreiro!
    esses dias venho justamente pensando na efemeridade da vida, o quão rápida é nossa passagem pela bela terra. e grande tristeza se apossou de mim ao ver que nossa chance de liberdade foi quaze que totalmente cancelada pelas forças que nos dirigem aqui em nosso próprio mundo.
    hoje relendo um trecho do livro o poder do silencio fiquei meditando numa passagem que me pareceu de uma importancia transcedental,já tinha a lido várias vezes , mas dessa vez foi diferente, senti com uma clareza agonizante a catastrofe que ela revela.nossa passividade frente ao nosso destino, nossa total falta de preparo de enfrentar o que nos espera... a passagem a que me refiro é a que dom Juan fala pro Castaneda que somos passivos, que a morte é a desafiante e só nos movimentamos quando sentimos a pressão da morte.
    de fato essa percepção a um nível profundo é o que me fez sair da letargia silenciosa que ia se apossando em mim. percebi então que não a descanso, já passamos anos a fio como bestas encalhadas,a vida real está em outro lugar, o desafio é real e implácavel, ou aceitamos ou não.
    sabe guerreiro vim aqui escrever isso pra causar um choque de perceção em mim mesmo, e talvez em quem lê.mas fato é que caminho do guerreiro, como disse em tua mensagem, é o maior presente que podemos ter. temos que fazer a mágica acontecer em nossas vidas .

    obrigado Vento por ser o canal para as mensagens do Intento! sempre é bom reler tuas mensagens aqui do blog!


    Puri

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