A herança do Nagual Carlos e a mancha verde do hermetismo

 

Venho a um tempo pensando em escrever sobre esse assunto, os passes mágicos, mas nunca me aproximei o suficiente da maioria deles. Sempre achei certas séries um tanto quanto bobas em comparação a outras muito eficientes. Não quero ser apedrejado aqui, não estou criticando quem quer que pratique nenhuma delas, apenas como exercício físico já valeriam, ainda mais como são, revestida do intento de feiticeiros de mais de dez mil anos. Mas o que me pergunto é realmente isso: o que sobrou realmente dos passes ensinados por Don Juan a Castaneda aqui, nos passes que temos hoje em dia? E o que hoje é apenas comércio da Cleargreem para transformar em comércio fragmentos do milenar conhecimento deixado pelo Nagual Juan Matus?

Todas essas dúvidas emergiram em meu ser depois que fui colocado em contato com o livro real que o Nagual Carlos escreveu, e que foi modelo para a publicação intitulada Passes Mágicos no ano de sua morte, 1998. Aqui mesmo nesse blog, no melhor exemplo de atuação direta do espírito, algum colega, leitor, trouxe ao meu conhecimento a existência desse livro, publicado em 96 e que circulava nas rodas dos cursos de Tensegridade ministrados pela Cleargreen. Recebi o aviso do espírito com muita felicidade e comecei a tradução do livro aqui neste blog. Grato ao Nagual Juan Matus e ao Nagual Castaneda como sou pelo conhecimento deixado por eles, sigo seu caminho deixando aberto todas as portas que encontro fechadas, abrindo conhecimento não me apego a guardar nada, não tenho o pesado fardo de segredos, nada é meu, pois nunca foi, quem dirá o que é revelado pelo espírito. Contudo, pela similaridade dele com o livro Passes Mágicos, resolvi fazer uma comparação entre os dois, não apenas uma comparação intelectual, textual nem nada dessa cientifisidade fajuta que temos nos nosso mundo atual. Resolvi compará-los em minhas visões do sonhar, como um guerreiro, com as ferramentas mágicas, que todos, irrestritamente, temos dentro de nós.

Realmente, comecei a sentir a diferença de poder entre os livros e os textos do Nagual Carlos e os textos do livro Passes Mágicos, que para mim tem muito mais o espírito de marqueteiros na espectativa apenas de lucrar com a venda dos livros e os cursos de passes mágicos. Os cursos que ensinam as pessoas a serem guerreiros, nada diferente dos milhões de doutrinadore que ensinam pessoas a serem santos, anjos, escolhidos, bruxos magos e toda essa porcaria enlatada que vemos rotuladas como espiritualidade. Não há sequer espectro da força envolvida nos outros livros de Castaneda, basta comparar, ler e viver os ensinamentos, não quero e nem espero que ninguém concorde comigo, peço apenas que busquem, vejam e se não concordarem até voltem aqui e me chamem de idiota, não tem problema.

Don Juan deixou para o Nagual Castaneda o legado de encerrar a sua linhagem de feiticeiros, fechar a porta e apagar a luz, mas deixou com ele a missão clara, que foi imposta pelo espírito, de abrir o conhecimento da linhagem ao mundo, a quem quisesse ver e seguir esse caminho. Não existe linhagem hoje, mas existe o conhecimento acessível e o caminho amigos, como sempre existiu. E então que veio a corporação verde e agarrou a chance de hermetizar e vender tudo aquilo belamente deixado ao mundo pelo espírito.

São muitas as facetas e implicações desse tipo de ação empenhada pela dita corporação, a própria utilização desta corporação para o propósito empenhado, e dela advém diversas perguntas e pensamentos. Qual seria o interesse de uma corporação em fechar as portas deixadas abertas pelo Nagual? Qual é o interesse de vender o caminho do guerreiro? Qual é a importância desse empreendimento para os que caminham nesse caminho? Para mimas respostas são claras, mas claras que o verde que eles mesmo pregam, o objetivo é a dominação e tudo que vem da dominação vem dos nossos dominadores, vem da nossa prisão. Converter os verdadeiros ensinamentos sempre foi o princípio do voladores, esconder e desviar o caminho que leva a liberdade é o objetivo de quem nos quer exatamente como somos, burros, cegos, mesquinhos, gananciosos. Há anos somos dominados, há anos os segredos são maquiados e falseados, tudo é modificado de forma a nos desviar de nosso destino mágico, e isso não é teoria da conspiração, é a mais pura constatação histórica e energética. Vários foram os que, como Don Juan, deixaram os segredos abertos a todos, e com o tempo os segredos foram apropriados por instituições e se modificaram, se perderam. Não preciso citar o nome dos que aqui deixaram conhecimento e nem das instituições que deles se apropriaram, mas todos tem algo em comum amigos, todos estão a serviço de quem não deseja de fato a nossa libertação.

Voltando ao tópico dos Passes Mágicos, não os acho uma baboseira, apesar de uma certa restrição com a forma que hoje são apresentados. Primeiramente quero falar que gosto particularmente dos passes das cinco preocupações, os que acho serem os genéricos e apropriados a todos como forma prévia para cada exercício que temos, qual seja sonhar, recapitular, silenciar a mente e diariamente o exercício de tomar decisões. Quanto aos outros são o que são, passes adaptados a cada configuração energética.

O que vi em minhas meditações, no meu sonhar sobre os passes foi de fato estarrecedor para mim. Inicialmente pensei em entrar em contato com o Clauss, um amigo virtual que sempre se mostrou um bom entendedor dos passes. Mas algo me pediu para esperar. Então entendi a minha visão de sonho, o que o Nagual do outro lado, Juan Cortez havia me dito: Os passes podem ser descobertos por cada um em seu sonhar, de acordo com sua necessidade. O que eu vi em minha visão foi uma pessoa realizando alguns movimentos, passes mágicos, movimentos que a primeiro instante parecia uma dança indiana parecia que os braços da pessoa se multiplicavam no movimento. Algo era esculpido nos movimentos, uma parte dele parecia com o passe que forja o corpo energético, mas ele era muito mais complexo, vou postá-lo aqui logo que conseguir gravá-lo em vídeo para análise. Mas o interessante é que a voz me dizia que era um passe para fortalecer o corpo sonhador, o duplo, o corpo energético, ele passava pelos braços, tronco, cabeça, pernas e omoplatas em um conjunto de vários movimentos. Mantive a visão porque ela se repetia várias vezes como se para que eu pudesse memorizar os movimentos e assim aconteceu, eu os memorizei por completo.

Depois de um tempo pensando, comecei a praticar os movimentos e senti um intenso bem estar com eles, além da potencialização dos meus sonhos nos dois dias que se seguiram. Então meditei e entre em sonho mais uma vez para entender a chave que guardava os passes mágicos, o segredo que ainda me faltava e que não foi de fato revelado. Então entendi por completo, vi que podíamos buscar no sonhar, cada um de nós, os passes pessoais a nossa configuração energética, ao nossos objetivos e de acordo com os nossos níveis energéticos. Isso não interessa a nenhum grupo ou instituição revelar, pois falar que as buscas podem ser feitas por cada um não dá retorno em dinheiro, não gera seguidores ávidos por palestras, ensinamentos, pois mostrando que não há o que ser explicado, mostrando que todos somos iguais, nivelando a todos, não há mestres a seguir, não há dizimos a pagar, não existem contribuições a serem feitas, só o empreendimento mágico da liberdade, e esse empreendimento não gerou, não gera e nem nunca gerará nenhum trocado que seja a nenhum homem ou instituição.

É hora de entendermos a mensagem deixada por Don Juan, a mensagem que diz que o conhecimento é simples, é acessível a todos, que só basta buscarmos para encontramos o caminho para a liberdade, e que ela própria é isso. O sábio se revela em seu silêncio e não em suas palavras, pois é no silêncio que existem as verdades transcendentais, é o silêncio que abriga os segredos do universo e só na sua perpetuação que atingimos a liberdade. Nada mais, no tempo que está por vir ficará guardado, tão pouco ficará estampado em palavras, é possível que estejamos caminhando para uma nova era de silêncio, uma nova era de conhecimento, e isso, caros guerreiros, só o futuro nos dirá.

Mais revelador que o verde claro da esperança é o vazio do branco do silêncio.