A volta ao espírito do homem - O fim da era da dominação





Hoje estava em uma sala de aula quando se sentou a minha frente uma libélula. Veio flutuando, delicada e justamente a minha frente ela pairou, parou, sentou e ficou ali, a me acompanhar no meio de uma extenuante aula de direito civil. Com suas asas translúcidas com uma faixa preta pintando o seu entremeio fiquei a observar, enquanto a professora discorria sobre obrigações civis. Vi aquela pequena ali, leve e a imaginei, fui levado pela imaginação a vê-la pairando ao sabor do vento, em minha infância recordo de amarrar pequenos barbantes em seus rabos para vê-las voar pelo ar, me imaginava voando com elas, livre, um filho como tantas libélulas filhas do vento. Além de tudo que sempre posto aqui, acredito firmemente na idéia de que um dia o véu da ilusão em que vivo irá se desfazer completamente, tal qual uma libélula que um dia decide voar acima das árvores que a abrigam e ver que existe um mundo maior ali, e que mesmo tão perto ninguém pensa em ver.

Como podemos voar além da copa das árvores da ilusão é o que me pergunto constantemente. Não existe possibilidade de voar sem treinar as asas, sem treinar vôos, sem conhecer a força dos ventos, sem conhecer os predadores que estarão além da proteção de nosso mundo. Voar cegamente, sem força nas asas, sem conhecer os ventos, sem conhecer os predadores não é uma possibilidade para um guerreiro, pois não há chance de sobrevivência em uma jornada sem preparo. Para enfrentar o desconhecido, o que está além dessa realidade devemos conhecer possibilidades, as infinitas possibilidades que nossa finita roupagem nos reserva.

Existe um ponto luminoso, dentro de nosso ovo luminoso de luz que parece ser a nossa consciência, que parece aglutinar os aspectos energéticos do universo necessários para vermos o mundo como ele aparenta ser para nós, um mundo sólido, de objetos. Esse mundo é na verdade uma forma de moldar as energias que percebemos de forma uniforme e organizada, é um molde, a nossa realidade é um pequeno molde de uma pequeníssima fatia da energia total do universo. Contudo, depois de gerações sem fim de coesão nesse tipo de percepção, percebemos o molde não apenas como um produto organizado da energia que permeia o universo, percebemos o mundo como se fosse o próprio molde que o organiza e isso nos aprisiona. Somos de alguma forma, por algum motivo condicionados a nos esquecer da percepção primeira, sem interpretações do universo energético, mais ainda somos treinados, dia após dia a nos esquecer que existe algo além do mundo de objetos que percebemos. Mesmo que a todo momento, de forma ulterior a interpretação da percepção, sentirmos e vermos a energia de forma pura. Não sei ao certo o porque, mas nos esquecemos totalmente da energia que percebemos.

Voltar a perceber a energia é um dos objetivos de quem enseja ser um feiticeiro, de quem trilha o caminho do guerreiro. Tudo mais, toda a primeira e segunda atenção juntas são apenas descrições da forma pura do universo, da energia que permeia a tudo. O nosso mundo é a menor fatia de percepção do tudo que podemos ter, é a primeira atenção, a que fomos tangenciados a acreditar ser a única, a que somos treinados a acreditar como sendo a verdade absoluta. Esse é o molde da coesão do mundo humano, da coesão de nossa raça, de alguma forma e por algum motivo, essa realidade perceptiva está ligada diretamente ao mundo dos seres que hoje tem nossa raça como alimento, que vivem em uma espécie de simbiose com nossa raça. De alguma forma, em tempos que já se passaram, como já descrevi aqui, trocamos uma fatia de nossa energia pela coesão e a mente uniforme que faz o nosso mundo ser como é, um mundo de objetos, de construções, de máquinas que tentam ampliar os nossos sentidos. Esse mundo cinzento das grandes cidades, esse mundo dito evoluído é apenas um reflexo de um mundo que já existe há muito, somos apenas guiados por uma força externa que nos leva, como sociedade, como civilização a este pensamento vazio, pobre, consumista que relega ao esquecimento todas as questões que transcendem a percepção. Na verdade, a superficialidade do mundo que vivemos, na coesão de pensamento, na coesão de percepção, faz com que o homem, navegando no mar de superficialidade do mundo, se perca de seu ser profundo, das questões profundas do mundo. Nós criamos o mundo como nós o vemos, coeso como ele é, com pequenas e sutis diferenças de acordo com a crença, o local geográfico, mas coeso como um todo. Assim, na coesão social, nessa mente pequena, antagônica, destoante com tudo que nos cerca, erguemos o mundo que hoje vivemos, um palco para a razão, antagônicos com tudo mais que existe nesse nosso mundo, seguindo no rumo de sua destruição.

Não é mais uma simples divagação o fato de que estamos entrando no fim de uma era. Não somos coadjuvantes nessa mudança, somos ativos, somos muito além de espectadores. O homem, a nossa raça é um ser antagônico com tudo mais que nos cerca. De alguma forma, nos tornamos, no decorrer da história de nossa existência, esse ser antagônico, destruidor de tudo, desde nosso lar até os nossos irmãos que aqui residem.

A divina mãe que todos pensam como uma mulher, uma existência mágica de forma humana, nada mais é do que a nossa mãe Terra. Essa sim, o nosso berço de vida, nos acolhe e nos recebe, independente de nossa destruição, de nosso antagonismo, pois sei que em sua consciência infinitamente maior do que a nossa, a Terra compreende que o que somos, o que nos tornamos, antagônicos, destruidores, está além do que somos em essência, está além de nossa real natureza mágica e ligada a essa Terra. A divina mãe Terra, esta que aceita as nossa devastações, queimamos e destruímos o chão, as plantas nossas irmãs e em troca vemos o seu renascimento, somos acolhidos com chuvas que sempre voltam, com flores brotando do chão queimado pelas mãos egoístas de nossos irmãos. Poluimos o ar e mesmo assim somos agraciados pela força do nosso irmão vento. Jogamos toneladas de lixo nas águas e somos banhados por elas, bebemos e acalentamos a nossa sede com essa fonte de vida. A natureza sempre pronta a nos dar uma nova chance de despertar e ver o quão somos diferentes, o quanto estamos no caminho errado da existência nesta bela esfera.

Olhando a nossa natureza pura, nos índios que ainda preservam a sua natureza, a nossa natureza de homem ligado ao mundo, vemos como somos em nossa essência. Ali, nas aldeias, de qualquer lugar que seja do mundo, uma coisa corre em comum, ali reside o verdadeiro espírito do homem, não o espírito suplantado por uma força estranha como somos nós civilizados. A civilização é o berço da destruição do espírito do homem.

Algum tempo no passado, éramos todos ligados a essa terra e dela, como mãe, tirávamos o nosso sustento, dentro da medida exata de nossa necessidade. É possível lembrar, nos fundo de nossa forma humana, como vivíamos ligados a tudo. Respeitávamos e conhecíamos tudo que aqui reside. Sabíamos dos espíritos dos animais e da sua ligação com a nossa natureza mais íntima, reconhecíamos, cada qual com nossa energia, com qual animal nos ligar, pois sabíamos ser parte de uma vida ligada a mesma matriz, a mesma Terra. Falávamos com os ventos, sabíamos encontrar a energia das águas, nos mares, nos rios, nos olhos dágua. Conseguíamos ler as mensagens deixadas pelas nuvens e principalmente ouvíamos a mãe terra, sabíamos e sentíamos a todo instante a presença e a voz de nossa fonte de energia nesse plano.

Não tardou até que esse mundo, essa existência, em sua perfeição, como tudo mais no universo sofresse uma reviravolta. Há tempos, como já descrevi aqui, mudamos o rumo de nossa existência. Influenciados por seres de outras dimensões energéticas mudamos a nossa forma de andar. Nossos ancestrais eram seres mágicos, assim como se conectavam a tudo neste mundo, eram magníficos exploradores de mundos inteiros. Sabiam da existência de muito mais do que apenas esse nosso mundo, essa nossa realidade, nesse ponto eram muito mais sábios e muito menos egomaníacos de nós hoje, que acreditamos sermos os únicos na existência do universo.

Com as viagens a outros mundos, nossos antepassados se encantaram com a complexidade destas diversas existências. Muitos trouxeram conhecimentos milenares destes mundos para cá que refletiram em nossa forma de vida. Mesmo conectados a tudo que aqui existe, se encantaram com os poderes de seres de consciência infinitamente maiores do que as nossas. Assim, civilizações aqui foram erguidas em homenagem a esse seres de outros mundos,que com o tempo foram tidos como deuses. Muitos conhecimentos foram trazidos e com esses conhecimentos muitas energias que por não serem daqui, eram antagônicas ao nosso mundo. Em troca de nossa dominação, sem que soubéssemos, nos tornamos escravos em nosso próprio mundo de energias de outras esferas. Estas, criaram o que é a nossa civilização moderna como a conhecemos hoje. Erguemos um império a forças que não são deste mundo, forças que nos dominam e nos guiam ao antagonismo com este mundo. Com a passagem do tempo e o surgimento destas força surgiu então a era da razão e com ela o nosso elo com o espírito foi definhando, a nossa ligação com tudo que permeia o mundo foi findando-se.

Tudo que vemos hoje acontecer, e o que veremos acontecer neste e no decorrer do ano que se seguirá, são consequências de uma luta de forças que são contrárias. De um lado, nós, hoje, apartados de tudo que existe de puro no mundo. A raça humana desligada de tudo e de todos, animais, plantas, ventos, águas, a própria mãe terra. De outro a Terra e os seus elementais, e tudo mais de puro que nela existe. Devemos mais do que nunca escolher o nosso lado na batalha que se segue, lutar para nos religar e entender a mensagem que hoje está a vista de todos, de que a Terra está despertando, está acordando.

Somos coadjuvantes nessa luta, dominados e adormecidos pela ilusão da mente e da razão, entorpecidos pelos valores distribuídos por esta mente que não é nossa, vivemos ainda em busca do acúmulo, do poder, do dinheiro, da matéria dura que temos como realidade, mas que é por fim a mais pura ilusão de nossa percepção. Enquanto isso, esquecidos de nossa verdadeira natureza sucumbimos e nos postamos contra tudo que podemos ver e sentir, a natureza divina, a força que tudo permeia. Trancafiados em casas, montados em carros, viajando em barcos, entorpecidos pelo dinheiro, embriagados pelo álcool esquecemos do que somos, e passamos uma vida de esquecimento, é agora hora de acordar.

Escolher o lado da evolução é escolher o despertar. Despertos percebemos o que somos como raça, e para onde caminhamos. Seguimos, caros amigos, para a destruição global. O mundo não acabará, isso é fato, o mundo que vivemos, divina mãe terra é muito mais do que nós, homens. Mas também somos parte disso aqui, somos uma parte desse todo, somos ligados intimamente com o que nos cerca e apesar de adormecidos pela forma dominadora, pela mente social, uma parte profunda de nós ainda se mantém ligada, nosso elo mais forte ainda é com a nossa matriz energética, a Terra.

Esse é o tempo em que as forças da natureza destruirão o pacto que fizemos no passado, esses são os prenúncios do fim da era da razão, da mente social, do mundo como o conhecemos. Os sinais de transformação saltam a nossa vista, dominados, no caminho que seguimos, adormecidos apartados de tudo que aqui existe não temos chance de sobreviver, de continuar aqui, as transformações serão tempos duros para a nossa mente social que se esfacelará frente as mudanças, termos a chance de continuar, se voltarmos a ser o que um dia fomos, despertos, ligados, unidos, mas o mundo como conhecemos não mais poderá existir. Não mais conseguiremos erguer templos a razão, não mais poderemos, isso tenho por certo, construir um mundo de acordo com o que não é a nossa natureza pura, segundo conceitos baixos.

Um alinhamento se fará no próximo ano, vários portais serão abertos, e já estão sendo, muito destruição acontecerá, pois o mundo como conhecemos perecerá, desabará por terra, tudo que erguemos sob o domínio dos que daqui não são, sob o domínio da mente social, dos predadores de nossa raça mágica irão se desfazer e voltar ao seu mundo e voltaremos a construir a nossa verdadeira história, como seres mágicos, consonantes com a nossa natureza mágica, seguindo na direção da energia de nossa matriz, a terra, seguindo em conformidade com a direção das plantas, dos animais, das águas, todos juntos como já aconteceu em tempos idos de nossa existência. Quem estiver preparado para a realidade por detrás desta pequena faixa de percepção, por detrás das forças que permeiam o mundo social, dos poderes estabelecidos como metas de nossa raça hoje, quem estiver de fato pronto irá seguir, e quem não estiver irá partir da existência junto com os que nos dominam hoje.

Grandes mudanças e catástrofes ainda acontecerão, neste e no próximo ano, devemos nos preparar para o novo tempo pois é chegada a hora de voltarmos aos trilhos da evolução, a voltarmos a seguir como raça o verdadeiro espírito do homem.

Comentários

  1. Seu blog é sempre um excelente lugar para se ter uma "conversa de guerreiro" e não deixar o ponto de aglutinação voltar a local de costume. Continue com o ótimo trabalho de servir de conduto do espírito.
    Namastê

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  2. Gostaria de lembrar que temos muito pouco tempo para nossa recapitulação. O tonal dos tempos se revela com seus pressagios. Temos de ser implacáveis. Desapego, humildade, paciencia e auto-controle não são só palavras bonitas .Isto é somente para os olhos de quem quiser ver.

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  3. A cada 26.000 anos temos a Precessão da Terra que é o re-alinhamento natural do eixo terrestre. O tsnunami da Indonésia alterou em 5 cms o eixo. O Tsunami do Japão alterou em 25 cms. Para muitos isto não quer dizer nada. Mais um presságio.

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  4. Uma dica de guerreiro para guerreiros: existe um livro de castaneda El silencio interno ou o libro púrpura, como é conocido em espanol que só rolava dentro dos seminários de Tensegridad. Procurar no free-4shared.
    abraços. MJr.

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  5. Agradeço a dica de leitura, não conhecia o livro, encontrei o link para download aqui:

    http://www.4shared.com/get/nN11gsEF/CASTAEDA__CARLOS_-_EL_SILENCIO.html

    Intento a todos

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