Uma mensagem de liberdade a todos nós





Os guerreiros são experimentos de sua própria ciência, que é a busca pela liberdade. Somos como cientistas, pesquisadores da consciência, e usamos o nosso próprio corpo total, energia, físico e mente para tais experimentos. Apenas uma meta nos mantém na caminhada, mesmo que não se perceba, é a liberdade. Estar liberto, como se descobre no decorrer da caminhada, é liberar-se dos desejos, e entregar-se ao fluxo do universo, ao espírito que a tudo governa, esta é a única meta, a única lei, o único objetivo, o mais difícil e complexo de todos, abdicar de tudo que se ilusiona ser a individualidade para entregar-se a ser uno com a totalidade.
Eu estava pensando no fluxo da vida, em uma sala qualquer de um canto qualquer do universo, afinal, todos os locais são locais, são partes de um todo indissolúvel, e ali me veio a visão verdadeira, o ver. Lembrei-me ou a voz do ver me falou, como o faz, o que era ela própria, a sinfonia do universo ajustando e alinhando as emanações de minha energia interna com a energia externa de meu corpo de luz. Lembro da poesia de Don Juan ao falar que a voz do ver é o som do alinhamento, do espírito tocando harpa com as linhas de energia do universo. O ver não é olhar, experimentei isso com meu corpo, com minha totalidade, enquanto me falava o espírito pela voz das cordas universais ressoando algo dentro de mim. Eu olho por todos, eu sou todos, eu sou o tudo, a corrente que flui eternamente, e entrar nesta corrente é libertar-se das amarras todas. O destino irresoluto de tudo que há é mesclar-se ao fluxo infinito, e conscientes seguir a um rumo em que descrições por palavras seriam impossíveis.
Olhei na minha visão os grupos de guerreiros, perfeitos, composto de pessoas, falhas, com seus erros e acertos que carregam todos, que carregamos por toda nossa vida, pois os erros são oriundos de nossa forma humana, são derivados de nossa crosta finita, e estes carregamos como estigmas que nos testam para a nossa jornada. Porque ali não estava a hierarquia, não haviam ali naqueles grupos as divisões de homens, mulheres, líderes e liderados, porque não havia nada disso ali, eu conseguia entender plenamente. Havia um grupo de pessoas sincronicamente ligadas ao espírito, comprometidas em todas as parte de seu corpo e espírito com o entendimento pleno de que apenas libertando-se da individualidade aparente que brotaria a realidade uma de tudo que há, eram grupos de irmãos em sua acepção mais plena, irmãos de entendimento, irmãos que viam-se a si mesmo e a todos os outros como engrenagens ligadas de uma mesma máquina cósmica, funcionando em perfeita unidade, aonde os aspectos do grupo eram maiores que os aspectos dos indivíduos que formavam àqueles mágicos grupos, e olhando àquela visão que tive, ouvindo o ranger das cordas cósmicas se alinhando, quase chorei, não fosse pela alegria de me sentir muitas vezes tal e qual àqueles antigos grupos, o que importa sozinho, se estou conectado com o mesmo intento que eles, o que importa a dissonância aparente de tempo e espaço, se isso na verdade nunca existiu nas linhas do universo infinito que somos em essência. Eu sei, como a voz do ver me diz agora, em minha experiência do alinhamento, que caminho para ser tal e qual àqueles que assim já viveram, e quando chegar a ser plenamente entregue, serei tal e qual todos os grupos que me precederam, quando assim o sou por momentos breves, sou tal e qual esses grupos, único, indissolúvel, o grupo dos que entregaram-se ao fluxo do universo, eterno, imutável, constante.
Nessa voz que percebi o caminho sincrônico pelo qual todos percorreram, me dissolvo aqui como dissolveu a minha visão, entre argumentos e palavras que separem o homem da mulher, o jovem do velho, o negro do branco, falo de seres livres, de energias libertas de todas as correntes, para além do sistema que existe, no paralelo mundo onde cada um de nós, seres humanos, desde o mais pobre ao mais rico existe, falo do mundo entre as linhas da tênue realidade e dos sonhos cotidianos, falo da linha que muitos pendem pensar ser a imaginação, falo da linha da percepção relegada ao esquecimento, falo do ver diário que a todos permeia, da sinfonia cósmica dos alinhamentos que todos experienciam durante suas vidas, e aprendem a tornar parte do esquecimento.
O que é o caminho do retorno senão o caminho para relembrar. Somos libres, a liberdade é uma dádiva dada a todos os seres presos na finitude de suas existências, ela cavalga com o nome assustador da libertadora morte em nosso mundo, fazendo muitos temerem, mas sendo a lembrança uma da porta da libertação plena que existe sempre para todos, é um presente que chegará, um terror a muitos para se pensar, relegado ao esquecimento que é, mas é gratificante aos que são como eram em sua mais antiga lembrança da infância. O sábio e antigo cristão bradava que as crianças sabiam o que era o reino dos céus, que devemos ser como elas. E assim deve ser o nosso caminho, não para conquistar nada que esteja oculto, pois o que está oculto está aqui em nossos dedos, na ponta de cada um deles. Eu olho agora enquanto digito, a mágica da vida faz-se em meus dedos, olhando eles bailarem pelos teclados frios de uma máquina, vejo fida faiscar a cada instante. Nada nos foi tirado com a socialização, apenas aprendemos a amar uma tendência natural de cada um mais do que as outras, e assim fazer pender a balança do equilíbrio. Apenas nos condicionamos a todo tempo para esquecer, o que sonhamos, o que imaginamos, as viagens que faz o nosso ser energético quando devaneamos, quando sorrimos calados de um prazer inexplicável que nos invade, de uma tristeza sem razão que nos corre a espinha. Queremos esquecer pois convencionou-se ser assim, e sequer existem tantas pessoas que hoje contestem as convenções. Pactos assinados há tempos são referendados por pessoas que entram de cabeça no mundo do esquecer, e isso não existe, na vida de quem realmente caminha, uma palavra é a espada que corta a ignorância, e ela é o “porque”.
Quando uma pessoa desperta, ele volta a questionar-se acerca de sua própria existência, olha ao redor e lembra que algo se perdeu. Afundada nas rotinas cotidianas do mundo tão linear das modas, das convenções, do linear pensamento racional, todos chegam um dia a questionar-se onde está o deslumbramento maravilhosa da infância vivida. Quem roubou àqueles olhos que em tudo via maravilhas? Quem roubou aquela boca que teimava em falar o que queria, em sorrir gargalhadas e chorar destemperos quando menos se previa? Quem roubou os ouvidos que entendia a linguagem das fadas, das árvores, do céu e do mar? E as mãos que a tudo queria tocar? O chicote da mente social condicionou-nos, mas nada roubou, tudo está ai da mesma forma, e despertar é iniciar um caminho de volta, questionar-se é iniciar uma jornada que não tem fim, não levará a prêmios, não terá garantias, mas será em sai a jornada mais feliz que cada um pode seguir, pois é a única jornada verdadeira, no meio da estagnação que é a vida social, esta não existe, é apenas uma ilusão de pessoas que rodam agrilhoadas a um moinho que verte energia a um sistema, grilhões invisíveis, frios, que levam a um caminho em espiral, rodando toda a vida em um cinzento esquecimento, enquanto a vida caminha em cores e brilhos estupendos, longe, onde a lembrança tarda em não lembrar.
Mas seguir na senda do conhecimento é acordar de um sonho breve, e voltar a realidade total, é preparar-se par entregar em sacrifício o que se acha ser, para se tornar o que se sabe que é.
Controle e disciplina são as primeiras ferramentas. Depois de uma vida de dominação reassume o caminhante o controle de si, através de uma inquebrantável disciplina que se convencionou chamar de impecabilidade. Cada parte é manejada de forma a libertar-se do jogo opressor dos pactos antigos que o caminhante começa a reconhecer sabidamente que nunca assinou. Jogando para cima cada lei, começa a relembrar-se, aos poucos retoma o controle de seu corpo, de sua mente, e chega novamente ao contato direito com sua energia, e reconhece mais uma vez a voz do espírito. Surpreso o caminhante que dominando as duas ferramentas, disciplina e controle, vê que nunca o espírito deixou de falar com ele, mas apenas o guerreiro deixara de reconhecer a sua voz, sempre presente. O ego sempre gritando mais alto, a voz da mente social, ressoando na mente sempre tumultuada sempre ordenando caminhos, passos, pisadas, com todos os gritos ofuscando a única voz verdadeira, a voz que sempre guiou aos grupos antigos todos, a voz do espírito, a unidade que está por toda individualidade, o que fazia os pedaços de uno juntos tornarem-se universos juntos com a parte outra de si.
O espírito aponta caminhos, a voz do ver, o silêncio aponta com pequenos detalhes. É preciso estar atento, ter uma disciplina de ferro para ouvir os ditames do espírito. As vezes um caminho é indicado a um guerreiro no cair de uma folha em seu caminho, e então que se pode exercitar o controle, movendo todo o seu querer individual para a direção apontada pelo universo impessoal. Por demais complexo é atender ao chamado do espírito, e assim viviam àqueles grupos antigos todos. Representados pelo seu nagual, que para alguns representa o líder, mas na verdade representa o ser que tem a conexão mais pura com o espírito para entender os reais ditames, que sempre eram corroborados pelos entes do grupo ao escutarem a voz do ver, os grupos seguiam um caminho desconhecido. Não planejavam o amanhã, pois ele era ditado pelo fluxo do universo, e não se importavam com o ontem, já que haviam impecavelmente trilhado caminhos puros, que brotavam da certeza de seus corações já entregues ao espírito, eram o puro caminhar na eternidade, guiados plenamente pelas forças universais.
Em silêncio, todos podemos ver e ouvir os caminhos ditados pelo espírito. Já pensaram em como as pessoas chegam as suas vidas? Dentre bilhões de pessoas no mundo, uma surge hoje à sua frente, as vezes para pedir um dinheiro, as vezes para dizer uma mensagem, todos somos mensageiros e ouvidos do infinito, levando trazendo mensagens que adequam-se ao caminho de outro, como engrenagens que se encontram na grande máquina da existência, e juntando os dentes fazem funcionar a máquina da vida. Pare sempre e escute as pessoas que chegam à sua vida, olhem bem o pássaro que cruza por sua frente no céu, gralhando, piando, cantando, o cão que te para pedindo um afago, o que te late, a folha que te cruza o caminho, o vento que te sopra a fronte, as vezes refrescando, as vezes bagunçando o seu cabelo. Perceba a chuva que te impede de sair de casa, tudo é um sinal do universo, basta reaprender a ler esses sinais. Ler esses sinais é um primeiro passo, é a disciplina. Atender ao recado dado em cada um destes inúmeros e infinitos eventos da sincronia cósmica é o controle que necessitamos para seguir uma vida plena. Atenda ao seu universo pessoal, seu eu universal, e deixe o ego reclamar, ele entenderá, como finito que é, que seu tempo chegou ao fim, entenderá que seu reinado nunca sequer começou, que ele é apenas reflexo de uma ilusão, feito para apartar, uma linha de um velho contrato antigo, que tentou aprisionar pássaros livres que é cada ser humano, escutem, pois não é minha voz que fala isso agora, é o universo, em cada casa de cada pessoa que ler isso, um evento de sincronicidades vai mostrar que isso é verdade, e que por ser verdade pode ser seguido por cada pessoa nesta Terra. Só assim atingir-se-á a tão dita liberdade, que sempre esteve aqui, e que é em si a única e indissolúvel verdade.

Comentários

  1. Buenos dias Hermanos
    Vento vi que em poucas palavras resumistes o Caminho do Guerreiro.
    Uma coisa que acontece é que quando limpamos nosso vinculo com o Espirito tornamo-nos ressonantes. Somos como antenas cósmicas disse um dia Don Juan.
    Darshan 08:10 08;087/2103

    ResponderExcluir
  2. Quando nos tornamos conscientes de nosso verdadeiro Eu, começamoa a brilhar no mar escuro da consciencia. Somos como pontinhos bilhatntes que alimentam essa Suprema Consciencia com nossa vivencias. è isso que ela quer.
    Que despertemos de nosso sono mortal e entremos realmente no reino dos vivos. E então ela nos responde de uma maneira ou de outra através de nossa voz de ver. Somos seres percebedores por isso devemos estar atentos aos sinais
    que mesmo sendo pequenos tem um sentido enorme.
    Darshan

    ResponderExcluir
  3. Hermanos
    o zumbido que ouvimos é simplesmente nossa pineal trabalhando cada vez mais forte. è atraves dela que se faz a ressonancia. Quando entramos na segunda atenção ouvimos esse som mais forte, não é caso de méidco não.
    É só ela trabalhando. Em 2012 ela voltou a ser ativada e estamos no processo de desenvolvimento do terceiro olho.
    Darshan

    ResponderExcluir
  4. Complementando. para atiçar a pineal, devemos fazer estalidos com a lingua batendfo no palato.
    Darshan

    ResponderExcluir
  5. Hermano Vento...gracias à voz do ver que canalizou por ti rica mensagem! Exatamente assim, meu despertar começou definitivamente em Setembro de 2013 quando você chegou, El Viento! Forte Intento...Gaivota 09/4/14 21h30

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado por partilhar do intento da transformação global

As mais lidas (se gostas de multidão)

A mariposa, a morte, e o espírito

O fim da linhagem de Don juan, a prisão de Castaneda e o legado das bruxas

As dúvidas na caminhada: entre ser tudo e não ser nada