A jornada dos filhos do Sol - Nossa história na Terra

Brilhamos como o Sol

Somos filhos do Sol, criados pela energia da Terra, foi o que a voz me disse. Enquanto tivermos nessa corpagem humana, retiraremos a maior parte de nossa energia da Terra, mas incessantemente seremos encantados pelo poder incessante do Sol a nos mostrar a nossa possibilidade de crescimento e libertação mágica. Segundo a voz, que ouvi apenas depois de 12 horas de um jejum feito para limpar o elo com o espírito, a força do Nagual, do Sol, é a força que sustenta o nosso universo conhecido, que atrai a nossa Terra e os demais planetas de nosso sistema, nutrindo-os em sua frágil órbita. No caso da Terra temos a representação simbólica do Tonal, de tudo que nos é conhecido, de onde nutrimos a nossa sanidade, onde erguemos o nosso mundo conhecido e onde ancoramos como viajantes do infinito que somos. O nosso planeta então mantém-se em uma frágil e profunda relação com o Sol, recebendo dele o calor que o mantém vivo, e orbitando em uma descomunal velocidade, atraído de um lado pela descomunal massa do Sol e do outro a ação da força que o levaria a rumar para o infinito do espaço.

Nossos corpos são a simples representação do que é o Sol e a Terra juntos, em uma parte sólida somos como a Terra, o Tonal, uma massa atraída pela luz, pela energia. Contudo desaprendemos a ver, a sentir o que realmente somos, energia pura. Somos seres luminosos, seres de luz, fervemos em energia interna, uma energia pura, descontrolada, que ilumina a tudo que nos cerca e ao mesmo tempo consome o que nela toca. Contudo nos esquecemos dessa nossa parte, nos restando apenas a identificação do Sol como sagrado, cultuado indistintamente ao longo de gerações humanas das mais diversas culturas sem se saber a essência desse poder atrativo.

Somos filhos do próprio Sol, colocados aqui temporariamente. Foi o que vi em minha visão. Somos como o próprio astro rei, colocados aqui esquecidos de nossa essência fumegante e energética. Por isso o homem contrasta tudo que aqui existe, ele consome, queima e destrói tudo que dele se aproxima muito. É certo que somos conectados a essa Terra mãe, mas essa conexão foi o preço pago pela nossa Terra para absorver a energia necessária para chegar ao lugar que se encontra hoje, ao ponto de ruptura, ao dia no Nagual que creio estar para chegar. O dia em que a energia dela é suficiente para que ela se transforme, bem como o Sol no próprio nagual. Não sei bem a forma dessa transformação, mas creio que ela está para acontecer muito em breve no nosso tempo.

O que deveremos afazer é acompanhar essa transformação que se seguirá. Já não mais precisaremos, já não mais teremos a energia trocada com essa Terra, quem estiver preparado se tornará tal e qual a energia do Sol, e juntos com esse nosso berço explodirá em luz para o tempo do nagual. Sei que haverá um dia, de um tempo futuro em que nos lembraremos do tempo do Tonal como um tempo de esquecimento, em que o homem esqueceu-se do que era em essência, esqueceu-se de sua natureza mágica e energética, em que o homem vagou errante como um zumbi pela Terra, mal sabendo de sua origem, de sua função e do futuro que era reservado a sua espécie. Nesse dia o homem não rirá de seu passado, não irá tão pouco chorar, mas vai lembrar a cada dia do seu passado para nunca mais esquecer, para nunca mais deslocar a sua consciência para o local do esquecimento, que será o nome conhecido do local onde hoje estacionamos o nosso ponto de aglutinação.

Não vou falar sobre os animais que vagam nessa Terra, eles são originários daqui e seguirão com essa Terra para a transformação, eles sabem, sempre souberam que isso aconteceria um dia. Os vegetais também tem seu reino próprio, muito mais conscientes que nós, eles compartilham de nosso destino mágico, equilibram aqui nessa Terra o peso que forçamos a um braço da balança e provavelmente continuarão a nos acompanhar nos tempos futuros. Talvez até esse berço de hoje seja a nossa cama de amanhã, mas diferente seja apenar um porto seguro para a nossa viajem rumo ao desconhecido universo sem fim.

Avante guerreiros do Sol, já é chegada a hora do despertar.