A simplicidade de conectar-se com o espírito




Hoje me entristeci ao ver a revolta da natureza a minha frente. O vento e o fogo bailavam em uma frenética dança. Redemuinhos de fogo se formavam frente a uma mata devastada pela ignorância e vaidade do homem, que se põe a margem e acima de tudo mais que o cerca.

Eu havia tido o privilégio de ter contemplado uma das mais belas paisagens da minha região. Vi diante do caus da estiagem e das queimadas flores brotando, o mato germinando, a mata verdejante sobrepor-se ao cinza das queimadas impostas a natureza pelo homem. No caminho havia sido agraciado pelo meu amigo e irmão vento, sendo abordado por um forte redemoinho energético. Vi em seguida um gavião espreitando a morte de um pequeno pássaro e esperando a sua vez de abocanhar a sua presa que definhava, sua energia subindo pelos céus em seu último vôo contemplativo da bela serra que o cercava.

Senti o deleite das montanhas me abraçando e me convidando a conhecê-las, sua energia querendo me chamar aos seus braços, vi que tenho poucos escudos agora, estou suscetível as energias que nos cercam, me senti engolfado pela natureza, sendo chamado por ela para abandonar a frieza de minha cidade.

O grande sol no poente mostrava-se imponente, senti a presença da morte ao meu lado, me acompanhando em minha mágica jornada, me senti exultante. No calor de meu refúgio, recapitulando fui pego pela mesma visão da conselheira, vi que minha última batalha na Terra, quando ela chegasse, seria emocionante, ouvi a conselheira me falando que nos nivela a todos, e a todos ela irá alcançar, disse para que eu não pensasse nela como inimiga, mas como uma valorosa combatente, como a porta para um universo de percepção, se eu a vencesse, se o seu assalto eu conseguisse suportar, ela me levaria a compreensão e a minha expansão ao mundo mágico de infinita possibilidades.

Acordei em silêncio e olhei para os lados, as pessoas caras a mim dormiam ao meu lado. Acariciei-as, ciente de nossa divergência de destinos, de visões e de opinião, desejei-lhes sorte do fundo de meu silêncio, e senti-me mas sozinho que nunca em minha vida, mas isso me fez sorrir, mas alto que eu gostaria, senti-me feliz pois estava começando a acordar do maior sonho de minha existência, senti-me conectado a tudo que existe, pela primeira vez compreendi de fato a música que diz: “Eu e Deus, somos um...”

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