A Mente Social - A egrégora da humanidade

Caros colegas de jornada, guerreiros incansáveis. Venho profunda e sistematicamente vendo o meu reflexo no espelho e ponderando sobre as mudanças que estão acontecendo durante a minha caminhada. Sinto hoje que mudei muito, mas que ainda muito tenho que mudar para me adequar ao mito da impecabilidade do guerreiro. Costumamos ser assim, nos transformar a medida que somos conscientes de nossas fraquezas, sem sabermos quais são elas não podemos nem cogitar a mudança. Hoje estou aqui para tentar relatar uma descoberta que tive, chamei a descoberta de mente social. 

Vi, caros amigos, que quanto mais me aprofundava e quanto mais expando a minha consciência, mais fico instável emocionalmente, suscetível as alterações mínimas das pessoas que me cercam. Sinto o equilíbrio do silêncio da mente enquanto medito, mas esse silenciar se desfaz ao primeiro sinal de interação social. Sinto-me algumas vezes alheio a tudo que me cerca, com uma sensação de indiferença e outras vezes imerso em assuntos banais, que sei serem banais, mas que me envolvem, na tentativa vã de levar as pessoas que amo a se desapegarem desse tipo de assunto e pensamentos. Além disso, percebo que quanto mais aprendo a silenciar minha mente, mais ela se desespera em momentos de diálogo desenfreado quando estou sem concentração ou quando fico distraído. Sei que a impecabilidade é isso, estar atento a todo tempo, consciência é isso, mas sou apenas um neófito no assunto.

Falo isso tudo para entrar finalmente no assunto de minha descoberta. Estou tentando firmemente atrair minha energia das bordas do campo luminoso para mais perto do meu corpo físico, para dar mais funcionalidade a ela, não sei porque, mas aprendi o método meditando e estou no caminho de consolidá-lo com a prática, no entanto por enquanto só vejo o início de uma mudança acontecer.

Pois bem, vamos a mente social. Estava em uma profunda meditação de sonhar, já havia entrado no sonho, senti o deslocamento e me vi imerso em um sonho. Lá eu questionava acerca dos pensamentos e o porque de seu descontrole em sempre voltar a assuntos massantes e que tiram-nos a energia e então eu vi. Eu ouvi que a mente social havia sido intentada por gerações antes de nós, era como uma energia externa ao nosso corpo, um pensamento externo, que não emana ou broto das entranhas de nossa energia, mas de uma força formada e mantida pela humanidade. Ela é como uma egrégora que reuni parte da energia de toda a humanidade somada a uma força externa, ela nos dá a racionalidade e a coesão de pensamento, a organização necessária para manter a nossa sociedade como ela é, mas nos consome uma infinita energia. É uma mente que pensa expontaneamente e leva a todos a coesão de nossa realidade, aos anseios que temos, essa mente social domina até mesmo o reino dos sonhos comuns, dos sonhos dos não guerreiros. É uma mente que se forma com o tempo, estamos livres dela durante uma fase de nossa vida, no passado ela nos era dada em rituais de passagem para vida adulta, hoje ela adquiriu tal força que cada vez mais cedo nos domina, por isso a "adultalização" precoce da juventude de hoje.

A mente social tem um preço que devemos pagar. Ela é meticulosa em sua organização e permite que tenhamos uma tranqüila projeção de nossas vidas, onde poderemos chegar, constituiremos família, teremos filhos, estudaremos e nos tornaremos isso ao aquilo. A voz me falava que a mente social é baseada exatamente na matemática perfeita da vida, reduzindo a energia de cada um, e usando essa energia pra a criação e fortificação dessa egrégora, com pouca energia poderíamos ter uma vida totalmente orientada, sem surpresas e novidades, com a certeza de termos uma infinita segurança. A voz me falava que em uma certa época isso foi necessário para o homem não ser extinto da face da Terra, mas essa mente social se tornou algo muito forte com o tempo e estacionou o ser humano em sua escala evolucionária, legando o homem a esquecer de suas outras possibilidades para garantir o funcionamento do sistema.

Sei que é uma idéia que já foi falada, mas nunca havia visto a força disso e consegui ver, não só ouvir o que a voz me dizia, consegui compreender e ver o nascimento dessa energia e a forma com que ela foi útil ao homem no passado e como ela se tornou essa grotesca prisão que vivemos hoje. É o corolário da idéia da matrix, lógico, mas de forma mais contundente, pois surgiu de um contrato, um ato de soberba magia de feiticeiros muito antigos, que criaram uma força sem prever o que aconteceria com ela no futuro, tendo ela se tornado muito mais do que tudo que existe em termos de energia hoje ligada ao homem na Terra. Contudo o que mais me surpreendeu foi a visão do que foi atraído por essa energia, e com quem pactuamos essa troca no passado, uma energia soberba, de uma consciência que beira os limites do inconcebível, alimentando-se de parte do alimento da própria fonte, do espírito, da Águia enquanto vivos estamos, nos mantendo inertes, nos criando as quimeras de nossa existência apenas com o intuito de nos deixar cada vez mais suscetível a ela.

Volto ao que já havia exposto aqui, somos cercados pelo medo criado por essa força, a essência da mente social é o medo de diversas formas, ele é a essência da dominação dessa força. Somos criados para ter medo do desconhecido, medo de mudanças, medo das incertezas, e todos esses fatores são essenciais para o buscador da liberdade. Ninguém pode ser livre sem enfrentar o desconhecido, sem fazer profundas mudanças, sem a incerteza da conclusão de sua jornada ao infinito, o medo é o grande pastor do homem. 

Além do medo temos as dominações sociais, a barganha que nos é dada em troca da consciência. É o entorpecimento pelas drogas que nos aliena e nos prende nos tornando navegadores inconscientes de realidades desconhecidas, e olha que não falo de todas as drogas e muito menos de toda forma de uso. Logicamente as plantas de poder são drogas que podem levar ao retorno das rédeas da consciência, mas pode também nos levar a perdição, dependendo para isso da energia de quem lança mão de seu uso. Além disso temos o entorpecimento pelo sexo, a forma que a mente social trata o sexo, como moeda de troca do prazer, esquecendo e marginalizando o ato mágico e suas implicações se utilizado de forma coerente de despertar da consciência mágica do homem. A política está dentre estes pilares, a sabedoria da mente social fala que devemos manter coeso o nosso sistema social, mantendo e nos envolvendo com a política, escolhendo, dentre as opções, não nos é permitido estar alheio a política, as eleições se tornam palcos onde pessoas se digladiam por ideais que não levam a nada ou a lugar nenhum, além de manter o sistema exatamente como está. O mercado consumista, com sua imposição de consumo incessante de bens que não fazem diferença alguma para sua vida. Necessidades são criadas no mercado, o consumo aumenta com isso e a roda social continua nos engolfando energia depois de energia. Diversas outras forma se impõe e seria extensa e cansativa a lista, coloquei apenas as essenciais. Além disso temos a violência como pilar essencial, o homem de um ser mágico é tangenciado a matar os seus semelhantes, em um espetáculo aos que comandam a egrégora da mente social.

Mas a voz da minha visão me mostrou que existe algo que supera isso. Quando silenciamos a mente social de fato não paramos o diálogo interior, e sim o fluxo do diálogo que emana da egrégora. Pois bem, essa é a mágica, pois quando paramos aquele fluxo, automaticamente paramos de gerar energia a egrégora, se a mente social desconecta-se de nós conseguimos nos conectar com o que somos de fato. Assim o diálogo interno verdadeiro se sobrepuja a tudo mais, a voz do ver aparece e nos fala. Só assim que conseguimos de fato os primeiros pensamentos que emanam de dentro de nossa própria energia. A medida que treinamos isso, o fluxo da egrégora/você vai se tornando mais fraco, a energia que geramos para ela mais fraca também até que o elo se rompa, não sem antes termos uma monumental batalha.

Aqui quero chamar atenção a quem acompanha meus riscados, pois a descoberta que tive, o que ouvi da voz é algo de um poder incrível. A massa crítica a qual Castaneda falava, nada mais é que isso, que essa descoberta. Imaginem como podemos banir essa força alienígena de nosso plano, imaginem cada pessoa se desligando dessa energia, cada vez mais enfraquecendo essa força. Quanto mais fraca ela ficar, mais difícil será manter-se a mente social conectada a nossa humanidade, até um ponto em que todos, até os que não praticam o caminho do guerreiro se verá livre, com energia disponível, ouvindo a voz interna, a voz do ver e então acontecerá a mágica, a nossa humanidade automaticamente caminhará para outro ponto em nossa evolução e estará banido o contrato que nossos antepassados criaram e que inconscientemente nos prendeu a séculos em uma prisão, essa é a mágica, esse é o caminho.