Um agradecimento aos que hoje chegam ao tonal



É injusto que tenhamos sido propositalmente dispostos separados, esquecidos, jogados cada qual em seu lado do globo, dispondo apenas da nossa própria energia, da nossa sorte em encontrar os que juntos conosco formem um norte, para onde, já munidos da lembrança, possamos renascer na luz de nossa própria energia, não no destino comum dos apartados da lembrança de sua possibilidade, mas na vala do infinito possível destino da imensidão dos afortunados guerreiros que buscam o inconfundível sabor da liberdade.

Contudo, a medida que ascendemos a nossa energia interior nos tornamos visíveis no meio da opaca multidão dos nossos quase invisíveis irmãos. Iluminados distinguimos os que iguais a nós o são, pássaros solitários, luminárias dispersas na indecifrável nossa realidade de escuridão.

Então que começamos a missão de reunir as peças e recomeçar no caminho esquecido da verdadeira direção. Vemos os pedaços partidos, os verdadeiros irmãos, desconhecidos vaga mente mas imediata mente lembrados no coração.

Saudades de algo que não temos na memória, saudades de uma ligação, não da que aprendemos a ter na vaga vida, mas daquela que guia a liberdade intangível guardada em nosso coração.

Um amigo então corre nos sonhos, como um lobo que conta e guia aos segredos que outrora, um dia, era uma antiga tradição. Com ele uma chave de várias portas, e depois das portas um mar, profundo de revelação.

Então no costume da nova vida do guerreiro, como a espada que trago em meu peito, por um lado faca, por outro a cruz, uma voz se apresenta e corta a solidão que o caminho caminhado me induz. Como uma lufada de sentimento de alegria, que o barco parado se torna a guia, revela pedaços esquecidos de sonhos antigos e de novos amigos. É um vento de cortante e constante renovação.

Então que perco o rumo, contestando os sinais e sussurros que me guiam, me gritam, peço e clamo uma direção, quando então que vejo dançando, me ensinando o valor do riso brando, um alegre capitão. E me mostra a leveza de guiar a vida, com a dança profética e a poética leveza das rimas.

Sinto por fim, não mais que um começo, uma tristeza que me aperta. Uma música comigo toca, me enforca e sufoca ao ver de longe uma amiga que canta uma triste canção. Ela fala: “Sorria leste, nasceste agora e já queres saber o destino o oeste?”  me deixando em uma vontade inconteste de me despir de minha reclusão que hoje é nada mais que minha veste.

Ainda vejo sorrisos, me lembro de histórias, recolho retalhos jogados dispersos em minha rota veste, em meus pequenos sonhos e ilusões daquele tempo que saudoso espero chegar, e as experiências que esse encontro irão me despertar ou até despedaçar.

Comentários

  1. Seja bem-vindo ao Navio, tripulante!
    É justo que nos encontremos, já que fomos dispostos separados... Mas isso é porqu a busca de si mesmo, que engrandece nosso poder pessoal, é uma busca solitária. Quem encontra, se encontra e encontra "os outros".
    Um brinde àquilo que já fomos (e somos) capazs de fazer. E outro brinde ao que ainda seremos, logo mais... Juntos somos mais fortes!
    Intento!

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